Capítulo 9

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O cheiro ferruginoso de sangue e os lençóis ásperos contra suas costas foram as primeiras coisas que sentiu ao recobrar seus sentidos. Abrir os olhos foi um esforço hercúleo, as pálpebras estranhamente pesadas, mas ela conseguiu.

Aquele não era o quarto dela, notou, sem esforço, conforme os olhos se ajustavam à pouca luz. O lugar era uma cela, as paredes úmidas e geladas cercavam-na, uma porta impedia que olhasse para o lado de fora. Estava deitada em uma cama de ferro, elevada por duas correntes para não tocar no chão, um fino lençol impedindo o contato direto com o metal frio.

Com os membros ainda frágeis pelo torpor, ela tentou se sentar. Só então notou a pesada corrente em seu tornozelo esquerdo, adornada com uma pedra que parecia calar o zumbido de seu poder, neutralizando as vozes que sempre sussurravam em sua mente. A dor de cabeça a atingiu um segundo depois, e só foi preciso levar a mão até a cabeça para notar o corte em seu testa, ainda úmido de sangue.

— Olá? — sua voz estava rouca, falar arranhava sua garganta seca.

Por sorte, quem a havia prendido teve a bondade de deixar um copo d'água ao lado da cama. Elain atacou-o sem pudor, o líquido escorrendo pelo queixo em meio à urgência da sede. Então ela viu o pão, duro e meio bolorento, que também haviam deixado. Apanhou-o e comeu com cuidado, evitando as partes com mofo.

Quando dava a última mordida, ouviu o som de botas no corredor. Antes que pudesse limpar as migalhas do rosto, a porta se abriu para a entrada de uma fêmea. Ela possuía hipnotizantes olhos azuis, como os de Feyre e Nestha, a pele tinha um leve tom amarronzado, mais claro que a dos illyrianos, e seu cabelo castanho estava preso em um coque apertado no alto da cabeça.

— Quem é você? Onde estou? — indagou Elain, observando a fêmea pôr a bandeja que carregava no chão, ficando a uma distância segura da Archeron.

— Esta é a fortaleza de meu mestre — disse a fêmea, a voz suave como uma pétala que acaba de desabrochar.

— Quem é você? Não foi você que me trouxe aqui.

Ah, não. A coisa que havia sequestrado Elain era monstruosa, com garras e presas, asas estranhamente similares às de Azriel e Cassian, e cercada por escuridão. Ainda sentia o eco de seu poder nos ossos, tão profano e obscuro que havia paralisado a Archeron do meio.

— Minha irmã foi quem a trouxe — informou a fêmea — e eu não sou ninguém.

— Por que estou aqui? — insistiu Elain, começando a ficar aflita com as respostas escorregadias da fêmea, que já caminhava para a saída.

— Porque meu mestre assim deseja, e suas vontades devem ser atendidas.

Quem é seu mestre?

A fêmea alcançou a porta, mas virou o belo rosto para encarar os olhos aterrorizados de Elain quando respondeu:

— Ele tem muitos nomes, mas vocês o conhecem por Koschei.

Então fechou a porta silenciosamente, como se não tivesse acabado de proferir a sentença de morte de Elain.

Olá, queridos/as/es!

Espero que estejam gostando do rumo que a história está tomando até aqui. Quero pedir desculpas pelo sumiço. Com a correria da faculdade, fiquei sem tempo e sem inspiração alguma pra escrever. O ponto positivo é que agora estou de férias, com a mente vazia e, portanto, prontíssima para escrever!

Mais tarde vou postar outro capítulo, um bônus como pedido de desculpa.

Por favor, não esqueçam de curtir e comentar, nem que seja me xingando kkkk.

- Anny Fireheart

Corte de Melodia e Luz Escarlate - ACOTARWhere stories live. Discover now