PARTE II - CAPITULO 5

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Enquanto descia as escadas, Caleb estava lá na ponta de baixo todo composto me esperando, como se eu fosse uma princesa. Uma princesa presa em um castelo.

Será que ele era mesmo o príncipe encantado?

— Você está uma delícia — Sussurrou ao meu ouvido.

— Não fale assim... Casssandra pode ouvir! — O adverti olhando para os lados.

— Não se preocupe — ele sorriu após uma careta leve — Ela já foi se deitar. Está pronta para o jantar? — Ele me deu o braço.

Assenti positivamente com a cabeça e segurei em seu braço rumo ao carro.

— Mal posso esperar para apresentá-la aos meu amigos e sócios.

Morávamos no alto de uma colina, e parecia que para sair dali era preciso percorrer um espiral de estradas. A iluminação na pista era deficiente e somente nós corríamos por ela.

Eu conseguia ouvir as ondas do mar arrebentando nas rochas. Caleb dizia que morávamos para depois do Recreio, no Rio de Janeiro, mas eu nunca tinha certeza se era verdade ou não.

— Caleb, você disse que eu podia perguntar qualquer coisa. — Falei quebrando o silêncio.

Ele trocou a marcha e recostou a palma da mão em minha perna.

— Está certa. Qualquer coisa. Pode perguntar!

Pensei se deveria insistir no assunto, porque poderia parecer que eu estava declaradamente duvidando da palavra dele e não queria ser deselegante, afinal, Caleb poderia ser mesmo meu marido.

— Bem, você disse que eu caí de uma pedra em Angra dos Reis e que foi dessa forma  que perdi a memória, Certo?

Caleb sorriu olhando rapidamente para mim e em seguida voltando-se para a estrada.

— Exatamente isso! E acho excelente se lembrar do que eu te contei.

Sorri pelo elogio dele.

— Bom, é que tentei simular uma queda dessas no meu quarto hoje. Procurei no mapa as rochas de que me falou em Angra, e uma queda dali me causaria muitos ferimentos além de uma simples concussão no couro cabeludo. Mas eu não tenho um arranhão sequer pelo corpo...

Eu jurava que ia instabiliza-lo, afinal, meu argumento era excelente.

— Bem, também achei isso incrível, Sam. Um milagre. Claro, devemos considerar o fato de que você vestia uma roupa de mergulho bem resistente, o que deve ter te poupado muitas escoriações. Agora, como não se quebrou toda, aí só um religioso para te responder.

A calma daquele homem me deixava tensa. Era como se eu estivesse duelando contra ele, só que com palavras. Porém Caleb parecia estar sempre um passo à frente.

Eu não acreditava em milagres tão facilmente. E algo me dizia que Caleb também não.

~*~

O jantar havia sido um fardo. Homens mais velhos falando de coisas de empresa que me entediavam. Caleb e seus sócios haviam fechado um restaurante na Barra da Tijuca somente para isso.

Aos poucos as esposas iam se juntando umas as outras e os homens se amontoavam no outro canto, gerando um burburinho de conversas paralelas.

Uma mulher loira alta caminhou até mim. Sorria com contentamento e parecia feliz ao me ver.

— Estou tão feliz que esteja bem! — Ela
Me abraçou.

Eu não sabia quem ela era.

— Ah, obrigada! Obrigada por se importar! — Forcei um riso para retribuir aquela simpatia toda.

APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?Where stories live. Discover now