Capítulo 4. Chegada de Amélia

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Quando o mensageiro real chegou com a carta vinda da corte, a família de Amélia se animou com a possibilidade dela se tornar rainha. Apesar de não fazer parte de seus planos casar, ela se forçava parecer feliz pelo bem de sua família.

Amélia pegou a carta escondida, leu aquele texto milhares de vezes, pensou em ao menos quinze palavras que uma dama não deveria dizer — seria uma grande felicidade recebê-la — ela remedava as palavras escritas na carta. — Considerar as emoções um do outro? — ela suspirou — bastardo.

Quase um mês depois da chegada da carta, Amélia estava pronta para partir. A jovem tomou aulas de etiqueta, agora tinha servas para banhá-la, pentear seus cabelos e ajudar a se vestir. Tudo aquilo era sufocante. Ela não aguentava mais ser apertada em corpetes e usar sapatos de salto.

A discussão sobre quem iria para corte e quem ficaria em casa foi longa. Catarina e Pedro ficariam com Laerte, pai de Amélia, e Leopoldo se recusava a sair de casa de qualquer maneira.

Felipe, Marcelo e Arthur iriam acompanhar Amélia até a corte de Navie, com as servas pessoais e alguns guardas de plena confiança de sua família.

Durou pouco mais de quatro dias, Felipe e Marcelo levaram uma pequena tropa que eles comandavam para proteger a futura rainha, eles alegaram isso.

Amélia e Arthur tiveram que ir de carruagem, as damas de Amélia estavam em outra. Ela havia resmungado que preferia ir a cavalo que chegaria mais rápido, fazendo Arthur rir.

Depois dos longos dias eles pararam em um castelo próximo às redondezas da corte real, apesar de a mansão de sua família ser grande, parecia pequena em relação ao lugar que estava agora.

Ela desceu da carruagem com auxílio de Arthur, observou tudo à sua volta, à sua esquerda tinha um bosque que se recuperava da seca e daquele ponto dava para ver a corte real, o Castelo do rei era muito alto, mas alto que as árvores que o cercavam.

Todos foram se acomodar, estavam cansados da viagem. Amélia não estava cansada, ela sentia um Comichão e uma inquietude, agora tudo era real e ela seria apresentada ao futuro rei amanhã.

Ao notar que todos já estavam adormecidos, Amélia desceu pela janela de seu quarto, caminhou pelos jardins e entrou no bosque, o que separava a propriedade de sua família da corte.

Passando em meio às árvores, a jovem caminhava pelo bosque. Carregava com ela sua adaga caso alguém se aproximasse, seu passeio foi iluminado pela luz da lua, ela conseguiu se aproximar mais um pouco do Castelo do rei, agora ele parecia maior, ela suspirou profundamente vendo a magnitude de tudo.

Tentou não se deixar abater pelas incertezas do que aconteceria, se lembrou das dificuldades que sua família passou e de terem fugido por sua causa. Simultaneamente, estava rodeada por uma preocupação, medo de ser descoberta que alguém soubesse que ela era uma fugitiva.

Abandonar Kaphi foi uma decisão penosa, até mesmo o lugar onde Lúcia descansava foi deixado para trás.

Amélia gostaria que sua família se orgulhasse dela e, em simultâneo, ela pedia a deusa da lua para que o futuro rei tivesse bom senso de rejeitá-la.

Amélia voltou para casa, ela encontrou João Lucas, o guarda que a acompanharia até a corte. Lucas fingiu não ver que ela havia fugido pela janela novamente, se tivesse visto ele teria que contar aos irmãos da moça.

O sono de Amélia demorou a vir, mesmo ela tendo andado por tanto tempo não conseguia dormir de forma alguma.

Assim que o sol nasceu, ela foi acordada por suas damas, levaram seu desjejum de Amélia até o quarto.

Reino de NavieOnde as histórias ganham vida. Descobre agora