CAPÍTULO DEZOITO

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  Ok, ele era gato. Mas não ia entrar na merd**a do carro dele só por que ele estava me pedindo. Bastava eu ter sido uma verdadeira cadelinha do Roger. Não seria submissa a um vizinho estranho.
  - Não! - e foi a primeira vez que eu disse um não sem precisar me justificar.
  - Entra no carro agora, caramba!
  - Você é maluco? Eu não vou! Estou correndo e vou continuar. Que ideia pedir para alguém entrar no seu carro!! - Retruquei.
  - Maluca é você de estar andando sozinha sendo que quase foi morta ontem!
  - E você não é meu pai para dizer o que eu faço ou não. Eu não vou entrar na merd**a desse seu carro, Caleb - eu disse irritada.
  Caleb podia ser gato ou o que fosse, eu estava cansada de fazer o que me mandavam. Fosse mamãe, Roger ou o vizinho. Eu precisava começar a dizer não as pessoas, ser mais impositiva. E não era obedecendo a ordem de um cara que eu mal conhecia que faria disso uma realidade em minha vida.
  - Não vai entrar?
  - Não. Vou! - repliquei pondo novamente meus fones para retomar a corrida.
  - Ok!
  Era libertador saber que eu podia fazer o que bem entendia, que se eu quisesse correr por uma rua deserta e enfrentar os riscos, isso era uma decisão minha. Que eu poderia tomá-la. Nem Roger, Nem Caleb diriam o que eu faria.
  - Bom, já que você não veio espontaneamente tomarei uma medida drástica.
  O vizinho me pegou pela cintura e como se eu fosse um saco de batatas me pendurou em seu ombro, não parecia fazer esforço algum.
  - Você enlouqueceu, Caleb? Isso é rapto!
  - Fica quietinha, é pro seu bem!
  - Eu decido o que é melhor pra mim! - me debati socando as costas dele enquanto Caleb me carregava em direção ao seu automóvel.
  - Isso é o mais forte que consegue me bater? - desdenhou.
  - Caleb, você é ridículo! - estava exausta.
  Ele riu com escárnio.
  - Se me xingar de outra coisa eu vou me apaixonar! - disse em tom de piada.
  Era impossível medir forças com ele. Caleb abriu a porta do carona e me colocou no banco. Eu me ajeitei no estofado de de couro cruzando os braços.
  Até cogitei abrir a porta e correr, mas pelos meus cálculos eu não conseguiria alcançarnem vinte metros sem que ele me apanhasse novamente.
  - Coloca o cinto - Caleb amava dar ordens.
  - Não.
  - Coloca essa merda de cinto, Samantha.
  Me mantive de braços cruzados. Não faria o que ele mandava.
  - Você que sabe!
  Só entendi o porquê do pedido dele quando Caleb puxou o freio de mão e acelerou o carro muito rapidamente. Meu corpo sacolejou para traz e senti o estômago saltar no abdome.
  - O que está fazendo, Caleb??? Pare esse carro que eu vou descer!
  Ele olhava pelo retrovisor sem parar, aparentemente preocupado.
  - Estou tentando te salvar - disse ele sem me olhar, com os olhos ainda fixos nos retrovisores, como se nos perseguissem.
  Olhei para trás e de fato um carro preto vinha atrás de nós em alta velocidade. Não pensei duas vezes e travei o cinto a frente do corpo.

APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?Where stories live. Discover now