“Onde você está?”, seu parceiro gritou pelo laço, por aquela ponte mental que compartilhavam.
Rhys estava na Corte de Pesadelos, resolvendo algum problema que havia surgido durante a ausência de Mor.
“Indo para a Casa do Rio”, respondeu enquanto batia as asas freneticamente. Cassian, com Nestha nos braços, estava vários metros à sua frente.
“Cuidado”, ele pediu, “o que quer que tenha sido isso, foi poderoso”.
Um aviso cauteloso, pois Rhys foi capaz de sentir o poder que emanou do Sidra mesmo estando a quilômetros de distância. Assim também, ele sentiu pelo laço a agonia de sua parceira ao constatar que era Elain quem gritava a plenos pulmões.
Cassian parou no ar, cautela em cada músculo poderoso mesmo conforme Nestha se debatia para pousar. Feyre entendeu a hesitação do general assim que o alcançou, batendo as asas para se impedir de cair.
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Lucien sabia exatamente onde ela deveria estar assim que deixou a Primaveril. Ele podia sentir — graças ao laço de parceria — o cheiro das petúnias, rosas e margaridas que sua parceira cultivava no jardim da Casa que Rhys havia dado para Feyre. Ele ficava nos fundos da casa, margeado por um pequeno desvio do Sidra.
O ruivo parou na entrada do jardim, onde uma portinhola de madeira dava para a vasta campina que se estendia atrás da casa. Ele fungou o ar, torcendo o nariz em repugnância ao sentir o cheiro de morte e destruição.
Desembainhando a adaga que portava, ele caminhou lentamente pelo jardim, observando como as flores estavam intactas. Era possível sentir o poder vibrando no ar, sombrio e aterrador.
Quanto mais se aproximava do centro do jardim, mais sufocante o poder que reverberava no ar se tornava. Ele notou pedregulhos no chão e, ao erguer a cabeça, viu que a fonte de mármore estava arruinada. Quando ele ia se aproximando para examiná-la, um forte barulho de algo se chocando contra o chão foi ouvido às costas do príncipe renegado.
Virando-se com agilidade graciosa, Lucien encontrou Azriel encarando-o com fúria gélida. O encantador avançou, desembainhando Reveladora da Verdade e utilizando toda a sua força imortal para golpear diretamente o coração do ruivo.
Graças à Mãe, Lucien possuía um excelente treinamento militar. Ele aparou o golpe com facilidade, o que pareceu irritar o illyriano, e utilizou a primeira manobra que o velho general da Outonal lhe ensinou para desarmar o oponente com destreza.
— Desgraçado — rosnou Azriel.
Lucien riu com escárnio.
— Qual o problema, garoto das sombras? Você não é o único que sabe brincar com lâminas.
A resposta de Azriel foi desferir um soco na altura da cabeça de Lucien. Gingando, ele se esquivou por baixo da guarda de Az. O ruivo atirou longe sua lâmina, para não se sentir tentado a usá-la. Isso lhe custou, pois o encantador de sombras aproveitou para arremessar o punho em seu estômago.
Arfando, Lucien conseguiu não cair de joelhos ou se dobrar sobre o próprio corpo. Azriel desferiu mais dois socos em direção ao seu rosto, fazendo o ruivo cuspir sangue. Ele já sentia o hematoma se formando em sua bochecha, mas avançou mesmo assim. O príncipe da Outonal conseguiu acertar um soco na lateral do illyriano, mas ganhou uma cotovelada em resposta.
Ele recuou, ofegando por oxigênio, mas Azriel não perdeu um segundo e avançou novamente. Lucien começou a se defender como podia, mesmo que o ar ainda lhe faltasse nos pulmões e sua cabeça rodasse devido aos golpes recebidos.
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Corte de Melodia e Luz Escarlate - ACOTAR
Fanfiction"Seis meses se passaram desde a cerimônia de parceria da Senhora da Morte. Foram meses de paz e prosperidade. Elain Archeron, porém, ainda tem o dom da Visão. Com a ausência de Azriel, seus pesadelos têm se tornado constantes e sombrios, e ela não...