A sala do trono estava fechada, Nicolas esperava a presença de seu cunhado Carlos para uma conversa, enquanto isso sua mãe falava sem parar um instante, nem sequer respirava entre as palavras.
Nicolas havia fechado seus olhos e esfregou suas têmporas, já irritado de ouvir sua mãe.
— Ora mamãe, não diga bobagem! — Nicolas repreendeu sua mãe que reclamava a tempos sem parar sobre sua visita às tropas de Amélia.
Era profunda a mágoa do futuro rei por sua mãe não entender que a família de Amélia não iria o atacar, eles tinham um jeito grosseiro mas era apenas isso. Não aguentava mais ouvir uma palavra depois de ser o único assunto dos ministros.
Fora a ideia de casar com Amélia que eles diziam que tinham urgência. Nicolas queria fazer tudo certo, que Amélia o escolhesse por amor e não por obrigação.
— Seus ministros não vão gostar de saber que você está encontrando tropas inimigas.
— Eles não são inimigos — Nicolas rosnou para sua mãe — Amélia é minha futura esposa e rainha deste reino a qual todos vão servir. Estou dando um voto de confiança para Amélia e sua família.
— Você sabe que é perigoso
— Eu cresci ouvindo que tudo era perigoso, minha mãe.
A rainha tinha quase feito um buraco no chão de andar de um lado para o outro, causando agonia em Nicolas. Além disso, ele esperava por Carlos impacientemente, que nunca cumpria um horário, era extremamente descortês. Ele relevava por Vitória.
Vitória adentrou a sala do trono de braços dados com príncipe Carlos de Parvata.
Carlos era um homem estranho, Nicolas sempre achou, ele usava uma grande coroa, vestes vermelhas e estava com a barba aparada, seus cabelos longos estavam soltos.
Nicolas pensava que eles eram bons vizinhos, ele se sentia um pouco incomodado com o olhar de Carlos, por vezes parecia que não estava em seu juízo perfeito.
Carlos parou em frente ao trono de Nicolas e se curvou formalmente. Ele tinha um sorriso quase perigoso nos lábios.
— Fiquei sabendo das boas novas.
— Que boas novas? — Nicolas perguntou franzindo sua testa.
— Seu casamento, meu cunhado. Avistei Amélia na presença de seus irmãos e ela é uma mulher formidavelmente linda — Carlos sorriu para Nicolas, aquela frase o incomodou, a forma que ele pronunciou o nome de Amélia parecia tão lasciva — O irmão dela, Felipe? — ele se virou para Vitória perguntando e ela concordou com a cabeça. — Felipe nos convidou para ir conhecer as tropas de mercenários. Ele disse que você vai e ficarei feliz em te acompanhar.
— Por Deus, toda minha família irá para o suicidio. Você não concorda com esse desatino não é mesmo filha?
— Eu irei acompanhar Carlos.
— Você não pode ir — Elizabeth a repreendeu — não é lugar adequado para uma princesa, para futura rainha.
— Se Amélia vai eu também vou. — Vitória disse assertiva, ela era casada com um futuro rei de um reino melhor e maior que Navie, se ela poderia estar na linha de frente Vitória também queria.
— As tropas são da família dela, jamais fariam algo com ela, me preocupo com vocês.
— Não há necessidade — Nicolas disse já sem paciência para mãe — vamos ao despontar do sol.
— Despontar? — Vitoria disse incrédula.
— é a hora que Amélia prefere sair.
— Claramente — Carlos apenas concordou.
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Reino de Navie
Historical Fiction𝓡𝓸𝓶𝓪𝓷𝓬𝓮 𝓜𝓮𝓭𝓲𝓮𝓿𝓪𝓵 Um reino que estava em decadência. Um futuro rei sem poder. Uma jovem é prometida em casamento. Será que juntos eles levaram esse lugar para nova era, ou o destino e as pessoas a sua volta irão os separar. Reino de...