Uma semana se passou desde o sumiço de Elain. A essa altura, Nestha já haviam tornado a vida de todos um inferno, sempre rosnando e sendo arisca sobre a falta de informações. Ela visitava Amren todos os dias, ao nascer e ao pôr do sol, tentando pressioná-la a aceitar minha proposta.
Mais três dias se passaram, onde Amren se recusou a sair de seu apartamento ou deixar que qualquer um - incluindo Varian - entrasse. Então ela simplesmente apareceu na porta da Casa do Rio, olheiras profundas debaixo dos hipnotizantes olhos prateados e o cabelo surpreendentemente bagunçado.
— Se ousar bisbilhotar além do que deve, menina... — ela não completou a ameaça, mas seu olhar foi indicativo o suficiente de seus planos. Rhys rosnou para ela, poder preenchendo a sala, mas ela o ignorou ao se dirigir para a biblioteca e nos trancar lá.
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Eu estava diante de uma extensa muralha de ferro. Ela tinha um aspecto líquido, reluzindo como se raios de sol a tocassem em vários pontos. Um portão de freixo se materializou, grande o suficiente para que até mesmo um illyriano de asas abertas conseguisse passar, ele se abriu silenciosamente.
— Entre — a voz de Amren soou, mesmo que não fosse possível enxergá-la, preenchendo o espaço, como se ela estivesse em todos os lugares ao mesmo tempo.
Hesitando a cada passo, sentindo todos os pelos de meu corpo longínquo se arrepiando, adentrei a mente milenar de minha amiga.
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— Deuses, como consegue lembrar de tanta coisa? — resmunguei após o que pareceram horas de busca.
A mente de Amren era um verdadeiro Palácio da Memória — nome que os daemati dão para a habilidade de catalogar e arquivar memórias de forma organizada, para que não se percam ou misturem ao longo dos séculos — organizado em alas e seções específicas, tendo a aparência de uma biblioteca de enorme porte. Cada milênio vivido ganhava um cômodo diferente, onde enormes prateleiras armazenavam as informações de cada século.
Ela precisou de vários dias, contou, para selecionar todas as informações que tinha sobre runas e suas aparições. Ao meu lado, a fêmea se concentrava em reanalisar meticulosamente as informações que eu descartava uma após a outra, garantindo que não deixaríamos nada passar.
— Eu deveria me lembrar de mais. Veja todos esses espaços vazios — gesticulou para o ambiente como um todo.
Aparentemente, nós estávamos no salão designado ao primeiro milênio dela em Prithian. As estantes possuíam inúmeras fileiras vazias, como se as memórias tivessem sido roubadas ou perdidas, e temíamos que as informações sobre as runas estivessem entre elas.
Depois de horas procurando cuidadosamente, não havíamos encontrado nada. Era verdade que o tempo ali era diferente do tempo real, a prova disso é que Rhys e eu podemos ter uma discussão demorada através de nossa ponte mental, enquanto o resto do mundo mal poderia se dar conta de nossa ausência.
— Basta — resmungou Amren. — Se não encontramos nada até agora, é porque a informação se perdeu quando voltei da morte. Provavelmente está protegida por algum tipo de encantamento poderoso, assim como os Tesouros estavam.
— Talvez se procurarmos mais um pouco... — murmurei, mesmo que as palavras soassem tolas e desesperançosas.
Aquela era nossa melhor chance de obter respostas, pelo menos num período de tempo menor.
— Sinto muito, menina.
Amren não costumava demonstrar empatia ou compaixão com frequência. Na verdade, eu não conseguia lembrar de uma ocasião em que ela expressou abertamente aqueles tipos de sentimento. Proteção e possessividade, sim. Amren amava ferozmente e protegia com fúria e sangue, ninguém em sã consciência negaria aquilo. Ela era o Dragão da Corte Noturna, não somente pelo ardor em guardar suas jóias, mas porque ela seria igualmente cruel com quem machucasse seus amigos.
— Obrigada, Amren — curvei-me em agradecimento, minha voz mental soando rouca e derrotada mesmo ali.
Com um suspiro, retirei-me de sua mente ancestral.
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O que estão achando até aqui? O capítulo de hoje foi curtinho, desculpem por isso. Eu queria fazer essa quebra pra mostrar no que deu o pedido da Feyre, mas também pra mostrar um pouco de como os outros estão lidando como o sumiço da Elain.
Vou tentar postar outro capítulo antes do final de semana, ok? Não esqueçam de curtir e comentar!
– Anny Fireheart.
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Corte de Melodia e Luz Escarlate - ACOTAR
Fanfiction"Seis meses se passaram desde a cerimônia de parceria da Senhora da Morte. Foram meses de paz e prosperidade. Elain Archeron, porém, ainda tem o dom da Visão. Com a ausência de Azriel, seus pesadelos têm se tornado constantes e sombrios, e ela não...
