CAPÍTULO QUARENTA E DOIS

2.7K 321 42
                                    

Meu estômago vibrava ao avistar a altura em que estávamos. O helicóptero, apesar de ser enorme, balançava muito em toda manobra que o comandante fazia. Era muito pior que avião.

Em menos de uma hora sobrevoávamos a cidade maravilhosa. Tomei um susto quando o helicóptero contornou a cabeça do Cristo redentor que estava lindamente iluminado, lá no alto da montanha que depois soube que se chamava Corcovado.

Conforme tomamos distância, pude contemplar a estátua como um todo, enorme e suntuosa, de braços abertos para a cidade. Um sorriso discreto surgiu no canto da minha boca. Aquilo me distraiu dos problemas.

- Lindo, né? Por isso eu amo o Rio! - Mierra tinha um brilho no olhar ao avistar a cidade lá de cima- E aposto que vai adorar meu bairro. Moro no alto da Boa Vista. Tem muita árvore, pássaros e um ar fresco. Certeza de que te fará bem após...

Mierra se deteve ao quase me lembrar da traição que eu havia sofrido.

O outro heliporto era num bairro chique na Zona Sul do Rio de Janeiro. Estava menos frio que em São Paulo. A vista dali era diferente: conseguia ver a faixa de areia e as ondas do mar arrebentando na orla. O vento era bem agradável.

Dois homens de terno preto nos levaram até um estacionamento. Mierra me orientou a conversarmos somente quando chegássemos na casa dela. Concordei.

Realmente o bairro dela parecia agradável, por vezes passávamos por mata fechada. A rua muito bem pavimentada e um cheiro doce de eucalipto envolvia o ar que eu respirava.

Ao descer do carro me deparei com uma imensa casa , de dois andares, detalhada com pedras rústicas nas laterais. Havia janelas gigantescas que davam visão para dentro da enorme construção. Dali já pude observar que Mierra não era uma mulher de poucas posses.

Dois homens ficaram parados na porta de entrada, deviam fazer escolta. Grande ironia, eu não me livraria de um vigia tão cedo.

- Venha. Vamos subir ao seu quarto. Pedi a Georgina para deixar tudo arrumado pra você. Depois apresento a casa!

A mobília era linda. Eu nem saberia descrever as coisas que haviam lá. Do chão até o teto era uma distância enorme que me fazia sentir como se fosse uma formiga. Pra que ela precisava de três salas com tantos sofás? Não parecia que morava muita gente ali.

- E amanhã precisaremos comprar roupas pra você. Não teve tempo de trazer nada - Mierra entrou no quarto e foi direto as cortinas para fechá-las.

- Sim. Sim. Mas será que você pode me tirar algumas dúvidas agora? Até gostaria de esperar um tempo, esfriar a cabeça coisa e tal. Só que estou muito ansiosa.

Mierra parou e me olhou por um tempo, talvez pensando se seria certo mantermos a conversa.

- Bom, se você deseja isso. Pergunte! Prometo que não haverá mais segredos entre nós. Não até isso colocar sua vida em perigo!

O quarto era muito grande, diria que um exagero. A cama era imensa e aparentava ser extremamente confortável.

- Se você sabia que Caleb era um assassino que estava recrutado para me matar por que não disse nada? Por que o deixou ficar perto de mim por tanto tempo?

Ela sentou-se na cama.

- Sam, eu não estava certa se ele era ou não um assassino! Havia sessenta por cento de chance. Mas os outros quarenta poderiam torná-lo inocente. Então eu apenas tentava afastá-lo de você até concluir a operação ou descobrir algo mais palpável. E pra piorar as coisas, não era possível te contar quem eu era realmente. Não imagina como me senti impotente em ver as coisas acontecendo sem poder dizer nada!

APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?Where stories live. Discover now