APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?

ÚLTIMO CAPÍTULO

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*Samantha*

Era como se eu estivesse caindo em em queda livre enquanto ouvia vozes conhecidas. Eu era capaz de ver coisas que havia vivido e que iam me fazendo recordar fatos.

Lembrava de Roger, meu ex-marido, das vezes que me traiu e do dia que nos divorciamos. Em seguida a imagem dele sangrando quando disparei com uma arma em sua direção me fez lembrar do que havia me tornado.

Aos poucos Mierra fora surgindo, lendo um livro e sorrindo alegremente em minhas lembranças. Atrás dela um homem alto e sério que talvez fosse Marcos. Marcos! É claro! Ele era o dono de um morro, não era?

Sentia uma coisa agradável ao me lembrar daquela que julgava ser minha melhor amiga.

Já lembrar-me de mamãe e papai não surtiu o mesmo efeito e uma angústia chata me dominou ao recordar das falcatruas de mamãe e das mentiras de papai. Eu não conseguia entender como eu havia sido fruto daquelas duas pessoas...

E por fim, mas não menos importante, o sorriso que eu começava a vislumbrar enquanto permanecia em queda livre, era um riso sedutor e charmoso. Me fazia acreditar que havia borboletas na barriga e tornava a sensação da queda mais acentuada.

Gradualmente o sorriso ia sendo acompanhado de uma fisionomia e um rosto familiar, os olhos azuis e salientes, profundos. Era Caleb! Ah, como um dia pude esquecê-lo?

Enquanto caia, estendi a mão para tentar alcançá-lo, mas como em um sonho, as proporções físicas e a realidade eram completamente distorcidas. Nada ali poderia fazer sentido.

Contudo os sentimentos que eu tinha por aquele homem eram intensos que chegava ao ponto de doer o coração. Queria muito abraçá-lo.

Depois dessas pequenas lembranças abstratas, me veio à mente em Flashs rápidos um Caleb sombrio e misterioso que havia tentado me matar. E não era Conrado. Era mesmo Caleb que um dia já tentara me mandar para um outro plano.

Óbvio, a X-RENT o havia mandado para me eliminar por que eu era uma mulher comum que sabia coisas demais sobre a agência.

E então foi assim que tudo na minha vida nunca mais fora o mesmo. Bem, creio que o fato de Caleb e eu nos apaixonarmos também era belo  um motivo para que o enredo tomasse tal rumo. Quero dizer, ao menos eu era apaixonada por Caleb, e não tinha certeza se ele sentia o mesmo.

Era um amor regado a muita mágoa.

— Sam! Sam? — A voz de Caleb me chamava.

E eu sentia raiva conforme ouvia a voz dele. Ele havia tentado me ma*tar.

— Sam, acorde! Acorde!

Creti*no!! Ele havia mentido! Deveria ter me contado toda a verdade quando notou o que havia surgido entre nós dois!

Conforme a voz grave de Caleb me chamava, a queda livre aumentava em velocidade, me fazendo ficar agoniada e com medo. Até que simplesmente tudo parou e eu abri os olhos — apesar de  na minha alucinação já estarem  abertos.

Eu via silhuetas borradas e levei um tempo até enxergar tudo nitidamente. Mierra me olhava aflita com os olhos de sempre. Do outro lado uma moça bonita e familiar, era Rebecca. E por fim, mas não menos importante, Caleb.

— Graças a Deus você acordou! — Suspirou aliviado.

Eu me sentei vagarosamente com ajuda dos três e tossi ao inalar a fumaça preta que vinha do chalé em chamas. Conrado explodira tudo, não era um pesadelo.