PARTE II - CAPÍTULO 13

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~*~

De acordo com o mapa  eu deveria sair pelos portões e percorrer a estrada de terra no sentido ao sul. O problema era que eu chorava de pavor e corria até o ar passar raspando pela minha garganta, empenhada em uma fuga que poderia custar a minha vida. Logo o raciocino ficava comprometido para me lembrar onde era norte ou sul. Mas consegui.

A estrada era muito ampla e deserta. Se Caleb fosse me perseguir com um carro ficaria muito simples de me pegar. Era preciso tomar um caminho que não estava no roteiro, entrar pela
mata a esquerda , me camuflar e torcer para não ser alcançada.

Foi o que fiz.

Era uma escuridão imensa naquela floresta densa e assustadora. Os galhos faziam resistência a minha passagem e as vezes chegavam a arranhar meu braço Porém eu não poderia parar. Era luta ou fuga. Obviamente não seria racional lutar contra o meu marido.

Então fui tomada pela razão e pensei durante alguns segundos. Talvez fosse melhor me esconder na mata à continuar correndo e chamar a atenção pelo barulho da fuga. Quando amanhecesse eu retomaria meu caminho com calma e em sevuranca. Isso também evitaria que eu adentrasse cada vez mais aquela floresta e me perdesse.

~*~

— Samantha!!!! — Eu podia ouvir Caleb me gritando ao longe, a voz dele ecoando. — Vocd sabe que eu vou encontrar você! É inútil tentar escapar, Está me ouvindo??!! Samantha!!!!!

Permanecia atrás de um tronco de árvore caído, sentada no chão abraçando as pernas. Tentava engolir o choro, murmurando baixinho para não fazer qualquer ruído.

Em alguns momentos os gritos dele ao me chamar pareciam mais próximos, o que me deixava apavorada. O medo era tão intenso que  até mesmo tapei os ouvidos com os dedos, para não escutar a voz daquele monstro que dizia ser meu marido. Isso me causava ódio. E caso eu fosse pega, lutaria contra ele, mesmo que Caleb me matasse. Mas não voltaria para aquele infern*o de mansão. Jamais!

Eu estimava que ele tivesse feito as buscas por pouco mais de meia hora. Nada além disso. Não sabia o horário — deixara o celular para trás, para não ter chance alguma de Caleb me rastrear pelo aparelho. Creio que meu marido foi inteligente ao imaginar que não seria nada fácil me encontrar na mata fechada em meio a escuridão.

Aos poucos os chamados dele diminuíram até o silêncio reinar outra vez. O pavor ainda me dominou por um tempo e continuava a chorar, receosa de que ele surgisse em minha frente de forma inesperada. Era como se estivesse tentando escapar de um animal feroz.

Mas não aconteceu nada nas horas que se seguiram — para o meu alívio. E a exaustão me tomou de tal Maneira que eu adormeci escorada ao tronco de árvore caída, abraçada as minhas pernas.

~*~

O dia amanheceu frio e o único casaco que trouxera não estava sendo suficiente para me manter aquecida. Acordei alerta, num suspiro agitado e olhos arregalados. Daquela vez não era um pesadelo, eu realmente vivia uma situação complicada.

Me ergui parcialmente, mantendo o tronco inclinado, averiguando se o terreno era seguro para mim. E parecia estar sozinha na floresta aquela hora do dia. Quem sabe poderia retomar a fuga?

Atenta, ouvia motor de carro passando ao longe. A princípio, pensei que fosse Caleb, mas os sons se repetiam e concluí ser apenas um tráfego comum de veículos pela estrada.

Me guiei por esses sons de motores até encontrar a estrada de terra. Por segurança, esperei um tempo por entre as árvores. Olhei para um lado e para o outro e acho que já havia andado uma distância considerável, pois nao via mais à mansão de onde me encontrava.

APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?Where stories live. Discover now