CAPÍTULO SETE

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Mierra me aguardava na sala de espera. Bebia uma agua com gás em sua garrafinha.
  - Samantha, que bom que esta bem! - Disse me abraçando - Me conta essa história. Machucaram você? - ela me palpava tentando encontrar alguma escoriação ou hematoma.
  - Não. Estou bem. Eles não conseguiram me pegar. Foi uma loucura! - Expirei profundamente em exaustão.
  - E a polícia? Vai investigar o caso?
  - Acho pouco provável. Eles pareceram não dar a mínima pra minha queixa - falei desanimada.
  - Como assim? Que absurdo!
  - Pois é! Não temos crimes nessa idade há meses. Os policiais daqui estão acostumados com pequenos furtos, brigas de rua. Imagina só se vão investigar esse caso nebuloso.
  - Mas os caras iam cometer algum crime? O que você ouviu?
  - Acho que um deles era investigado. Estavam pagando pra matar um inspetor que investigava algo... não sei bem e posso estar fantasiando também, eu fiquei apavorada, Mierra.
  Mierra jogou a garrafinha fora e me deu o braço, caminhando para fora da delegacia.
  - Eu tô abismada que a polícia não fará nada. Mas a gente pode investigar algo na internet, sei lá.
  - Vamos esquecer isso. Eles nem sabem direito quem eu sou. Mantenho alerta por esses dias e vejo o que acontece.
  - Tem certeza disso, Samantha?
  - Tenho sim. queria ir para casa agora.
  - Bom, tudo bem. Eu te levo.
 

  Mierra sentou-se no sofá. Eu triei minhas sapatilha e deitei no chão da sala.
  - Mas e o seu ex? Como foi a conversa? - perguntei.
  - Ai, nem me fale, Sam. Marcos me seguiu até aqui. Logo vou pedir uma medida restritiva. Já está ficando insuportável.
  - Sério? Eu notei que vocês não pareciam se entender lá na cafeteria.
  - E nem tem como. Marcos quer reatar, porem eu não posso mai levar adiante uma relação tão toxica como aquela.
  Enquanto Mierra falava eu notei que a janela da cozinha estava aberta. A cortina esvoaçava com o vento. Eu jurava que havia fechado aquela janela quando saia de casa. Era um hábito checar se todas as janelas e portas estavam bem trancadas.
  Respirei fundo e tentei não criar fantasias na minha cabeça. Era pouco tempo para que alguém tentasse invadir minha casa. Que paranoia era aquela?
  - Aí ele foi embora - pausou Mierra - Sam? Sam? Tá me ouvindo? Parece que tá com a cabeça na lua!
  - Ah, desculpe! - Retirei os olhos da janela da cozinha e me ergui do chão.
  - Você ainda tá preocupada com essa história dos bandidos, não está?
  - Sim, Mi. Estou aflita, não posso mentir.
  - Bom, se estiver com medo eu posso dormir com você. O que acha?
  - Faria isso por mim? - perguntei aliviada.
  - Mas é claro. Só preciso que me arrume toalha para tomar banho e um pijama. E se não for pedir muito, uma escova de dente.
  - Vem então, lá em cima tenho tudo isso.
 

  Mierra pegou no sono rapidamente. Eu não conseguia dormir e alem disso sentia uma sede intensa.
  Vesti as pantufas e meu robe. Desceria até a cozinha para tomar um copo de água gelada.
  Meu corpo tremeu quando observei que outra vez a janela da cozinha estava aberta. Não era possível, eu jurava a mim mesma que havia fechado antes de dormir. Será que eu estava enlouquecendo?
  Após fechar a janela da cozinha e tranca-la, finalmente me senti confortável para beber minha água. Foram dois goles até escutar alguém forçando o trinco da porta da sala.
  Que merda era aquela?

APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?Where stories live. Discover now