Capítulo VI

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                           (Luiz Felipe)

  Já havia passado um tempo desde o jantar, eu estava em casa revisando algumas coisas, quando de repente me bateu uma vontade de ir na casa da Ana, sei lá, uma ideia repentina, que não consegui mais tirar da cabeça.

   — Transar, eu preciso transar —. Fui tomar um banho, um bom banho. As coisas estavam indo bem, Gabriel estava falando comigo novamente. Ele me disse que seu irmão havia falado bem de mim a ele. Acho que aquele garoto poderia conseguir o que quisesse de sua família.

   Eu perguntei por que todo mundo gostava daquela maneira dele. Gabriel apenas respondeu dizendo que o seu irmão era doce, e merecia toda proteção e carinho. Falou que quando era criança se internou várias vezes, deixando os pais mortos de preocupação, ele disse que virou médico apenas pra cuidar do irmão. Eu achei aquilo tudo muito bonito.

   Então todos eles eram superprotetores, isso explicava muita coisa, só não entendi porque a Ana o odiava tanto. Sei que ela não bate muito bem da cabeça, mas mesmo assim o garoto não fazia nada de ruim a ninguém.

                               (João)

   Era uma noite de quinta-feira, eu estava sentado no sofá assistindo filme com meus pais quando a campainha tocou.

   — Filho você pode ir atender? —. Eu prontamente me levantei, ajeitei minha cueca que estava entrando lá nos meus lugares baixos, quando estávamos sozinho essa era minha mania, desde criança, viver de cueca pela casa.

 Eu prontamente me levantei, ajeitei minha cueca que estava entrando lá nos meus lugares baixos, quando estávamos sozinho essa era minha mania, desde criança, viver de cueca pela casa

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   — Oi —. Era o Felipe, ele estava com uma regata, com um dos braços apoiados na parede. Ele era enorme, eu era baixinho perto dele.

   — Oi —.

   — Sua irmã está? —.

   — Ela saiu com umas amigas, acho que daqui a pouco ela chega —. Digo, em seguida o convido para entrar. Ele aceita  e enquanto cumprimenta meus pais vou ao meu quarto vestir um short.

   Quando voltei eles estavam dando altas risadas, das histórias do hospital que ele estava contando. Sentei bem no meio dos meus pais, eles continuaram conversando.

   — O Joãozinho tem vontade de cursar medicina —. Minha mãe falou, como sempre falando demais. Era uma ideia antiga minha, nem sei se sonho ainda com isso, é que quando eu via o Gabriel vestido com a roupa de médico, eu queria ser igual a ele.

   — É uma boa profissão, precisamos cada vez mais de pessoas capacitadas —.

   Depois disso eles falaram sobre a Ana, em como ela estava diferente, e em como ela estava feliz. E só bastou falar nela que ela apareceu, ficou bem nítido o espanto em ver o namorado ali.

   — Felipe, está aqui há muito tempo? —.

   — Não muito, estava te esperando, sua família estava me fazendo companhia, eles são legais —. Depois disso eles entraram, aí minha mãe começou a falar bem dele, em como era educado e bonito.

   Meu pai sorria, acho porque era a primeira vez que Ana trazia alguém e depois ele não precisava contar os talheres, ou listar alguma coisa que parece ter sumido.

   — João, não vá dormir tarde demais, amanhã você tem aula —. Meu pai disse e em seguida foi com minha mãe para seu quarto, fiquei ali mesmo pela sala, assistindo besteira na televisão, parecia que não tinha nada de legal, e realmente não tinha. Deitei no outro sofá, ele era mais confortável, e foi aí que eu senti um cheiro diferente, forte, intenso, penetrante, que invadiu minhas narinas. Era o cheiro do Luiz Felipe. Era ele quem estava ali naquele sofá.

   Voltei para o outro sofá e tentei não morrer de tédio, pois para o meu quarto eu não poderia voltar, afinal ficava entre o quarto dos meus pais e o da Ana, e eu não estava afim de ouvir "barulhos indesejado".

                          (Luiz Felipe)

   — Obrigado pela surpresa, estava mesmo querendo te ver —. Ela falou abraçada a mim.

   — O que foi? —.

   — Eu só estava com saudades, eu sei que você é muito ocupado, mas você poderia mandar notícias de vez em quando —.

   — Desculpa, essa semana foi bem pesada —.

   — Tudo bem, eu entendo, sei que estou sendo um pouco melodramática, mas é que eu gosto demais de você —.

   — Eu também gosto de você —.

   Antes eu queria estar ali, mas agora eu queria somente correr, ela me deixava completamente desconfortável, sua presença me causava um turbilhão de coisas não muito boas.

    — Vamos pedir uma pizza estou faminto —. Disse, ela concordou.

   — Se quiser eu expulso o João da sala e assistimos alguma coisa —.

   — Deixa ele, não precisa expulsá-lo por minha causa —.

   — Tudo bem, vamos acho que se a gente for bonzinho com ele é bem capaz do papai me deixar ir embora com você —.

  Fomos para a sala, ele estava lá, assistindo documentário, deitado com o cabelo bagunçado, dessa vez com um short.

   Quando ele nos viu imediatamente se levantou, e disse que já estava caindo fora.

   — Espera, vamos pedir pizza, não quer? —. Questionei. Ele pensou um pouco logo em seguida concordou com a cabeça.

   — Posso trocar de canal João? —. Questionou Ana, ele somente acenou com a cabeça. Ela colocou em uma série tão chata que eu quase dormi enquanto esperava a pizza.

  Quando a campainha tocou fui abrir a porta, era bastante coisa, dava de comer bastante e sobrar um pouco. Notei que o João não comeu toda a sua, e depois foi guardar na geladeira.

   — Guarda pra mim também João —. Ana me explicou que eles gostavam de pizza gelada, vai entender.

   Ela me disse que iria escovar os dentes e logo voltava, aí eu esperei, esperei e esperei.

   — Você vai morrer de esperar, ela está dormindo, tem um sono muito pesado —. João me falou. Eu fingi está desapontado. Acho que era daquilo que eu precisava de outra partida de videogame, de outro momento como daquele dia.

   — Aí garoto, tá afim de jogar uma partida? —

   — Claro —.

   Ele aceitou na hora, e foi todo animado arrumar tudo para jogarmos. Em meio às partidas acabei descobrindo que ele gostava de GTA, mas nunca tinha jogado.

   — Por que não? —.

   — Meus pais não deixam eu jogar jogos de tiro, nem muito violentos —.

   — Bem isso não faz nem um pouco de sentido, eu sempre joguei esses jogos e eu acho que não tenho vontade de atirar em alguém —.

   — Pois é, só queria que eles me entendessem um pouco mais, tem tanta coisa que eu queria fazer mas eles não deixam porque são superprotetores —.

   — Bom se quiser eu te empresto meus jogos, eu nem uso eles —.

   — Melhor não, se eles me pegam eu fico de castigo —.

   — Bom se quiser pode ir lá em casa, aí podemos jogar —.

   — Mas se a Ana visse ela contaria a eles com certeza —.

   — Quem disse que ela precisa saber? —.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO

  

 

  
  
  

  

  

O Dono do Meu Corpo [+18]Where stories live. Discover now