Capítulo 9. A chegada de Arthur

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O tempo na corte parecia passar devagar para Amélia, apesar de Felipe estar aproveitando para fazer suas alianças, para ela não tinha graça. Havia encontrado o futuro rei casualmente, poucas vezes ele estava sozinho.

Nicolas tentava entender o lado de Amélia e Dominique, além da pressão de seus ministros durante as reuniões. Ele deveria dar uma oportunidade para Amélia? Todos a descreviam como uma donzela dócil e ele não conseguia ver ela assim, aqueles olhos tinham muita força.

Amélia tinha acordado animada naquele dia, apesar das servas pensarem que o motivo da felicidade da jovem logo cedo era o baile, o real motivo da felicidade se chamava Arthur.

A moça olhava a todo momento pela janela de seu quarto que dava vista para o portão da frente, ao notar a movimentação sabia que era ele, seu melhor amigo.

Ela correu pelo jardim em direção aos grandes portões, atrás dela estavam seus guardas. Neste momento, nenhuma etiqueta seria necessária. Quando viu ele descer do cavalo ela se jogou em seus braços, eles quase caíram no chão.

Arthur afagou os cabelos rebeldes de Amélia, ele tinha um sorriso nos lábios, estava emocionado, era a primeira vez que havia se separado de sua irmã por tanto tempo. Havia feito uma promessa para a sua mãe que cuidaria dela enquanto respirasse nenhum mal lhe aconteceria.

— Irmãozinho.

— Oi irmãzinha — Arthur a apertou com força em seus braços.

— Isso não são modos, Amélia. Achei estranho ver tanta gente correndo atrás de você, pensei que tinha roubado algo — Felipe disse rindo.

— Perdão.

— Que isso pirralha, só não estamos em casa. Então... — Felipe olhou seriamente.

Um homem anuncia a chegada do rei que estava com uma cara um pouco séria demais. Nicolas viu Amélia correndo pelos jardins e os guardas correndo atrás dela, pensou que sua futura noiva estava machucada mas viu ela apenas se jogando nos braços de um desconhecido.

— Vossa Alteza. — Arthur se curvou ainda segurando a mão de Amélia.

Nicolas observou a forma que Amélia sorria para o homem desconhecido, ele segurava a mão dela, por qual motivo ele segurava a mão dela?

— Vossa Alteza, esse é meu irmão Arthur. — Amélia explicou

— Irmão? — Nicolas deu um suspiro aliviado, não sabia da chegada do irmão de Amélia — é um prazer receber você em nossa residência.

— Obrigado, Vossa Alteza.

Arthur disse em um tom sério sem muitos amigos, ele avaliou o rei, logo atrás dele estavam Olavo, Dominique e suas irmãs gêmeas.

As gêmeas pareciam encantadas com a beleza de Arthur, um homem grande e forte com os cabelos escuros, uma barba cheia e músculos aparentes. Arthur sempre carregava suspiros por onde ia, Laerte já havia recebido propostas de casamento mas todas foram recusadas, alegava que ainda não era o momento de se casar.

— Como estão te tratando? — Arthur perguntou sério.

— Bem. — Amélia disse em voz baixa, estava parecendo um pouco constrangida com a situação.

Nicolas a encarou preocupado com a resposta, será que algo estava acontecendo e ele não sabia? Será que Dominique tinha feito alguma coisa?

Nos últimos tempos Dominique parecia uma pessoa completamente diferente, ela estava sempre brava e de péssimo humor, eles mal conseguiam ter uma conversa antes dela se debulhar em lágrimas, chantagem emocional e o ofender.

Todos se dispersaram.

Marcelo, Felipe e Arthur conversavam sobre um assunto longe de Amélia. Assim que a conversa chegou ao fim, os quatro irmãos seguiram em direção ao jardim.

— Tudo chegou intacto e os homens também — Arthur disse para Felipe e Marcelo que pareciam felizes, Amélia não entendia o significado daquilo.

— Amélia — Marcelo chamou sua atenção — Em breve papai e Pedro estão chegando.

— E o Leo?

— Ele não vem, sabe como é o Leopoldo — Felipe disse em tom de deboche. — Eu e Marcelo vamos até a residência, Arthur vai ficar com você. Está animada com o Baile?— Felipe perguntou.

— Talvez. — ela deu de ombros.

Felipe e Marcelo foram embora, Arthur mandou todos os outros embora também ele entrelaçou seus braços aos de Amélia e ambos caminharam pelos jardins da corte real.

— Então, o que está te incomodando?

— Nada.

— Não minta pra mim, sabe que eu estou aqui só por sua causa, me diga o que aconteceu. Preciso bater naquele reizinho? Cheguei pronto para isso.

— Não. — Amélia sorriu ao lembrar de todas as vezes que Arthur a defendeu, — Me sinto sozinha, em casa sempre estávamos juntos.

— Como o rei a tratou?

— Bem, ele é um homem gentil e seu irmão me lembra muito de vocês. Olavo é um garoto engraçado.

— O que te incomoda então, minha irmã?

— Não me sinto à vontade, as moças da corte me olham de canto de olho. Todos adoram a Dominique e me odeiam.

— Quem é Dominique?

— A namorada do rei.

— Como é? Esse bastardo é comprometido e recebeu você aqui com promessas de noivado? — Arthur estava extremamente bravo, ele seria capaz de matar o futuro rei na frente de todos agora.

— Meu irmão, se acalme. — Amélia segurou o braço de seu irmão e sorriu — Não sei dizer, são os comentários que circulam pela corte. Eu não perguntei a família real, mas parece que ele tem sentimentos por ela. Eles cresceram juntos e todos a adoram.

— Você não precisa disso — Arthur disse como todos os irmãos já haviam dito diversas vezes.

— Eu não quero roubar nada dela, eu espero que ela entenda isso em algum momento.

— ah minha irmã. Podemos ir caçar amanhã pra te animar, eu vi que a floresta tem uns amigos bem legais pra gente pegar.

— Podemos mesmo? — Amélia ficou feliz com a ideia de ir caçar.

— Claro, seja a perfeita dama da corte hoje a noite e amanhã vamos montar e caçar.

— Ok.

Ambos seguiram caminhando pelo jardim, Amélia trazia no rosto um sorriso que não tinha a muito tempo ela se sentiu em casa agora que Arthur estava perto.


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