Capítulo LIII

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    Eu estava dentro da banheira, havíamos acabado de fazer amor, como sempre muito bom, porém excepciona, eu me sentia muito feliz, Luiz estava bem na minha frente dentro da banheira, cheio de espuma pelo sei corpo. Estávamos em silencio, apenas olhando um para o outro, sem trocar uma só palavra. Eu sei que minha vida tinha muitas outras coisas além dele, mas eu só conseguia pensar no Luiz, ele parecia estar se tornando a parte mais importante da minha existência e isso era extremamente assustador. Eu sentia falta dos meus pais, mas mesmo assim a falta que eu sinto todos os dias que não vejo dói mais.

— Eu queria te pedir uma coisa! —. Ele me disse.

— Pode pedir meu bem, se eu puder fazer, eu farei.

— Quer ir amanhã comigo para comprar as coisas do bebê? É que eu não tenho muita ideia do que comprar, mas acho que você poderia me ajudar —.

— Claro que eu quero ir com você, mas vou logo avisando que não faço a mínima ideia do que um bebê precisa —.

— Eu quero que ele tenha tudo, tudo mesmo, quero dar-lhe tudo o que eu não tive —.

— Você nunca me contou sobre a sua infância —.

— Porque não é uma história muito legal de se contar —. Ele falou com um olhar um pouco perdido, como se o seu passado causasse muita dor, com certeza era isso. Não há ferida pior que o passado de uma pessoa.

— Olha, eu não sei se você tem traumas ou não sobre o assunto, mas se precisar conversar sobre isso estarei aqui com você, independente de tudo —.

— Obrigado meu amor —. Toda vez que ele me chamava de "meu amor" com aquela voz grossa meu coração palpitava mais forte.

— Você vai ser um pai maravilhoso, eu tenho certeza disso, eu sobrinho vai amar você, mais que tudo nesse mundo —.

— Está aí uma coisa que eu não tive, um pai, nem uma mãe, porque minha mãe morreu logo que eu nasci, e meu pai eu nem sei quem é —.

— Quem criou você? —.

— Uma tia, ela era tão nojenta você não faz ideia, ela me tratava como se eu fosse um bastardo, ou coisa pior, ela tinha três filhos, todos eles mais velhos do que eu, pra eles ela dava tudo de melhor, tudo o que ela tinha, mas para mim vinha apenas as sobras —.

— Pelo visto você não gosta dela —.

— Gostar? Eu nem sei o que é isso, pelo menos dela. Ela não perdia a oportunidade de me ridicularizar, me chamava de "enjeitado", dizia que meus pais não me quiseram porque eu era feio, mas quando alguém chegava na casa ela dizia com o máximo de orgulho possível que ela quase uma mãe para mim, que não se importou se eu era filho dela ou não no momento que me adotou —.

— Eu sinto muito, você deve ter sofrido tanto —.

— É eu sofri, mas isso é passado, e jamais quero que isso se repita, não mesmo, ainda mais com meu filho, ele merece ter tudo, e não me refiro apenas a bens e estrutura familiar, mas também amor —.

— Olha, independente de qualquer coisa você tem a mim, seu filho vai ser uma criança muito amada, ele terá dois tios que o amarão bastante, dois avós que irão estragá-lo, só uma mãe meio sociopata, mas nada que vá traumatizar sua infância, ele vai ser muito feliz, pode acreditar —.

Ele veio em minha direção e me deu um beijo bem demorado e logo em seguida disse com um sorriso bem sincero:

— Obrigado —.

Depois do banho, nos secamos, vestimos nossas roupas e nos deitamos na cama, ficamos de conchinha com ele sendo a conchinha maior, ele de vez em quando me dava um beijo no pescoço, ou então cheirava o meu cabelo.

O Dono do Meu Corpo [+18]Where stories live. Discover now