Capítulo 38. Confrontos e notícias.

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Nicolas tinha acabado de sair de uma reunião com o primeiro secretário, ele veio demonstrar sua preocupação com a futura rainha e o noivado de Nicolas.

O homem de quase sessenta anos tinha uma altura mediana, o futuro rei se perguntava como seu pai aceitou ele como secretário, o rapaz nunca gostou do jeito que Robert falava com ele.

Nicolas carregava o peso da coroa, o peso de ser responsável por um povo e mesmo assim esse homem fazia questão de dizer todas as palavras pausadamente como se ele fosse uma criança aprendendo a ler.

Após demonstrar seu visível descontentamento com o futuro rei, Robert saiu de sua biblioteca.

Nicolas tamborilava os dedos na mesa tentando ordenar seus pensamentos, estava se sentindo um pouco culpado, não gostava de brigas pensava que se ele fosse o primeiro a ser misericordioso os outros seriam.

Não aguentava mais esperar, fazia uma semana que o seu noivado tinha sido destruído, ele esperava que Dominique fosse pedir desculpa para Amélia pelo que fez.

Amélia agora parecia sempre com medo como se estivesse sendo seguida pela morte.

Nicolas pensou em desistir de seu noivado, deixar Amélia voltar as tropas e ser feliz como ela foi naquele dia cantando com as crianças perto da grande fogueira, mas ele podia deixá-la partir, era como tirar tudo dele, ele preferia perder sua coroa do que sua amada.

Sem demora ele foi até o quarto de Dominique, iria dar uma chance dela se redimir, os homens de Felipe guardavam a porta junto com a guarda real, eles deram passagem a Nicolas.

Quando entrou nos aposentos de Dominique deixou a porta aberta, não queria que ninguém tivesse a impressão errada.

Ela estava sentada, penteava seus longos cabelos escuros, seu olhar era sereno e tinha tranquilidade de uma pessoa que jamais mede as consequências.

Sentiu-se tomado pelo ódio ao ver aquela cena, lembrou de sua rainha que estava trancada em seus aposentos como um passarinho em uma gaiola que tem medo de sair. Apenas chorava e dormia, estava tão magra e abatida e a pessoa que causou tanto mal a eles estava penteando os cabelos sem se preocupar com nada.

— Dominique.

— Majestade — A jovem continuava a passar a escova em seus cabelos.

— O que você está fazendo?

— Nada, — Ela olhou Nicolas pelo espelho e sorriu. — Sobre o nosso casamento, soube que meu pai está a caminho para negociar com a rainha e os ministros.

— Dominique não vamos nos casar, eu sou noivo de Amélia.

— Você tem que analisar a possibilidade do meu dote.

— Por qual razão você fez isso? — Nicolas perguntou tomado por uma indignação.

— Amor! Eu te amo e ela jamais entenderá isso — Dominique se levantou e se aproximou do futuro rei que deu um passo para trás — Você precisa me considerar para posição de rainha. Amélia não é a mulher adequada para o casamento.

Nicolas saiu dos aposentos de Dominique sabendo que a mesma não parecia estar em seu juízo perfeito ou era uma perfeita dissimulada de conseguir esconder essa personalidade cruel, capaz de enganar a todos.

Ele estava a caminho de seu alvo, desejava enfiar a flecha em algo para aplacar seu ódio mas foi abordado por guardas.

— Os irmãos de Amélia aguardam Vossa alteza nos aposentos de Felipe.

Nicolas começou a correr, tomado pelo desespero de pensar que algo poderia ter acontecido, seu coração se apertou ao pensar que Amélia poderia ter fugido ou se sentindo mal.

Ele entrou como uma bala de canhão no quarto, sem pedir licença, quando viu Amélia e seu corpo se acalmou.

— o que houve? — Nicolas recuperando o fôlego.

— Euripedes, está morto.

— Como assim? — Ele foi para o lado de sua noiva e colocou a mão no ombro dela, todos pareciam chocados.

— quem abriu a cela para isso? — Felipe perguntou

— Ele morreu com adagas nos olhos — Arthur respondeu.

— Isso é tenebroso — Pedro disse — Quem foi?

— Não sabemos ainda.

— Peguem o corpo dele e joguem para os lobos — Nicolas ordenou.

— Nicolas — Amélia ficou chocada, nunca tinha visto ele dizer algo tão cruel e de forma tão fria.

— Vamos alegar que ele tentou fugir, se machucou e foi atacado por lobos. Conseguem isso?

— Sim, Vossa Alteza — Arthur respondeu calmamente, ele gostou da ideia e ele mesmo iria fazer isso.

— Vou investigar quem pode ter feito isso — Pedro disse

— Não vamos sair da corte agora, vocês precisam ser vistos aqui para não sofrer nenhuma acusação. Vamos jantar juntos.

Nicolas beijou o topo da cabeça de Amélia, a moça ainda parecia muito triste, até mesmo sabendo que aquele homem estava morto e ela não corria mais perigo.

Após a família concordar com o plano de Nicolas ele e Arthur foram até o jardim atirar com arco e flecha, era bom o homem que tentou matar o preso no dia que chegou a corte ser visto ocupado.

— Amanhã nesse horário mandarei os homens vasculhar as terras e vão encontrar o que sobrar dele. — Nicolas informou Arthur que apenas concordou com a cabeça.


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Reino de NavieWhere stories live. Discover now