Reino de Navie

Capítulo 40. Como uma rosa

Nicolas voltou ao quarto e viu Amélia sentada com seu diário em sua mão, ele simplesmente não se preocupou com isso, ela parecia não ter notado sua presença, estava entretida na leitura.

Ele se aproximou de Amélia por trás — o que achou da leitura? — Nicolas sussurrou contra seu ouvido.

Amélia sentiu um calafrio na voz de Nicolas quase a fez cair da cadeira, ela se levantou rapidamente, fechou o diário de Nicolas rápido e colocou na mesa fingindo não estar lendo. Nicolas tinha um sorriso brincalhão no rosto, achou engraçado o susto que deu em sua amada.

— Nicolas, eu... eu... — Amélia não conseguia responder, ela balbuciava as palavras mas não sabia o que dizer.

— Pode ler.

— Parece pessoal, a curiosidade foi mais forte.

— Tem relatos das minhas experiências como futuro rei

— Parece mais um relato de um rei confuso com as suas emoções

— Isso também. Sabe que nunca menti pra você sobre minhas emoções.

Realmente, Nicolas nunca mentiu sobre nada, mas Amélia também nunca perguntou pra ele o que sentia, sobre quem sentia e como se sentia.

Ela pode entender pela leitura como Nicolas se sentiu confuso pelas emoções, culpado também por sentir algo por ela.

Ele se sentou em sua cadeira e puxou Amélia para o seu colo, a moça parecia mais calma por saber que ele não estava bravo.

— Você ainda tem dúvidas? — Ela perguntou olhando para Nicolas.

— Sim. — Nicolas passou os braços em volta da cintura de Amélia

— em relação a mim?

— Nenhuma — Ele acariciava a cintura de Amélia suavemente — Daremos um baile daqui duas noites, para pedir desculpa pelo ocorrido em nosso noivado e em breve iremos nos casar.

— Pela sua obrigação com o país?

— Minha obrigação com meu país me levou até você, estou agradecido por isso.

Nicolas beijou os lábios de Amélia de forma suave, sua barba um pouco grande fez cócegas nela. Ele olhou para sua amada com um sorriso no rosto.

— Eu desperto seus desejos carnais, Vossa Alteza? — Amélia perguntou com um sorriso no canto dos lábios

— Um pouco. — Ele beijou rapidamente o pescoço de Amélia a fazendo suspirar.

Nicolas repousou sua cabeça no peito de Amélia, ela acariciava os seus cabelos, ele apenas fechou os olhos e suspirou, aspirava o cheiro dela, como gostaria de lembrar daquele cheiro para sempre.

Nicolas e Amélia caminhavam pelo jardim, com muito custo ele conseguiu tirar ela de dentro do quarto.

Apesar de sua mãe ter pedido pra ir receber a família de Dominique, o futuro rei se recusou. Não iria receber familiares de uma prisioneira que atentou contra a futura rainha e contra ele diretamente.

— O que você acha de rosas? — Nicolas sorriu — parecem com você, de longe parece tão bela e frágil, se você tocar nelas pode se furar.

— Eu já te furei, vossa alteza?

— Acredito que com sua espada seja capaz de qualquer um, inclusive a mim. — Nicolas riu.

— Não desejo furar meu futuro marido.

— Fico mais tranquilo em saber disso, minha amada. Eu acho que não darei motivos para isso, eu sou um homem bom demais.

Antes que pudesse seguir a conversa, Amélia avistou Catarina correndo ao encontro dela e de Nicolas.