Capítulo 34

247 24 1
                                    

Gatilhos: tortura, sangue e pressão psicológica

Por favor, não leia caso se sinta desconfortável. Se quiser um resumo para se manter por dentro, é só dizer nos comentários que eu fico feliz em ajudar. Fiquem bem 💕

A cabeça de Elain ainda girava devido a todas as informações que Koschei havia de bom grado dado a ela e ao recente contato com seu parceiro, que parecia ter acontecido em uma realidade completamente diferente. Como o senhor sombrio sorria de modo triunfante à sua frente, os olhos dourados distantes brilhando como se estivessem contemplando o mundo banhado em sangue e dor que planejava construir, ela resolveu se concentrar nesse problema específico.

Koschei piscou os lindos olhos que brilhavam como ouro líquido, cheios de malícia e crueldade, voltando para o presente.

— Kaileen, Kaileen — cantarolou, ao que a fêmea enrijeceu o corpo ao lado de Elain. — Você estava brincando com a minha propriedade — a Archeron franziu o nariz diante da palavra, mas escolheu não contrariar o macho. Tudo que menos queria era atrair a atenção dele para si. — O que tem a dizer sobre isso?

Um silêncio pesado preencheu o salão. Kaileen apertava o braço de Elain com força, como se fosse uma corda de segurança em meio a um temporal. A Archeron fingiu não se incomodar, solidária com o sofrimento da fêmea.

— Mestre, eu... — ela olhou para Dinah, como se estivesse buscando orientação. A outra, no entanto, encarava a fêmea ao lado de Koschei de maneira nada discreta e não demonstrava prestar atenção no desenrolar da conversa deles.

— Eu esperava mais de você, Kaileen — ele estalou a língua no céu da boca. — Sabe que odeio fazer isso, mas não posso permitir que tamanha insubordinação e falta de respeito fiquem sem uma punição adequada. Que tipo de mestre eu seria se fechasse os olhos para as malcriações das minhas fêmeas?

Ele não parecia lamentar ter que punir a loira, que apenas abaixou a cabeça e engoliu em seco. Mesmo que ela estivesse perturbando Elain a apenas poucos minutos, a Archeron não pôde se impedir de lamentar por Kaileen. Ela ainda conseguia sentir os ferimentos em suas costas, tinha certeza que no lugar deles agora havia cicatrizes horrendas. Não desejava aquela dor para ninguém, nem mesmo para a fêmea que tanto dificultava sua vida.

— Pois bem, o que devo fazer com você? Escolha e eu julgarei se é o suficiente — ordenou ele.

— Chibatadas — disse sem titubear, tão logo o mestre parou de falar.

Elain franziu o cenho diante da falta de hesitação, como se ela já tivesse a resposta pronta e realmente preferisse ser chicoteada. O que isso queria dizer sobre os outros tipos de punição adotados por Koschei? Ela não queria saber, mas tinha a impressão de que descobriria em breve.

— Ah, não — negou com veemência. — Tivemos um açoitamento a poucos dias, escolha algo diferente.

Kaileen olhou feio para Elain, como se a culpasse pelo ocorrido. Bem, ela tinha perdido o controle e ocasionado as chibatadas, mas não achava que aquilo era minimamente sua culpa. Apesar da dor insuportável e dos dias de agonia que se seguiram, ela não se arrependia das coisas que disse.

— Eu... eu... — gaguejou a loira

— Os pinos — sugeriu Didi, ainda encarando a fêmea ao lado de Koschei.

— Não pedi sua opinião, Dinah — ralhou o mestre, ao que ela abaixou a cabeça em sinal de submissão. Ele ficou calado por um breve segundo, o dedo indicador batendo no braço do trono, parecendo considerar as opções à sua disposição. — No entanto... gostei da ideia. Faz tempo que não usamos os pinos.

Corte de Melodia e Luz Escarlate - ACOTARWhere stories live. Discover now