CAPÍTULO VINTE E CINCO

3.4K 322 16
                                    

  Depois de o vizinho e eu termos quase nos beijado ele simplesmente sumiu do mapa no dia seguinte. Bom, pelo menos eu estava acreditando  que havia rolado algo a mais entre nós dois, apesar de que outra vez poderia apenas ser coisa da minha cabecinha de vento.
  A casa dele logo do outro lado da rua aparentava estar vazia. Calculei que o vizinho havia viajado. O carro não estava na garagem também. Mas e o gato que Caleb disse ter? E se ele tivesse se mudado sem avisar?
  Meu coração meio que se apertou e fiquei sem graça, me sentindo estranha com essa possibilidade. Mierra disse que eu poderia estar me apegando ao primeiro homem que apareceu depois do divórcio com Roger . E ela poderia ter alguma razão. Mas de todo modo, não mudava o fato de que uma coisinha no coração batia mais forte quando pensava em Caleb.
 
  Por falar em divórcio, finalmente Roger havia marcado o dia de assinarmos os papéis. Apesar dele também ser advogado, Roger não quis cuidar disso e deixou outro profissional a cargo.
  Supliquei para Mierra ir comigo porém ela já tinha uma viagem marcada para o Rio de Jeneiro. Eu estava surtando por ter que ir sozinha enfrentar meu ex-marido.
  Era em um prédio comercial logo na rua de trás dos hotéis Monroe. Eu vestia uma calça jeans soltinha e um casaco de cor caqui por causa da manhã gelada de outono. Eu já nem sabia há quantos anos havia comprado aquelas roupas. Mas lembrava de que eram bem velhas.
  Estava sentada em frente a sala me perguntando se havia chegado cedo demais, pois no corredor havia apenas uma faxineira esfregando o chão.
  Após alguns minutos, o barulho da porta do elevador se abrindo e uma conversa me chamou a atenção.
  Roger trajava um terno chique - como sempre - e estava de mãos dadas com a menina loira que ele havia levado em casa naquela fatídica noite. Ao menos aparentava ser.
  A garota era realmente bonita, parecia a Pamela Anderson jovem. Tinha os cabelos loiros e ondulados presos num coque e usava um vestido branco justo até os joelhos. Ela era sexy apesar de não ser nada vulgar.
  Ou eles fingiam ou de fato não me viram. Nesse meio tempo enquanto se aproximavam eu dei uma olhada para mim mesma e fiquei envergonhada por talvez estar toda mal vestida. Não havia como me comparar a nova namorada de Roger.
  Ela estava extremamente linda e bem vestida e eles sorriam e riam uma para o outro, demonstrando serem um casal muito feliz.
  - Ah, oi Sam! - Roger perdeu o sorriso ao finalmente me notar sentada perto da sala do advogado.
  - Oi, Roger. Como está? - eu disse com um aceno leve sem me levantar da cadeira.
  - Essa é Lissa. Minha... bom, minha esposa agora.
  E eu ainda me lembrava de que era ela provavelmente que estava grávida do meu ex-marido. Olhei para a barriga daquela moça e não parecia ter um bebê lá dentro.
  - Tudo bem, Lissa! - a cumprimentei.
  - Estou otima, Samantha.
  Lissa me pareceu ser gentil. Até tentei sentir algum ódio dela, porém não consegui. Roger que me devia explicações e não ela. Ela apenas deveria ter sido mais empática; ter se colocado em meu lugar. Mas nada muito além disso.
 
  Assinamos os papéis e foi a última vez que vi Roger. Voltei para casa e guardei os papéis do divórcio assinados dentro da gaveta do escritório que antes era dele.
  Pelo resto da tarde terminei de recolher as coisas que ele havia deixado em casa, como os dvds de jogos de videogames
  Até peguei o celular para ligar e perguntar se ele não queria as coisas de volta. Mas hesitei e pensando melhor não seria bom, pois me traria gatilhos e lembranças ouvir a voz dele novamente.
  A tv da sala estava ligada num volume baixo enquanto empurrava caixas abarrotadas de objetos de Roger para o almoxarifado. O letreiro do jornal me chamou a atenção. Dizia que um famoso desembargador da capital havia sido morto na saída de uma balada. Fiquei com pena do cara até a repórter acrescentar as suspeitas de envolvimento com prostituição infantil por parte do desembargador. Transferi meus sentimentos para a viúva que chorava em frente as câmaras .
  Era muita notícia ruim naquele horário e desliguei a TV quando iam relatar o caso de violência doméstica.
 
  Papai havia marcado de me visitar naquela tarde. Falou que estava com saudades e eu sabia muito bem o que as saudades dele significavam.
  - Oi pai! - Disse abrindo a porta para ele.
  - Samantha, meu anjo, como está? Não diga que sua mãe também está aqui!
  - Não, pai, pode ficar tranquilo. Era só virá no domingo. Entre.
  Papai deixou o casaco ao lado da porta e sentou-se no sofá.
  - Por que há um homem de terno preto em frente a sua casa?
  - Do que está falando, pai? - puxei a cortina da janela da sala e vi o tal
  Homem de quem papai falava.
  - Deve ser algum doido. Esta cidade já não é mais a mesma! - disse mais para mim que para o meu pai.
  - Bom, eu conversei com ele. Disse que trabalhava para um Tal de Caleb. Conhece?
  Então ele some e coloca um segurança na porta da minha casa. Excelente ideia, Caleb.

~*~

NOTA: Caleb tá misterioso demais. Acho que a Sam precisa de um mendigo na vida dela kkkkk

APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?Where stories live. Discover now