Capítulo 33. Enquanto eu respirar

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Havia guardas da família de Amélia por todos os cantos.

Quando Nicolas chegou aos aposentos de Amélia tentou passar mais Lucas colocou a espada em seu pescoço novamente, Nicolas tentava pensar que a situação do guarda não era pessoal, mas não conseguia mais imaginar isso.

— Me deixe passar — Nicolas disse pedindo aos céus por mais paciência com esse guarda.

Lucas não se moveu, a espada continuava no pescoço de Nicolas e seus olhos estavam vermelhos de ódio. Amélia havia chegado desacordada ao quarto, João Lucas havia ficado na porta de guarda, não desejava ver a festa de noivado. Era culpa do Rei. Amélia estava acuada, sofria e agora chegou desacordada.

João Lucas tinha a imagem perfeita de Amélia correndo com as crianças pelo campo de sua casa a encosta do mar, ela era feliz. Ele sempre a observava de longe. Agora, ela está infeliz e a culpa era do futuro rei.

— Amélia — Nicolas gritava do lado de fora, Lucas queria afundar a espada em seu pescoço mas não fez.

Felipe abriu a porta, ele parecia estar em choque, seus olhos estavam marejados, apenas acenou para João Lucas que abaixou sua espada.

Nicolas correu porta a dentro, foi até a beirada da cama, Amélia ainda estava desacordada, aquilo era seu pior pesadelo.

— Meu amor — Nicolas beijou a mão de Amélia, ele encostava a mão dela contra sua face. — acorde, por favor.

— Vossa Alteza, em breve ela acordará — Felipe disse apoiando a mão no ombro de Nicolas.

— Matem ele — o futuro rei disse a Felipe — eu não posso sem um julgamento, não posso fazer isso. Vocês podem.

— Vossa Alteza — Felipe suspirou — ele é um homem poderoso sem dúvida não veio sozinho.

— Aqui ninguém é mais poderoso que eu. — Nicolas disse friamente, ele encarou Felipe, era rei deste reino e ninguém o diria o que pode ou não fazer.

— Vamos analisar essa possibilidade — Felipe disse se sentou em uma cadeira ao lado da cama de sua irmã

— Eles estão presos, na torre mais alta.

Nicolas apenas avisou, no fundo de sua alma ele desejava que alguém matasse aquele homem ou ele o mataria em breve. Ambos permaneceram em silêncio, Nicolas não largou a mão de sua amada por nenhum instante.

Quando Amélia recobrou a consciência ela gritava em desespero, Nicolas a tomou em seus braços — eu estou aqui meu amor — ele deslizava seus dedos pelo cabelo de Amélia.

Amélia demorou uns segundos para se acalmar, ela chorava tanto que seria capaz de encher os rios de todo o reino, como ela planejou esse dia, quanto ela esperou por seu noivado com Nicolas. Apesar de se sentir segura tendo ele ao seu lado, não era isso que era pra acontecer.

— Onde ele está? — Amélia perguntou assim que conseguiu acalmar-se.

— Preso e de lá ele só sai morto.

— Estamos cuidando de tudo, minha irmã. — Felipe disse, observando Amélia que parecia mais calma.

— Isso é um pesadelo — Amélia abraça Nicolas novamente — me desculpe por isso.

— Não se desculpe por algo que não fez.

— Pode ficar aqui? — Amélia olhou para Nicolas, seus olhos estavam cheios de lágrimas ela temeu por perder seu amado.

— Se não tiver problemas pelos seus irmãos, será um prazer lhe fazer companhia.

Amélia encarou Felipe, ela sabia que ele não iria dizer não pra ela. Seus olhos eram um misto de temor e tristeza partindo o coração de seu irmão.

— Os guardas ficaram lá fora e a ordem é matar e depois perguntar — Felipe se retirou dos aposentos de Amélia.

Nicolas olhava para Amélia, eles pareciam ter tanto a falar um pro outro, ela deitou a cabeça no colo de Nicolas.

— Eu lamento por isso, meu amor. — Nicolas deslizou a mão pelos cabelos de Amélia — Não foi isso que eu planejei.

— o que importa é que estamos juntos.

Nicolas olhava para Amélia, ele beijou a testa dela e se forçou a sorrir, ele estava chateado mas precisava estar bem por sua amada.

— Eu queria te dar algo.

— O que? — Amélia se sentou na cama, Nicolas sorriu ao ver a empolgação dela. O futuro rei tirou uma caixa de seu bolso, pegou um anel e colocou no dedo de Amélia. — É tão lindo Nicolas.

— Gostou? Tem algo dentro.

Amélia tirou o anel e olhou, havia uma inscrição "te amarei enquanto respirar. L." Os olhos dela se encheram de lágrimas, ela sabia que o anel era familiar, era o anel que seu pai deu pra sua mãe.

— Eu irei te amar enquanto eu respirar, Amélia.

— Eu também, Nicolas.

Eles cumpriram sua promessa, eles se amaram até o último suspiro.


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Reino de NavieWhere stories live. Discover now