Capítulo XXIV

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   Alana foi bem enfática em seus conselhos, eu seria muito idiota se não os seguisse, eu estava mesmo decidido e dessa vez era para valer, eu apagaria o Luiz da minha vida, não só ele como também qualquer memória, ou coisa que me fizesse lembrar dele. Só me faltava forças, sei que o que eu iria fazer não era o que deveria ser feito, eu deveria ser homem o suficiente para olhar no fundo de seus olhos e dizer tudo o que eu queria, mas preferi agir a minha maneira. E a minha saída foi bloqueá-lo de tudo, cortar qualquer contato, seria bem fácil dele não me encontrar, afinal não convivíamos muito, e como ele havia terminado com a Ana eu não o veria nunca mais.

— Alana, e se eu estiver fazendo a coisa errada? —.

— Amigo, mesmo que esteja fazendo, essa é a única saída, não creio que você sendo sincero irá surtir qualquer efeito positivo com sua família —.

— Entendi, então não tem outra maneira mesmo —.

— Não, pelo visto isso não é o que você quer, posso ver isso em seus olhos —.

— Eu nem sei mais o que eu quero, quero tantas coisas, viver em paz, minha família, mas parece que quanto mais eu me esforce mais eu me complico —.

— Eu sei que você está gostando dele, talvez você ainda esteja aceitando isso, mas homens entram em nossas vidas facilmente e saem ainda mais fácil, esse Luiz parece ser um grande de um cafajeste, ele não vai ter qualquer respeito por você, não se iluda apenas porque ele é bonito. Acho que ficar com alguém quer te convencer que é o melhor que você pode conseguir não é o certo —.

— Ele é bem assim mesmo, ele quer me ver lambendo seus pés, implorando por ele, como se eu fosse algo barato ou sem valor. Acho que eu não nasci para isso, para homem mandar em mim dessa forma —.

— João, quando um homem quiser se impor dessa forma para você, apenas mostre quem realmente está no comando, esse alguém é você. Alguém com sua beleza é capaz de dominar qualquer homem, e eu não falo isso apenas na cama, mas em qualquer outro lugar. Tenha ciência de que esse Luiz virá atrás de você tão mais rápido que um trovão depois de um raio —.

— E se ele vier o que eu faço? —.

— Haja como se nada houvesse acontecido, mas não dê muita atenção, não lhe dê qualquer esperança. Mostre a ele que esse seu joguinho de sedução não funciona mais com você —.

— Vai ser muito difícil, mas eu vou tentar, eu juro que eu vou tentar —.

Peguei meu celular, fui em minhas redes sociais e comecei a bloquear o Luiz de todas elas, era difícil fazer isso, pois eu sei que foi bem legal a nossa última vez, mas sabia ele que aquela havia sido a despedida, pois eu não iria fazer isso de novo.

— Pior que ele é bem bonito hein amigo —. Alana falou me dando um abraço, depois de eu olhar por uma última vez sua foto e lhe bloquear da última rede social que faltava. Depois disso larguei meu celular senti uma coisa ruim no meu peito. Era uma tristeza, daquelas inquietantes, sem lagrimas, mas acompanhadas de ansiedade e tudo mais.

Depois disso Alana passou o resto do dia tentando me animar, ela trouxe um pedaço de bolo de cenoura, mas eu só comi uma migalha, eu só queria esquecer disso tudo. Mas parece que minha mente não iria deixar que isso simplesmente acontecesse, pois passava um filme de todos esses acontecimentos. Eu viajei até o fatídico jantar, em que pela primeira vez eu o vi, lembro da minha timidez em vê-lo, assim como minha curiosidade em saber mais sobre ele. Eu não queria romantizar o que aconteceu, mas era inevitável, isso tudo mexeu profundamente comigo, estava me corroendo e eu tinha de me salvar enquanto ainda dava tempo, enquanto eu podia.

O que me causava mais desespero era saber que a Ana estava voltando para casa, o intercambio dela não vai durar para sempre, minha paz e sossego vai acabar, agora que o Luiz terminou com ela, Ana vai estar mais insuportável do que nunca.

(Luiz)

Esses últimos dias vieram cheios de mudanças, primeiro acho que minha amizade com o Gabriel morreu, pois agora ele estava mais distante do que nunca, acho que isso era o esperado após aquela série de revelações, eu não queria que isso acontecesse, mas não tive como prever cada evento que culminou nessa situação, em que meu melhor amigo não fala mais comigo e que eu passo meus dias afundado no trabalho para tentar esquecer desses problemas.

Acho que foi naquele momento, que pela primeira vez eu senti a falta do Pedrinho, lembrei rapidamente do seu beijo e em como aquilo atiçou os meus mais profundos desejos. Tudo naquele garoto me atraía como nenhuma outra pessoa, ele parecia ter total domínio sobre o meu desejo.

Ele deixou uma camisa sua na minha casa, a guardei com o mais profundo carinho e cuidado, ela detinha seu doce perfume, era tão feminino, assim como o seu corpo, acho que era isso que me deixava descontrolado. Não havíamos nos falado desde a última vez na minha casa, acho que eu estava precisando de mais uma vez com ele.

Já estava quase saindo do meu plantão era noite, peguei meu celular mandei mensagem para ele, mas ele nem sequer recebia, fiquei ainda esperando por sua resposta, mas ela não veio, fui para casa, achei que no caminho ele me responderia, mas essa reposta não veio, nem uma, duas, três ou quatro horas depois. Foi só então que eu percebi que ele tinha me bloqueado, não só de uma, mas de todas as suas redes sociais.

— Ah não garoto, isso não —. Falei quase não acreditando no que eu via, ele me queria longe e dessa vez não era brincadeira.

— Mas que droga —. Eu quebrei meu celular no chão de tanta raiva.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO 

O Dono do Meu Corpo [+18]Where stories live. Discover now