Capítulo 32. O passado no presente

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Nicolas ouviu a última frase que Amélia disse antes do brilho sumir de seus olhos e ela apagar. Ele sentiu um completo desespero, nunca havia sentido uma agonia e agitação tão grande.

— Amélia.

Havia um círculo de pessoas à volta de Amélia. Nicolas subiu seu olhar às pessoas que estavam à sua volta.

Pedro segurava Arthur que estava empunhando sua espada, ele se debatia contra o irmão, apesar de gritar Nicolas não ouvia nada.

Felipe empurrou Nicolas e pegou Amélia que estava desacordada no colo e a levou embora, sem olhar para ele. Dentro dos olhos de Felipe havia uma fúria que ele nunca tinha visto.

Todos os irmãos dela pareciam fora de si. Aquilo tudo parecia em câmera lenta. Ele não conseguiu seguir Felipe, suas pernas não obedeciam.

— EU VOU MATÁ-LOS — Arthur gritava em meio ao salão de pessoas. Pedro tentava com toda força segurá-lo.

— O que você fez? — Pedro gritou para Catarina e Dominique ao mesmo tempo. Todos observavam a reação da família.

Demorou uns instantes mas Nicolas foi puxado para a realidade, a última frase que saiu dos lábios de Amélia foi "é ele", o futuro rei entendeu quem era e a fúria dos irmãos.

Os olhos de Nicolas se tornaram sombrios, ele se posicionou em frente a Arthur, passando até pelos guardas de Felipe.

— Guardas — A guarda de Nicolas se posicionou juntamente aos homens de Felipe — levem esse homem e Dominiqui as celas, eles não são bem vindos aqui.

— Nicolas — a rainha repreendeu seu filho.

— Vossa Alteza, por favor não. — Catarina implorou ao rei em lágrimas não adiantou.

— Agora.

O grito de Nicolas ecoou o salão da festa de noivado do casal, a bela festividade havia se tornado um completo pesadelo.

Os convidados que não sabiam do que se tratava saíram da festa acompanhados dos guardas, sem entender muito o que aconteceu

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Os convidados que não sabiam do que se tratava saíram da festa acompanhados dos guardas, sem entender muito o que aconteceu.

Catarina chorava sentada no chão, Arthur andava de um lado para o outro e Pedro tentava tranquilizar ele. O pai de Amélia estava em um canto, o senhor de meia idade parecia desolado pela situação.

Pedro estava vermelho de ódio — o que você fez? — Pedro agarrou Catarina pelo braço fazendo ela levantar a força — RESPONDE. — Catarina nada dizia a moça apenas chorava.

— Alguém pode me explicar o que está havendo — a rainha perguntava inutilmente.

— Catarina, o que você disse a ela? — Pedro gritava com sua esposa que não conseguia falar.

— Meu amor, eu juro que não sabia de nada disso.

— Não me chame assim — Pedro soltou o braço de Catarina — você tem noção do que sua irmã fez? o que ela trouxe pra nós?

Marcelo chegou, após todos saírem ele foi ver Amélia estava preocupado, todos estavam.

— Como está Amélia? — Pedro correu até o irmão.

— Ainda inconsciente — Marcelo estava bravo. — Arthur, vamos atrás dos homens deles, todos serão pegos. Organize as tropas, quero todos os homens em volta deste castelo. — Marcelo tomou fôlego — prepare todos, peguem os homens de confiança e leve em todos os portos, aquele asqueroso não veio sozinho.

Arthur como uma flecha saiu, ele era o cavaleiro mais rápido que todos já tinham visto, em breve centenas de homens com o brasão da família de Amélia estariam fazendo a guarda do palácio.

— Como ele chegou aqui? — Marcelo se perguntou, ele estava tão chocado quanto os demais da família.

— Responde Catarina — ele cuspiu as palavras.

— Em minhas cartas a Dominique — Catarina não conseguia falar sem chorar — eu dizia que a minha cunhada sofreu nas mãos de um homem e por isso vocês vieram para cá, em busca de uma vida nova.

— Como ela chegou até ele?! — Pedro gritou.

— Meu amor, eu juro que não sei — Catarina tentou segurar a mão de Pedro que virou a cara para ela — Vossa Alteza, não pode deixar minha irmã em uma cela.

— Saia. — Nicolas disse friamente.

Nicolas poderia matar Dominique e aquele homem. Se sentiu um idiota homem do mundo, como pode pensar em se casar aquela cobra?

Catarina acabou saindo do grande salão em lágrimas, por mais inocente que a moça fosse neste momento ela era tão culpada por tudo quanto Dominique.

— Vossa Alteza — o pai de Amélia se aproximou do rei — eu lamento pela sua festa e de minha filha;

— Não foi culpa do senhor, meu sogro.

— O que faremos? — Laerte perguntou olhando em direção a Pedro que caminhou até o pai e o abraçou.

Nicolas, sentiu vontade de sair do salão e matar aquele homem, pensar que ele tentou por a mão em sua Amélia, tentou abusar dela.

— Ele será executado — Nicolas disse

— Qual o motivo da execução daquele homem? — Perguntou a rainha sem entender o que acontecia.

— Pois é a vontade do rei.

Nicolas esbravejou para sua mãe, a sua voz furiosa ecoou em todas as paredes. A mãe de Nicolas por pouco não reconheceu seu próprio filho, o rapaz que sempre fora tão gentil parecia totalmente transtornado.

— As coisas não funcionam assim, Nicolas.

A rainha disse, ele sabia mas podia desejar que ele morresse, qual o problema?

Nicolas olhou para o pai de Amélia, ele parecia não acreditar no que estava acontecendo, o homem que tanto tentou apagar o passado tenebroso de sua filha acabou falhando.

— Senhor, não se preocupe. Aqui nada acontecerá com o senhor nem com Amélia, juro pela minha vida. — O pai de Amélia olhou para Nicolas emocionado. — Não se preocupe, meu sogro. Eu prometi que cuidaria da sua filha e farei isso.

Agora no grande salão que foi cercado por música e risada havia desespero e angústia.

— Devo ir ver Amélia — Nicolas avisou Pedro que apenas concordou com a cabeça.

Nicolas respirou fundo e saiu o mais rápido que podia foi aposentos de Amélia.


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