CAPÍTULO VINTE E SEIS

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Bom, eu não iria envolver papai naquelas paranóias todas. E Caleb deveria ter me avisado sobre o fato de colocar um vigilane em minha porta, me perguntar se eu estava de acordo com aquilo.
Era melhor mudar de assunto.
- E Luísa, papai, como vai? Estão bem vocês dois?
- Quem?
- Como assim "quem"? Aquela moça que veio com você aqui no dia que você e mamãe discutiram.
Papai estava confuso tentando lembrar-se.
- Ah, sim. Luísa. Boa menina. Mas não estamos mais juntos.
- Poxa, pai, que pena. O que houve?
- Nada de muito sério. Ela descobriu que eu ainda uso o Tinder...
- Pai??? Mas vocês não estavam namorando?
- Sim. Ueh.
- E você estava em aplicativo de namoro??? O senhor não muda mesmo, né!- disse em tom de reprovação.
- Hoje não dá mais para ficar com uma só com tantas opções, Sam. Eu vou me divertir com essas novas tecnologias. No meu tempo não tinha isso não . Mas enfim, preciso de uma ajuda sua.
Era dito e feito.
- Fala. De quanto precisa?
- Não é muita coisa. Uns dez mil!
- O senhor sabe que não tenho tudo isso. Roger e eu não estamos mais casados, pai. Não tenho de onde tirar essa quantia toda, não!
- Cinco, Talvez?
Eu não estava acreditando. Era papai quem deveria me dar dinheiro e não o contrário.
- Dois mil é o que consigo, pai. Sinto muito pelo senhor.
- Pode ser. Já ajuda - deu de ombros.
Peguei o celular para fazer o pix para o banco dele.
- Mas deixa eu perguntar: o dinheiro é para quê?
Ele desviou o olhar. Era típico dele quando ia mentir.
- Investimentos. Depois conto melhor.
Eu não iria insistir que papai me dissesse a verdade pois ele era mestre em dar voltas e mais voltas até fazer a outra pessoa se perder em sua ladainha.
- Pronto. Veja se caiu na sua conta! - disse desligando o celular.
- Sim, tocou agora aqui - estava satisfeito olhando seu celular- Muito obrigado, filha. Mês que vem eu pago tudo certinho, viu?
Obviamente eu nunca mais veria a cor daquele dinheiro. Não seria a primeira e nem a última vez.
- Como achar melhor, pai. Espero que dê certo o que está planejando!
Papai já não prestava mais atenção em mim.
- Bem, preciso ir. Marquei com Vanessa de levá-la a casa dos pais.
- Vanessa seria quem??
- Ah, minha nova namorada! Vai amar conhecê-la, Sam. Alta que nem você. E bonita!!! Precisa ver!
- Mas achei que estivesse solteiro.
- Não. Eu nunca disse isso, filha.
Papai pegou seu casaco e partiu após me dar um beijo.
Pela janela lá ainda estava o homem que trajava um terno preto chutando uma pedrinha na calçada.
Quem seria aquele indivíduo? E o que teria a ver com Caleb? E se trabalhava para o vizinho não deveria estar em frente a minha casa.
- Ei, moço! - gritei da porta.
O homem virou-se para mim e sorriu dando um aceno simpático.
- Oi, senhorita Samantha. Em que posso ser útil?
- Como sabe meu nome?- Indaguei surpresa.
- Senhor Caleb me disse, senhora. Desculpe!
Óbvio, quem mais teria sido?
- Você vai ficar o dia todo aí? Esse sol não está te incomodando?
- Até meu turno acabar devo ficar aqui, senhorita Samantha. E o sol me faz bem, não se preocupe. Grato pela gentileza.
- Turno de quê?
- De segurança e ronda, senhora. Senhor Caleb pediu para fazermos vigilância em sua casa enquanto ele estiver fora. A noite me revezo com outro rapaz!
Caleb havia colocado seguranças na minha porta? E pra onde ele teria ido?
- Ah, sim - tentei não surtar - Você quer água ou um suco? Está com fome?
- Não senhora. Tenho tudo dentro do meu carro. Obrigado!
Aonde Caleb havia ido?
As sete em ponto Mierra estava parada com seu carro conversível em frente a minha porta. Ela buzinou e ligou algumas vezes para o meu celular.
Chequei uma última vez o batom no espelho reconsiderando a possibilidade de trocar a cor vermelha por um nude mais discreto. Mas desisti. Demoraria a encontrar.
Há tempos que eu não usava um vestido como aquele. Era justo, preto e de alcinha. Um decote singelo aparecia e mostrava mais pele do que eu gostaria.
De fato eu ainda tinha um corpo bonito e a roupa havia assentado bem desenhando minhas curvas. O cabelo estava preso num rabo de cavalo e havia uma mecha solta de cada lado contornando o rosto.
Saltos! Tive até que treinar antes para poder voltar a usar.
Enfim, já estava pronta e iria daquele jeito mesmo apesar de todas as indagações sobre o que pensariam de mim. Não queria parecer ridícula em uma festa!
"Que Deus me ajude nesses salto, amém" pensava saindo para encontrar Mierra e irmos ao Baile dos Monroe.


~*~

Nota: Deixa o voto, piranha!

APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?Where stories live. Discover now