ÚLTIMO CAPÍTULO

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Via com admiração a determinação nos olhos de Samantha, mesmo meu racional tentando me lembrar que a competição já estava mais que ganha por Roger.

E vários arrependimentos começavam a surgir, de que talvez eu poderia tê-la treinado mais vezes a atirar. Que poderia pensar em inúmeras maneiras de livra-la daquelas situações. Mas não, agora Samantha estava prestes a participar de um jogo onde todos ali sabiam o resultado.
Por quê? Por quê? Eu deveria estar no lugar dela, o tutor deveria me escolher para disputar aquilo. Não era justo!
Por um instante pensei em correr até Samantha e puxa-lá pelo braço, na tentativa de fugirmos.
Porém seria tolo demais. Eu andaria poucos passos até ser fuzilado por aquela quantidade toda de agentes que nos cercavam. Seria preciso mais uma vez contar com a sorte.

A respiração de Samantha era leve e suave, a mão apertando a arma com tanta força que me permitia sonhar que ela fosse ser mais rápida e atirar , acertando Roger em cheio. Pularia de alegria. Festejaria.

E meu coração ardeu quando Roger sacou uma arma da cintura e atirou contra Samntha três vezes. Um dos tiros foi com a arma que o tutor Senior havia entregue e outros dois com a que Roger trazia camuflada na cintura. Ele até tentou efetuar outros disparos, mas não havia mais balas em nenhuma das armas.

Os tiros acertram em cheio o torax de Samantha, que foi quase que arremessada para trás com o o impacto das balas. Foi inevitável que uma lágrima escorressse dos meus olhos.

Ver o amor da sua vida morrer bem diante dos seus olhos era o pior castigo que a vida poderia te rme dado depois de todos os pecados que eu havia cometido. Era daquela maneira que o céus iriam me cobrar meus pecados? Uma punição que faria outra pessoa pagar? Samantha era inocente, o mundo que havia sido cruel com ela.

Eu não me lembrava da última vez que sentira algo tão intenso por alguém antes, que me fizesse sorrir para o nada ou sentir borboletas no estômago. Ah, como eu desejava tê-la conhecido antes, quando éramos mais jovens.

A levaria para passear, teríamos dois gatos, um deles sendo o Romão, é claro. Viajaríamos para o Nordeste e eu a amaria cada momento. Faria de tudo para fazê-la sorrir. Eu tinha certeza de que seríamos felizes!

Eu a livraria de ter se casado com aquele homem inescrupuloso e ela talvez me impedisse de ser um assassino. Porém era tudo sonho, que fazia meu peito arder e minhas lágrimas rolarem ainda mais.

A mulher que eu amava estava provavelmente morta caida no chão. E eu nem mesmo pdoeria correr para abraçá-la.

Ah, como eu queria correr em direção ao Roger e encher a cara dele de socos e pontapés. Eu bateria com tanta força que iria desfigura-lo.

Roger sorria animado, satisfeito por ter conseguido vencer o duelo proposto pelo tutor Senior. Imbe*cil, nojento. Se eu saísse vivo dali destinaria meus dias a caçá-lo e me vingar. Não ficaria daquele jeito.

- O agente vinte e três está chorando? - Roger riu. - Era só uma vadia. Nada que não possa superar.

As minhas palavras entalaram na garganta. Havia uma descarga adrenergica que simplesmente não me permitia retruca-lo. A minha Samantha era doce. Um anjo. Não era uma vadia qualquer.

- Vinte e sete. Devo promovê-lo a tutor tão logo você acabe com o vinte e três! O que acha? - Dizia o tutor Sênior - Consegue vencê-lo?

- Mas é claro, tutor. Basta me dar outra arma.

Pois eu o deixaria vencer. Que acabasse com aquilo logo. Eu não sabia se conseguiria ligar com aquela dor pelo resto dos meus dias. Seria uma tortura até meu último dia de vida.

Um dos agentes preparava a munição. Seria um duelo similar ao que acontecera ha pouco com Samantha. Mantive a cabeça baixa. Não era capaz de observar o corpo delicado e frágil dela sem vida.

Mas antes que qualquer arma fosse entregue a nós dois , o barulho de tosse vindo do corpo caído no chão me fez sentir uma pontada de esperança. O tutor senior se virou para Samantha um pouco perplexo. E como se fosse uma fênix linda e imponente, ela levantou-se vagarosamente do chão, pondo-se outra vez em pé.

A arma estava empunhada e calmamente Samantha a ergueu em direção ao ex-marido, que perdia o sorriso.

- O quê? - Balbuciou Roger com os olhos arregalados.

- Ah, maridinho - ria Smaantha, cansada, mas ria - Você achou mesmo que eu viria me encontrar com dois assassinos totalmente desprotegida?

Samantha abriu sua jaqueta sem pressa e um resistente colete a prova de balas a protegia. Era possível ver as marcas dos três tiros no colete.

- Espero que você tenha mais balas,
Meu docinho, , ou do contrário,nós veremos no no inferno!

- Você não teria coragem de atirar! Você é fraca ! - Roger dizia isso para quem sabe distraí-la. Ele não tinha mais munição.

- Ah, que pena, maridinho. Foi um des-prazer ter te conhecido. Mas é como dizem os votos: até que a morte nos separe. Vou te dar a honra de ir primeiro...

E após essa frase Samntha disparou contra Roger, que não tinha mais nenhum trunfo ou munição para contra-atacar. Quem poderia imaginar que Samantha usaria uma estratégia tão simples porém eficaz?
O tiro acertou o pescoço de Roger e uma explosão sanguinolenta fez jorrar sangue a uma longa distância. O tiro dela havia sido certeiro na jugular do ex-marido, que caiu no chão agonizando!.

Eu estava sorrindo por saber que ela não estava morta. Minha Samantha permanecia ali, em pé, diante dos meus olhos.

- Mas que menina mais malvada! - Dziia o tutor senior olhando com desprezo para o corpo de Roger- Olha, confesso que estou impressionado, Senhorita Samantha. De alvo você acabou mantan*do um assassino de aluguel, um dos mais experientes! Isso é formidável, é exatamente o perfil de assassino que a X-REnt procura. - O velho senhor olhou para mim - Vinte e três, se aproxime!

Obedeci a ordem do tutor. Estava tomado por uma euforia e fiquei parado em frente a ele.

- Vinte e três, vocÊ será incumbido de treinar essa moça para ser a nossa mais nova assassina de aluguel!

Não, Samantha nao. Aquele mundo de assassinos não era pra ela. Ela merecia paz, amor, carinho. E não ma*tar pessoas.

- Mas senhor, mulheres não são permitidas, são?! - Foi a primeira desculpa que encontrei

- Isso é passado, agente vinte e três . Estamos no século vinte e um. Não seja machista, meu caro. Queremos diverisifcar e nos adapatarmos ao mundo moderno. Vai treiná-la ao longo do ano e farão missões juntos.

- Mas senhor...

- Eu acho que fui claro, não? Ou prefere que eu a mate?

- Não, senhor.

- Pois bem. A próxima missão, vinte e três, será em Brasilia. Vamos ma*tar um político. Acho que será um prato cheio para levar Samantha e treina-la em campo. Aliás , nem será uma tarefa tão complicado, já que a moça se mostrou perversa e acertou em cheio o pescoço do ex-marido. Formidável! Samantha é uma jóia preciosa! - O tutor tragava seu charuto e gargalhava.

Engoli em seco ao olhar para Samantha, que se mantinha inexpressiva.

Como seria dali em diante, convivendo com o amor da minha vida que provavelmente me odiava irremediavelmente?

Mas não importaria o que me custasse, eu iria protegê-la até o último dia da minha vida. Ninguém mais faria mal a ela. Seríamos ela, Romão e eu. Óbvio que eu precisaria tomar cuidado para ela não me sufocasse enquanto eu dormia de noite, mas já estava acostumado com o perigo.

E o perigo, agora, era ela.

FIM...

APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?Where stories live. Discover now