APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?

PÓS CRÉDITO

Mamãe não havia conseguido me casar com senhor Clovis e acabou tentando ela mesma dar o golpe do baú.

- Como estou, Sam? - Dizia mamãe com o vestido branco em frente ao espelho.

- Está ótima, mãe. E o noivo? - Perguntei.

- Espero que esteja respirando! - Respondeu puxando a barra longa do vestido.

- Não, mãe, perguntei se ele já foi para a igreja!

- Ah, sim. Que cabeça a minha. Deve estar lá já. Antes Clovis iria passar para trocar o tanque de oxigênio. Pobre homem, acho que não vai durar muito! - Mamãe deveria se esforçar mais para fingir que se importava.

- Ah, mas com as tecnologias de hoje, talvez ele dure bastante, mãe!

- Não diga bobagens. Não podemos dar falsas esperanças aquele pobre homem! De ficar sofrendo nesta vida. Eu já estou preparada para o pior - Mamãe segurou minha mão - Será uma tarefa difícil ser viúva tão recém casada. Mas serei forte, eu juro!

- Mãe, não sabemos quando ele irá morrer! - Eu disse chocada.

- Mas todos iremos! Todos iremos. Agora vamos e me ajude a segurar o véu!

Eu entrei vestida de lilás a pedido de mamãe. E como o acordo feito previamente, Caleb vestia um smoking elegante ao pé do altar. Não pude encara-lo. Eu não o queria ali. Eu odiava saber que passaríamos todos aqueles meses juntos até a X-Rent decidir o que fazer de vez.

A marcha nupcial começou e logo mamãe entrou muito contente. O padre e senhor Clovis também a aguardavam no altar.

A cerimônia decorria normalmente até os votos:

- Senhor Clovis, aceita Joana como sua legítima esposa?

E como se fosse um último sopro, senhor Clovis arregalou os olhos, suspirou e caiu duro no chão da igreja. Isso sem antes assinar os papéis de casamento que deixaria toda a fortuna dele para mamãe.

Pois é, não foi desta vez que mamãe se deu bem.