Capítulo 10. O Baile

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O baile da corte real era uma festa dada para comemorar a chegada de Amélia, pelo menos foi isso que a rainha havia comentado. Os nobres sempre gostaram de uma festa e a Rainha Elizabeth pensou que seria bom analisar o porte de Amélia.

Após a chegada de Arthur ela estava mais confiante para fazer o que queria.

comemorar minha chegada? — Amélia resmungava enquanto revirava os baús cheios de vestidos procurando algo.

As damas da corte não estavam ajudando ela, Amélia se recusou a ser banhada e penteada como um cavalo novamente, ela tinha aversão pessoas segurando ela e a carregando como se fosse um saco de grãos.

Havia crescido de forma simples e não era agora depois de adulta que iria deixar que eles a tratassem como criança.

A jovem vestiu o espartilho, se olhou no espelho e apertou ele em sua cintura, aquilo deveria fazer mal aos órgãos internos, um dia alguém iria descobrir.

Os grandes saiotes branco era o que realmente a incomodava, com todo aquele pano e salto era fácil perder o equilíbrio, por isso damas não iam pra guerra.

Amélia tirou o vestido escolhido a dedo por Catarina, para ocasiões especiais, o pesado tecido foi difícil de colocar, o vestido era azul claro, tinha pedras em todo seu corpete e não tinha mangas.

Isso não me parece adequado — Ela sussurrou pra si mesma, quando viu que seus seios estavam quase fugindo, puxou o vestido tentando disfarçar o amplo decote.

A jovem deu uma volta em frente ao espelho, olhou para seus pés descalços, observou que o vestido era tão grande que ninguém notaria qual sapato ela estava usando, calçou uma de suas botas e sorriu por sua ideia.

Apesar de ser uma pequena vitória ter se vestido sozinha, ela precisava arrumar os cabelos, sentiu falta de sua aluna Maria que sempre trançava seus cabelos, colocava flores e penteava. Os cabelos estavam maiores por causa disso, a menina pedia para Amélia não os cortar.

Depois de pentear os cabelos a moça colocou uma tiara simples, não fazia jus a magnitude de seu vestido e colocou o cordão de sua mãe.

Estava pronta.

Amélia se olhava novamente no espelho, ela se lembrava do que seus irmãos diziam para tentar não ficar tão nervosa "nós não precisamos deles".

Nos primeiros dias, desejava ser aceita pelas mulheres da corte, mas notou que ela deveria se aceitar ao invés de esperar entrar nos padrões, os padrões que deveriam se adequar a ela.

Quando a jovem saiu pela porta do quarto chamou atenção de seus guardas que estavam do lado de fora, apesar de sua longa convivência com a família de Amélia eles não costumavam ver a jovem assim.

— Você está linda, Amélia — João Lucas disse para Amélia sem sair da postura de guarda.

— Obrigada, estou nervosa — Ela sorriu para os guardas.

— Nem parece a moça que corre nas plantações de sua família ou atira adaga em alvos — João Luís disse ao ficar embasbacado com a beleza de Amélia. Ele desviou o olhar quando notou o decote avantajado de seu vestido.

Um barulho veio do início do corredor e interrompeu a conversa que os guardas e Amélia estavam tendo.

Olavo estava com cabelos milimetricamente penteados, ele usava um casaco verde bordado em dourado, calças e uma bota que tinha um salto para parecer mais alto. Agora parecia um membro da família real e não garoto que jogou bola com ela e Arthur hoje mais cedo e rolava no chão.

A convivência fez ela sentir saudade de suas crianças, as quais ela ensinava a ler e escrever.

— Senhora — Olavo estendeu a mão pra Amélia — me acompanharia nesta noite?

Reino de NavieWhere stories live. Discover now