O sol forte brilhava, em seu ápice, enquanto Nestha Archeron realizava sua habitual sequência de golpes com a espada.
O treino das Valquírias ia do nascer do sol até a décima badalada da manhã, quando as sacerdotisas retornavam às suas obrigações na biblioteca e as noviças illyrianas iam estudar a arte da guerra.
Agora, elas possuíam quinze Valquírias coroadas e vinte e uma guerreiras, além das noviças, cujo número crescia toda semana. Com Emerie trabalhando para recrutar mais illyrianas, a Casa do Vento estava sempre cheia de risadinhas e fofocas.
Nestha havia transformado a Casa na base provisória das Valquírias, acolhendo qualquer fêmea que quisesse treinar. Feyre, porém, tornou seu projeto pessoal montar, com a ajuda da irmã e palpites do cunhado, um verdadeiro centro de treinamento num terreno desocupado às margens do Sidra.
O problema seria convencer as sacerdotisas a treinar lá. Ela sabia que muitas mal suportavam sair para o ringue, mas também tinha ciência que aquele poderia ser um empurrão necessário para ajudá-las.
Ela já havia falado com Clotho sobre isso, pedindo permissão para o momento em que o CT estivesse pronto, e a Grã-Sacerdotisa deu sua benção.
Nestha também perguntou sobre Gwyn, que evitava tanto ela quanto Emerie desde a cerimônia de parceria. A resposta de Clotho foi concisa, sem muitas explicações:
“Ela tem trabalhado arduamente. Se quiser falar com ela, terá que procurá-la pessoalmente.”
O problema é que elas tinham procurado Gwyn. Ela não comparecia aos treinamentos, se esquivava de encontrar qualquer fêmea que participasse deles, e a própria Casa se recusava a dar notícias sobre a ruiva.
Ela e Emerie estavam preocupadas. Elas sabiam sobre os medos de Gwyn, que a sacerdotisa havia demorado tanto tempo para sair da biblioteca e o pior: quando se permitiu sair foi para ser atacada e jogada no meio de um ritual sangrento cheio de machos brutais e violentos.
Nestha se sentia culpada. Por causa dela Gwyn havia saído. Ela estava quebrando e a amiga não hesitou em ir ao seu socorro. Agora, ela não podia fazer o mesmo, pois Gwyn não queria ser encontrada.
A Archeron até mesmo considerou usar as pulseiras mágicas — que ajudavam a encontrar suas semelhantes —, mas sabia que não era a melhor opção.
Ela ouviu o som de asas acima de sua cabeça. Quando ergueu o olhar, viu uma revoada de pássaros diversos voando para longe. Depois, uma onda de poder obscuro percorreu Velaris, vindo do Sidra.
Nestha parou, estranhando aquilo. Será que Feyre e Rhys não podiam ser mais discretos?
De repente, um grito cortou o ar. Ela arregalou os olhos, as narinas se dilatando conforme reconheceu a origem daquele som.
Meio pensamento depois ela sentiu o chão tremer conforme Cassian pousava, o olhar desesperado varrendo o corpo da parceira em busca de ferimentos.
Ele correu em sua direção, precisando tocar para ter certeza de que estava inteira.
— Casa do Rio — foi a única coisa que ela disse, a voz entrecortada pelo desespero crescente.
Cassian a tomou em seus braços musculosos, dobrando os joelhos enquanto ajeitava a parceira no colo, e com um impulso poderoso lançou-os num voo rápido para a casa à beira do rio.
∆
Vocês estão gostando? Não se esqueçam de comentar e curtir, isso me motiva muuuito. Vou lançar um bônus da Emerie daqui a pouco, fiquem ligados/as/es!
- Anny Fireheart
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Corte de Melodia e Luz Escarlate - ACOTAR
Fanfiction"Seis meses se passaram desde a cerimônia de parceria da Senhora da Morte. Foram meses de paz e prosperidade. Elain Archeron, porém, ainda tem o dom da Visão. Com a ausência de Azriel, seus pesadelos têm se tornado constantes e sombrios, e ela não...