🔸CAPÍTULO DOIS🔸

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Voltei para o quarto e me deitei na cama. Chorava sem parar com uma angustia que parecia estrangular minha garganta. Era uma tristeza que não seria capaz de descrever. Usei o travesseiro para abafar o som e não ouvir meu marido transando com sua amante na sala de nossa casa.

Quando que nosso casamento havia dado tão errado? Em que momento Roger deixou de me amar ao ponto de me desrespeitar daquela maneira? Era mais simples pedir o divórcio que permitir que eu sonhasse com nossa reconciliação algum dia.

Eu tentava salvar nosso casamento e já até havia agendado uma consulta numa clínica de fertilização. Mas nem mesmo um filho seria capaz de recuperar aquele desastre de relação.

Uma luz forte que entrava pela janela bateu em meu rosto e me fez despertar. O relógio de parede do quarto me mostrava que já passavam das oito da manhã. Pegara no sono sem perceber. Eu estava sozinha no quarto e havia um completo silêncio.

Caminhava pelo corredor e vagarosamente e ainda lá do alto da escada, chequei a sala. Observei muitas garrafas de cerveja pelo chão e bitucas de cigarro. Não havia ninguém mais ali. Roger sumira novamente.

Fui descendo as escadas lentamente. Ainda permanecia um cheiro de nicotina impregnado no ambiente e eu jurava que o perfume da amante dele se misturava àquele odor.

Recolhia as garrafas do chão quando a porta da sala se abriu. Era meu marido ainda vestido com a roupa do trabalho e o cabelo um pouco desgrenhado. Trazia olheiras profundas abaixo de seus olhos e tinha um aspecto cansado.

— Oi! — Disse ele arrancando os sapatos.

— Oi, Roger. Como vai? — Peguei a última garrafa e a pus dentro da sacola.

— Preciso falar com você , Samantha. — Roger coçou o canto do rosto. Não estava confortável.

— Diga! — Falei caminhando para a cozinha. Deixaria as garrafas lá.

— Bom. Eu quero me separar! — Comunicou-me sem muita cerimônia.

Meu coração disparou a mil. Senti as pernas tremerem. Fato era que estava decidida a terminar, mas no fundo do peito prevalecia o sentimento que nutria por meu marido, reconsiderando continuar com as tentativas. E Roger simplesmente estava tendo a coragem de fazer aquilo que eu não tive.

Roger era lindo. Enquanto falava, logo a minha frente, eu apenas lembrava do nosso primeiro beijo, do toque dele na minha pele. Da nossa primeira noite de amor e da viagem pra Cancún.

Roger falava, falava e falava, talvez explicando-se. Mas eu não queria ouvir, eu só desejava ter aquele homem romântico por quem eu me apaixonara anos antes, de volta.

— Vou fazer as minhas malas. A casa é sua. Amanhã meu advogado te ligará para tratar da papelada. — Foi a primeira  coisa que ouvi. Era como se eu estivesse num transe segurando a sacola com as garrafas.

— Ok. — Eu tremi ao dizer essa pequena palavra. Talvez fosse desabar em choro ali mesmo.

— Espero que fique bem, Samantha. Boa sorte.

E como se fosse um desconhecido, Roger subiu ao quarto segurando os sapatos na mão.

Ajeitou o que bem conseguiu em sua mala e saiu pela porta da sala.

Da janela da cozinha o vi dando partida no carro e o barulho do motor se distanciando até o carro desaparecer.

Foi o tempo de sentir minha vista escurecer e as pernas perderem as forças.

Desmaiei.

NOTA: tenho mais capítulos prontos, mas tô com medo de flopar. O que vocês acham?

APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?Where stories live. Discover now