PARTE II - CAPITULO 17

812 98 3
                                    

~*~

E vinte e quatro horas após o incidente nada de encontrar Samantha. O telefone dela não atendia ou recebia as mensagens. Algo de errado acontecera. Onde estava o corpo, caso algo de pior tivesse acontecido? E o sangue respingado no piso do hotel?

Eu ia refazendo mentalmente os acontecimentos do dia anterior. Passo a passo até o ponto em que vira Samantha pela última vez usando o extintor como arma. Depois o silêncio e o sumiço de todos, incluindo o dela.

Mal conseguia pregar os olhos, passando a noite em claro. Queria muito resolver aquele problema, reencontrar Samantha. Eu jurei protegê-la, fosse da X-RENT fosse de qualquer outra pessoa que ousasse machucá-la. E agora eu nem mesmo sabia onde ela se encontrava. Angustiante!

Mantinha um sono leve no sofá da casa — a há que ate poucos meses vivia com Samantha — e despertei com o barulho do meu celular tocando. Pelo código na tela presumi que fosse meu tutor.

— Vinte e três. Onde está a novata? — O tom de voz era impositivo, apesar da distorção eletrônica do timbre.

— Ela sumiu, senhor. Ontem no hotel fomos cercados... A princípio achei que fosse
Um teste de vocês, mas pelo visto na era... — Eu não conseguia disfarçar a decepção ao respondê-lo.

— Isso não é bom, agente. Não é! Os tutores sênior da agência suspeitam de que ela desertou e fugiu. Você sabe o que isso significa, não sabe?

Eu estava tão exausto. Poderia ser plausível que Samantha tivesse fugido. Não poderia descartar tão possibilidade. Ela odiava toda aquela situação e gestos dela me diziam que Samantha me suportava para se manter viva. Acho que eu também teria tentado fugir.

Contudo, havia um pressentimento de que ela corria perigo. De que algo não se encaixava em tudo aquilo.

— Eu sei, senhor. Eu sei. Essa é uma possibilidade. Mas também pode ter sido um ação policial, não sei. Quem teria armado aquela emboscada?

— Não houve qualquer operação da polícia ontem, vinte e três.

Eu forcei a respiração, exausto.

— Então não sei como responder. Eu realmente não sei! — Suspirei frustrado.

— Pois trate de encontrá-la. Viva ou morta. A chefia está me cobrando.

O tutor desligou a chamada e eu arremessei meu telefone para frente. Era como se fosse um pesadelo. Eu já estava com a imagem completamente comprometida na agência e agora seria péssimo abrirem uma sindicância para apurar o caso de uma agente que desertara.

Mas nada disso era pior que a ausência dela, não saber o que acontecera. Quem eram aquelas pessoas que nos abordaram no saguão? O que queriam? Por que alvejaram Samantha e não a mim?

~*~

Decidi começar as minhas buscas. A primeira hipótese que levantei fora a de que talvez Samantha tivesse fugido. Eu poderia encontrá-la com a mãe ou na antiga casa em que vivia.

Parei com o carro em frente ao imóvel vazio onde por vezes eu invadi quando fui designado para eliminá-la. Não que fosse uma situação das mais banais, porém eu até que sentia uma certa saudade.

Era pouco desde sua ausência, mas lembrar do sorriso inocente dela das vezes que nos vimos por ali ou dela toda acuada com os ataques que sofrera, me fez sentir um aperto no peito. Samantha não merecia nada daquilo.

Deixei a chave no contato e os motores ainda ligados quando desci para olhar a casa. Seria breve.

— Ei... Olá! — A voz rouca se uma senhora me chamava.

APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora