PARTE II - CAPÍTULO 22

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~*~

*Samantha*

Ainda olhava ao meu redor naquele imenso salão no Hotel. Até que avistei uma porta entreaberta a esquerda. Minha respiração chegava a faltar apenas ao pensar na simples possibilidade de Conrado ter voltado dos mortos para me atormentar.

Caminhei vagarosamente em direção aquela porta, disposta a descobrir se havia algo ali dentro, se a voz que chamou por meu nome viera daquela direção.

— Samantha! — Chamaram outra vez.

Voltei minha atenção para trás e Rebecca estava parada na entrada do salão me olhando um tanto confusa.

— Oi... oi... — Desviei o olhar desconcertada — Acho que me perdi nesse hotel. -- Me explicava.

Ela sorriu com um riso acolhedor.

— Vem, eu te levo ao banheiro.

Me juntei a Rebecca e me afastei da porta entreaberta. Era preciso dar um tempo de tudo aquilo e me esforçar para esquecer todo e qualquer trauma que eu sofrera nas mãos de Conrado.

Mas enquanto saíamos, olhei por cima do ombro para a porta uma ultima vez e para o meu espanto ela estava completamente fechada.

~*~

*Caleb*

Haviam se passado seis meses desde que Samantha sumira naquele saguão de hotel. O fato da X— RENT praticamente saber o provável paradeiro dela e decidir não mover uma palha sequer me deixou completamente transtornado. Ainda me ordenaram esquecer toda a história e seguir em frente. Mas como?

O teste de balística apontava que a bala havia saído de uma arma pertencente à agência concorrente: WWP. E de início eu não fui capaz de ligar os pontos, apesar de ao longo dos meses que se passaram algumas ideias começarem a surgir, principalmente envolvendo meu irmão, Conrado.

Eu não era uma criança que confabulava ideias sem fundamentos. Tanto que mesmo sabendo que ele pertencia a WWP e que a bala havia vindo de uma arma da agência que Conrado pertencia, ainda assim não o relacionei incialmente ao sumiço de Sam. Aliás, nem mesmo o fato de sermos inimigos quase que mor*tais me fez  crer que existisse qualquer relação dele com o desaparecimento dela.

Enfim, após tudo isso, e a ausência de Conrado — Sob queixas de tia Gertrudes também — seria tolo eu não suspeitar do meu irmão. Eu apenas não era capaz de achar uma justificativa para que ele sequestrasse Samantha. Até tentava rebater meus próprios argumentos, pois seria infantil demais da parte de Conrado tomá-la de mim simplesmente por saber que eu a amava. 

Além do mais, eu tinha plena convicção de que Conrado não  devia saber do meu envolvimento com um alvo. 

Ou saberia? E se a X— RENT o contratara para dar fim a Sam sem que eu soubesse? Mas pera, ele era da WWP, e para que a agencia faria isso sendo que ela própria poderia dar um fim a Samantha?  Não, não...Essa teoria não faz sentido. Cheguei a conclusão de que se Conrado estivesse envolvido, não haveria qualquer relação com a X-RENT.

Conforme os dias passavam e eu ia esculpindo possibilidades, cada vez mais isolando Conrado como o grande culpado por tudo aquilo. A menos que surgisse uma pista substancial que me afastasse das hipóteses do envolvimento do meu irmão -- do contrário,  continuaria apertando a mesma tecla.

— vinte e três, como está?

Eu estranhei. Um tutor quase nunca perguntava isso. Acho que haviam mudado a pessoa.

APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora