O Dono do Meu Corpo [+18]

Capítulo XVII

   — Seu filho da puta, eu te avisei que se você brincasse com minha irmã você iria pagar caro —. Gabriel estava prestes a avançar para cima de mim, eu apenas dei dois passos para trás já entrando no corredor do hospital. Gabriel era mais baixo do que eu, mas nem isso fazia com que ele pensasse duas vezes.

— Gabriel nem vem, eu terminei com sua irmã, e na verdade essas coisas só chegaram nesse ponto por culpa sua e dela também, eu nunca quis um relacionamento com ela, nunca quis me envolver com sua irmã, mas simplesmente aconteceu, eu fiquei com muitas garotas, sim já fiquei, ela também já ficou com muitos outros garotos, mas você nunca quis bater neles, agora em mim que sou seu amigo, seu melhor amigo, você se comporta dessa maneira? —.

— Ela gosta de você seu animal, ela está gostando de verdade deu uma pessoa pela primeira vez na vida, ela decidiu ser uma pessoa melhor por sua causa, e você devolve tudo nessa moeda? —.

— O que quer que eu faça? Fique com ela? Coloca uma coisa nessa sua cabeça Gabriel, eu não amo sua irmã, nunca amei e nunca vou amar não importa o quanto eu me esforce —.

— Cara você é podre, às vezes me questiono como ainda sou seu amigo, você chega na vida das pessoas como um câncer, atacando tudo de bom e substituindo tudo por coisas ruins —.

— Não venha me dar lição de moral, você sabe muito bem que eu sou assim, sua irmã sabia que eu nunca quis relacionamento, mas mesmo assim ela se envolveu, mesmo assim ela me fez ir na droga de um jantar que era apenas um pretexto para me obrigar a dizer sim a um pedido absurdo que eu nunca esperava —.

— Me diga então, por que simplesmente não recusou o convite em vez de encher ela de esperanças e mentiras? —.

— Porque de qualquer jeito Gabriel você iria avançar sobre mim como se eu tivesse te apunhalado pelas costas, dizendo que eu magoei sua irmã, não sei mais o que, você nunca me entenderia, nunca me entende, na verdade eu sempre aturo os seus surtos porque sou seu amigo e nunca te julguei por isso, agora você não consegue ficar do meu lado nesse momento o que me ouvir? —.

— Eu sempre estive ao seu lado, sempre desde o momento que entramos na faculdade, sempre te apoiei, estive do seu lado nos momentos que mais precisou —.

— Eu sei disso, sempre soube, cara você é incrível é isso que um amigo de verdade faz —.

— Não, é isso que uma pessoa que ama faz, cuida da pessoa, mesmo sabendo que nunca poderá ter esse amor de volta, mesmo sabendo que no coração da outra pessoa inexiste esse sentimento. Durante anos eu sonhei com aquela porcaria de jantar, mas em vez de ser o jantar da Ana deveria ser o meu jantar —.

— Gabriel do que está falando? —. Indaguei pasmo com suas palavras repentinas.

— Eu te amo seu imbecil, mas eu sei que você nunca vai me amar de volta, eu sei disso eu sempre soube e você me maltrata assim ficando com minha irmã, namorando com ela, indo em um jantar com meus pais, mas não comigo com ela —.

— Cara eu não sabia disso, você também nunca me falou nada, poderíamos ter conversado sobre isso bem antes Gabriel —.

— Eu tive medo, tive medo porque a cada dia que passava eu ia perdendo a coragem e você ia ficando cada vez mais bonito, e eu sempre te via cabisbaixo pela decepção que teve, minha vontade sempre foi te abraçar e te mostrar que você foi amado de verdade —. Enquanto ele falava lágrimas corriam por seu rosto.

— E só agora você diz isso garoto, se eu soubesse disso eu nunca teria chegado a cem metros de sua irmã, eu nunca teria... enfim, eu não sei o que falar eu não sei o que dizer e é isso, estou surpreso, e sinto muito pela situação que as coisas chegaram —.

— Sente muito por onde as coisas chegaram? Você quase me deixou com pena de você, pobre Luiz Felipe Spinelli, pobre coitado vítima de uma garota otária —.

Acho que ter transado com o irmão da minha ex-namorada não era o menor de meus problemas, agora eu tinha que lutar com o fato de que meu melhor amigo era apaixonado por mim e era irmão dos dois.

(João)

Cheguei da escola, minha mãe estava conversando com meu pai, quando eu olho atentamente Gabriel estava deitado sobre a coxa da minha, com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar, ela fazia carinho em seu cabelo. Pela forma que eu o conhecia sabia que algo de muito grave havia ocorrido, pois ele não era muito de envolver nossos pais com seus problemas.

— Que foi Gabriel? —. Questionei e me aproximei dele, ele me olhou rapidamente e depois secou as lágrimas rapidamente.

— Nada filho ele só teve um probleminha no trabalho —.

— Não precisa mentir mãe, ele pode saber, não há pessoa que eu confie mais nesse mundo do que no Joãozinho —.

— Então vamos sair para deixar vocês conversarem —. Meu pai falou, mas Gabriel em chamou para irmos ao meu quarto onde poderíamos conversar melhor.

— Nossa, muita coisa aqui mudou, parece que faz um século que não venho aqui —.

— Isso é verdade você tem ficado mais ausente do que já é, eu sinto sua falta sabe, ainda mais nesses últimos tempos —.

— Desculpa, mas tem muitos outros motivos, você sabe muito bem disso, pode me visitar sempre que quiser, sei que ando muito atolado estudando demais, mas eu sempre gosto da visita do meu irmão caçula —.

— O quê quer me contar Gabriel, porque está chorando desse jeito? —.

— São muitos os porquês, mas apenas um culpado por tudo isso, o Luiz, aquele desgraçado —. Quando ouvi aquele nome me subiu um arrepio pela espinha, achoo que era o medo que o Gabriel soubesse do que tinha ocorrido entre o Luiz e eu.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO