PARTE II - CAPITULO 1

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O helicóptero da X-Rent nos deixou em Brasília as 5:25 h da manhã. Ser treinada por Caleb não era exatamente o que eu desejava depois de tudo o que ele me fez. Porém, era isso ou uma caixa de madeira a sete palmos da terra.

Pensem comigo: o cara tenta botar uma bala
Na sua cabeça e depois disso você vai ter aulas com ele como se fosse roteiro de um filme porn*ô? O que ele esperava? Que eu colocasse uma saia high-school e mordesse um lápis de maneira sexy?

Nosso alvo era um senador que estaria naquela
Manhã em plenário, votando alguma emenda parlamentar. Até perguntei porque iríamos eliminá-lo, mas Caleb respondeu que sob hipótese alguma a agência dizia quem era o cliente.

— E você se acha um agente espertalhão mas não sabe nem mesmo o que está fazendo, Caleb! — Disse passando pela porta giratória do Hotel.

— Admita que você irá me esculachar o tempo todo, garota. Que não tem nada a ver com a missão ou nosso trabalho. Você está ressentida com o que houve! — Ele colocou os óculos e sinalizou para que eu fizesse o mesmo.

Caleb vestia uma camiseta preta e uma calça jeans. Eu estava toda de preto, até mesmo minha bota era preta. Ia logo atrás de Caleb, meu mentor. Era o auge.

Preto era como uma cor padrão da X—Rent e, no curso de preparação da agência, eles mencionavam que era bom que déssemos preferência ao preto mas que não se tratava de uma regra.

Eu achava a cor sinistra e tão chamativa quanto uma bola de arco-íris. Mas Caleb — pra variar — rebateu dizendo que não se tratava de ser percebido. Era sobre não ser lembrado.

— Por exemplo: uma mulher bonita como você, Sam não passaria despercebida jamais! — Havia ironia nessa parte?— O que a agência não quer é que se lembrem de você e não que não seja notada! — Caleb ajeitou meu óculos sobre o nariz, me deixando mais irritada — e os estudos da X-Rent mostram que, testemunhas oculares costumam mencionar me os vezes em seus depoimentos, pessoas que vestiam preto.

— Duvido que tenha  sido um estudo duplo cego e randomizado! — chegávamos a recepção.

— Duplo quem?

Revirei os olhos.

— Creio que não leu nenhum dos artigos que os instrutores mandam nas fases iniciais do treinamento , não é? Esses detalhes que mencionei conferem mais confiabilidade a um estudo. Diferente de você, Caleb, eu não acredito cegamente nas palavras de um instrutor e...

Caleb olhava para os lados com certa desconfiança. Aparentava ter notado algo que eu mesma não percebera.

— Sam, repare que há uma pessoa de preto ao sul, outra ao leste , uma ao norte e outra a oeste neste saguão. Não estão exatamente na posição, mas tenho quase certeza que se trata de um cerco — Claeb quase que sussurrou em meu ouvido.

Rapidamente deixei escorregar pelo meu pulso sob a manga da jaqueta, uma pequena esfera de prata que servia como cortina de fumaça quando explodida.

Lição número 2 : apesar das diferenças com seu parceiro de missão, sempre dê atenção a qualquer suspeita de ameaça a segurança de ambos. E era exatamente o que acontecia. Se Claeb percebia uma emboscada, eu deixaria as desavenças para depois.

— Ok, Caleb. Apenas me abrace pela cintura e vamos fingir abrir reserva. Se colocar a mão por debaixo do casaco da jaqueta, vai conseguir pegar uma pistola que trouxe.

— Você trouxe uma pistola na cintura? Como não foi pega no detector de metais do hotel?

Sorri de canto de lábio, com muita presunção.

— Segredo, bebe. A velha Samantha não existe mais. Agora pegue a drog*a dessa arma porque a mulher ao leste está mexendo na bolsa dela. E não acho que será um batom o que ela vai pegar.

Caleb, antes de pegar a arma, apertou com força a a minha cintura e eu já vislumbrava as marcas dos dedos dele tatuadas na minha pele. Para não deixar barato, pisei com o salto agulha da minha bota  em seu pé e apenas pude ouvi-lo tossir de dor.

— Documentos. Por favor! — Pedia uma recepcionista com um sorriso gentil.

Caleb entregou nossos RGs falsos enquanto eu ainda observava a mulher com a bolsa. Ela
Levava mais tempo que o necessário para pegar qualquer acessório.

E antes que pudesse me voltar novamente para a recepcionista, desci com a bolinha de prata sobre a mão e a apertei para conseguir aquecê-la com o calor do corpo. Era o jeito de ativar parcialmente os componentes químicos contidos nela.

Em seguida, passei a raciocinar: aquela bolinha de prata não faria uma cortina de fumaça que envolvesse a mim e Caleb. No máximo despistaria um dos suspeitos, mas fato era que provavelmente nos cercavam em todos os cantos. Eu precisaria otimizar o efeito daquela esfera.

Olhei para cima e havia um detector de incêndio. Talvez fosse a solução.

— A mulher mexendo na bolsa e o cara que estava ao sul trocaram de posição. — Mencionei a Caleb.

Caleb não olhou. Apenas assentiu enquanto observava a recepcionista digitar nossas informações falsas no computador e abrir a reserva.

— Está preparada, Sam? Acho que será sua primeira missão em campo.

Eu sorri com prepotência, ansiosa para me tornar tão perigosa quanto ele:

— Vamos mandar ver, Chefinho — debochei engatilhando a bolinha de prata pronta para arremessá-la pelos ares.

Nota da autora: bem, vou antecipar alguns capítulos. Mas paragem diária apenas será em Julho. Pois no momento finalizo outro livro.
Comentem muito e me sigam. Sei que muitos não votam e não me seguem.
Beijos e posso retornar a qualquer momento.

APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?Where stories live. Discover now