Capítulo 13. A caçada

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Nicolas fitava a janela, demorou para pegar no sono, ele pensava em Amélia e em Dominique, seus sentimentos eram confusos.

Quando o céu escuro começou a se tornar claro o futuro rei se levantou, a caçada não era algo planejado na agenda oficial e era melhor que ninguém soubesse, sua mãe mandaria milhares de guardas, já que ela parecia não gostar de Arthur.

Ele se arrumou, deixou sua coroa sobre a mesa e saiu discretamente.

Ao chegar em frente aos estábulos, Arthur olhou para o futuro, ficou confuso, sua presença não era esperada e por um tempo Nicolas pensou em desistir de ir.

— Vossa Alteza— Arthur fez uma reverência — o que o senhor faz aqui?

— Amélia me convidou para ir caçar com vocês.

Na conversa tinha grandes pausas, o silêncio era desconfortável, a verdade é que Arthur não gostava de Nicolas.

— Entendo.

Arthur não estava receptivo, quando Amélia chegou Nicolas respirou aliviado.

Os trajes dela eram impressionantes, a calça justa contra o corpo deixando suas pernas desenhadas, o casaco tinha um amplo decote, os botões iam até altura de seu umbigo e as botas realmente eram algo chamativo, Amélia tinha pés pequenos.

Nicolas sentiu seu coração disparar e seu corpo ficou tenso, ele observava as pernas dela, não conseguia virar o rosto, ela estava absurdamente provocante.

— Vossa Alteza — ela se curvou a Nicolas. — Bom dia, meu irmão.

— Bom dia — Arthur disse olhando a cena desconfiado, ele reparou a face ruborizada de Nicolas e o fato do rapaz quase babar por sua irmã.

— Vossa Alteza? — Amélia chamou a atenção de Nicolas que a encarava indiscretamente.

— Amélia, você está linda. — Nicolas segurou a mão dela e a beijou suavemente.

Os cavalos foram selados por funcionários da corte, um para Nicolas e outro para Amélia, Arthur estava com o seu cavalo à postos já.

Sem nenhuma dificuldade ela subiu no cavalo surpreendendo a todos. Os três cavalgaram com alguns guardas até o local que Arthur havia definido como o melhor das redondezas para caçar.

Amélia desceu de seu cavalo com a ajuda de Arthur, não que houvesse necessidade ele só se adiantou para que o futuro rei não chegasse perto de sua irmã.

Os cavalos foram amarrados em uma árvore, Nicolas julgou o local como escuro, ele estava coberto pelas árvores, os raios de sol atravessavam as folhas com dificuldade.

Arthur e Amélia dividiam suas flechas, Nicolas tinha levado as suas, ele arrumava sua aljava, observava os irmãos que se provocavam discretamente.

— Quem será que vai ganhar esse jogo? — Amélia provocou Arthur.

— Sabe que eu sou melhor nisso que você.

Eles estavam em silêncio andando com o mínimo de barulho possível, Nicolas viu um cervo ele tinha cerca de 1.30cm, o futuro rei pegou uma flecha em sua aljava colocou no arco e atirou, apesar de muito próximo Nicolas errou o alvo.

Assim que o ruminante tentou correr foi acertado pela flecha de Arthur.

— Ponto pra mim — ele se gabou para Amélia.

— Ainda temos um longo dia.

O bicho deveria ter quase 200 kg, Arthur via sua caça orgulhoso e Nicolas neste momento se sentiu menos competente do que um homem deveria.

Reino de NavieWhere stories live. Discover now