CAPÍTULO VINTE E TRES

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Olhei atônita para Mierra que mantinha-se observando seu ex-marido desaparecer.
  - Desculpa, Sam. Eu precisei agir senão Marcos continuaria atrás da gente., como fez lá na cafeteria.
  Mierra abriu o zíper da sua bota preta de cano alto e guardou a pistola.
  - Eu ainda estou chocada com o fato de você saber atirar.
  Ela se endireitou ajeitando a saia.
  - É, atiro desde nova. Meu pai que me ensinou . Alegava que como mulher precisaria me defender.
  - E ágil também. Foi num piscar de olhos e você apontava a arma para marcos! - dizia espantada.
  - Prática, Sam. Prática!
  Aos poucos fui me distraindo conforme passeávamos pelas lojas. Mierra opinava sobre algumas roupas e eu fiquei admirada pela tendência dela em me fazer experimentar roupas muito curtas para o padrão que havia me habituado.
  - Agora você é uma mulher livre. Nada dessas roupas de casada, Sam. Esse vestido está ótimo. Para mim deveria ir com ele no baile de sábado.
  Me olhava no espelho sentindo uma sensação esquisita. Para Mierra eu estava linda. Para mim eu parecia nua.
  - Tem certeza, Mi?- perguntei indecisa girando em frente ao espelho.
  - Sem sombra de dúvidas.
  **************
 
 
  Desci do carro de Mierra bem na porta de casa. Estava cheia de sacolas de comparas.
  - Certeza de que não quer entrar, Mierra?
  - Não, eu tenho trabalho. Sabe aquele artigo que fiquei de enviar? Então, recusaram! Vou ter que começar do zero.
  - Sério??? Que chato isso!!!
  - Pois é. Muita exigência.
  - Ok. Tudo bem. Mais tarde te mando mensagem, então, Mi.
  - Pode ser. E ah, sábado estarei aqui na sua porta para irmos ao baile. Não vá furar. Já até escolhemos seu vestido!
  Sorri pela gentileza dela em me ajudar e fazer companhia.
  - Eu irei sim. As sete?
  - Uhum. Nesse horário estarei buzinando aqui em frente feito uma maluca!
  - Tá bem. Beijos!
 
  Esperei o carro de Mierra sumir na primeira curva antes de entrar. Já colocava a chave da fechadura quando Caleb me gritou do outro lado da calçada.
  - Oi, Samantha! - Ele olhou para os dois lados antes de atravessar verificando se não vinha algum carro e correu até mim - Se quiser eu posso ajudar você nos reparos do estrago que as balas deixaram. E dou um jeito nos cupins da sua estante também.
  - Ah, oi, Caleb. Faria isso??
  Ajeitei as sacolas girando a chave no trinco.
  - Claro. Prometi que sim. Se quiser até posso agora. Só o tempo de pegar minha caixa de ferramentas.
  Gentileza a dele!
  - Por mim está perfeito! Aproveito esse tempo e guardo essas compras.
 
  Apesar de ser outono, o sol do meio da tarde iluminava bem a sala e deixava o ambiente um pouco abafado. Cruzei da cozinha para o jardim atrás da casa e reparei Caleb suando enquanto martelava a parede. Ele havia consertado a janela e os estragos na parede da sala.
  - Quer água, Caleb?
  - Nossa . Seria ótimo ! - respondeu secando o suor da testa - e você se importa se eu tirar a camisa?
  Era brincadeira aquilo?
  - É... não, não. Pode tirar . Eu vou buscar uma água gelada pra você.
  "E pra mim também" pensei aflita.
  Olhei para o espelho da sala e reparava Caleb pelo reflexo retirando a camiseta preta. Cada músculo do tórax parecia tensionar e enrijecer enquanto ele dobrava o tecido da camiseta. Aquele homem ficava mais bonito a cada dia que eu o via.
  O primeiro copo de água gelada tomei sozinha em um único gole. Era um calor, uma temperatura alta.
  - Aqui está! - estendi o copo de água gelada para ele.
  Caleb segurava um prego preso entre os lábios.
  Ele cuspiu o prego no chão antes de pegar o copo das minhas mãos.
  - Nossa, obrigado. - ele se deliciava com a água - Por que está tão longe de mim, Samantha?
  - Não estou longe!l, Caleb - será que ele percebia meu corpo tremer?
  - Está sim. Praticamente esticou o braço todo para me entregar a água. Eu não mordo.
  "Mas bem que poderia" pensava minha cabecinha pervertida que parecia ter criado vida própria.
  - Impressão sua! É que está quente! Deve ser isso.
  Caleb colocou o copo sobre a estante e deu dois passos pra perto de mim.
  - Você tem medo de mim, não tem?
  Não sabia se era medo. Era algo estranho e sombrio. E sexy ao mesmo tempo.
  - Nao é isso, é que... bom, eu sempre fui casada e agora você está aqui - desconversei.
  - Como assim? Incomoda você a minha presença? Estarmos somente você e eu? Juntos nessa casa?
  - Não! Não, de forma alguma. Deixa pra lá.
  - Fala! - Ele chegou mais perto. - O que você sente quando eu fico tão perto de você?

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Bjs.

APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?Where stories live. Discover now