Capítulo LI

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(Luiz Felipe)

Quase não acreditei quando o Pedrinho me convidou para ir à casa do Gabriel, eu não sabia muito bem o que havia acontecido entre eles, mas seja lá o que foi eu fico extremamente feliz, pois vou poder ficar com ele.

Fui direto para casa tomei um belo de um banho, e me arrumei. Não demorei muito, peguei meu carro e rapidamente dirigi para onde ele estava. Quando lá cheguei ele me esperava, logo que bati na porta ele apareceu.

— Oi, eu senti saudades —. Ele me disse e me deu um abraço, eu o envolvi em meus braços e o tirei do chão, fiz carinho em seu cabelo e depois lhe dei um bom e demorado beijo. Ele estava incrivelmente bonito naquela noite, seus olhos brilhavam intensamente, seu sorriso largo e sua carinha de felicidade era mais precioso que o reluzir de um tesouro.

— Vem, você deve estar faminto, o namorado do Gabriel pediu uns lanches para nós —.

— Namorado do Gabriel? Deve ser por isso que ele está de tão bom humor, mas enfim eu estou faminto mesmo —. Ele evolveu sua mão gelada na minha e me guiou até a cozinha, sentamos a mesa, ele pegou um garfo e tirou um pedaço de pudim e trouxe em minha direção.

— Abre essa boquinha —. Ele falou, eu abri devagar e ele trouxe a colher a minha boca, como se eu fosse uma criança, mas eu achei aquilo tão fofo.

— Está me bajulando assim por quê? —.

— Por nada, quer dizer, eu gosto de você —. Eu peguei o garfo de sua mão, tirei um pedaço de pudim e levei em sua direção. Ele sorriu. Foi um dos mais belos sorrisos seus, eu amava quando ele sorria apenas com suas bochechas, seu rosto era muito bonito, muito bonito mesmo, tão suave, tão perfeito com o de um anjo, como de um ser de extrema pureza.

— Eu passei o dia inteiro pensando em você sabia, fiquei preocupado do seu irmão dizer alguma coisa com você, ou falar alguma coisa para os seus pais, não que eu tenha medo deles, mas é que eles podem te punir, e não sei, acho isso tão errado, pois você não está cometendo um crime, está apenas vivendo a vida como alguém da sua idade deve viver —.

— Não aconteceu e nem vai acontecer nada comigo, e se acontecer não vai ser meu irmão ou meus pais que farão —.

— Sua irmã me mandou uma mensagem ontem a noite, ela disse que eu tinha uma escolha, ficar com ela e com meu filho, ou ela iria abortar a criança, percebe o perigo que estamos vivendo? São tempo tão difíceis, e eu tenho medo João, eu quase te perdi, e agora a qualquer momento eu posso perder o meu filho —.

— Ela disse isso? —.

— Sim, ela disse, eu guardei a conversa, vou mostrá-la ao meu advogado, quero entrar com o processo já, não quero meu filho um instante a mais com aquela maluca, quando ele sair do útero dela, já quero ele nos meus braços —.

— Meus pais não vão deixar isso barato, eles não vão querer ver a Ana "sofrendo" pelo seu filho, eles são trouxas o suficiente para acreditar nesse joguinho sujo, mas eu não sou, ela está os manipulando e eles três juntos podem ficar com essa criança, eles vão alegar muitas coisas, muitas mesmo, vão fazer de tudo para ficarem com essa criança —.

— Mas não vão, eles não vão, me perdoe eu sei que são seus pais, e você tem todo o amor do mundo por eles, mas eu não vou deixar meu filho com essas pessoas que dão tanta liberdade assim para a Ana, ninguém cria uma fera sem correntes, e eles a tratam como se fosse uma pobre menininha —.

— Eu sei, eu já desisti de tentar entender o que eles realmente querem, só fico triste por todos nós que sofremos por causa da negligencia dos meus pais —.

— Por isso eu vou precisar que você e o seu irmão deponham ao meu favor no tribunal, o Gabriel já me deu a palavra que iria, eu preciso que você vá também, mas se não quiser ir tudo bem, não quero você criando confusão com sua família, ainda mais no tribunal, você é tão jovem para estar metido com tanta confusão —.

— Claro que eu vou, meus pais vão me perdoar um dia, eu sei que vão, e precisamos do seu filho para podermos ir embora, não é? —.

— Espera, então você aceitou mesmo? Tem certeza disso? Não quero que você faça isso sem pensar, eu sei que te pressionei um pouco, mas se quiser esperar um pouco mais tudo bem. Não quero que mude sua vida repentinamente, e eu sei também que você ainda tem suas incertezas em relação a mim —.

— Você fala demais Luiz, eu te conheço a pouco tempo eu sei, sei que isso pode parecer precipitado para qualquer um que olhe nossa situação de fora, mas tantas outras pessoas se juraram uma a outra em tão menos tempo e viveram felizes seja lá a sua forma —.

— Então você quer mesmo ficar comigo? —. Parecia tudo mentira, ele falando aquelas coisas com a expressão mais calma do mundo, com aquele sorriso magnífico. Eu sabia de algumas coisas sobre a vida, desconhecia um oceano de outras coisas, mas uma coisa era certa, ele era tudo o que eu queria, eu sentia que queria passar os dias ao seu lado, os dias e as noites. E parecia que o meu mundo deixava de ser meu mundo quando ele não estava por perto, o paraíso se transformava no pior dos infernos quando ele não estava comigo.

— Claro que eu quero, eu não tenho mais medo de você, eu te amo Luiz, eu quero ficar com você, pode ser que não der certo, pode ser que chegue um dia que eu te odeie mais que qualquer outra pessoa, pode ser que eu me machuque da pior forma possível e que jamais volte a ser eu mesmo. Mas eu quero você, eu assumo esse risco —. Naquele momento tudo parou, parecia que todos os problemas do mundo inexistiam, que éramos apenas nós dois.

— João Pedro, eu não sei se eu mereço pedir isso, mas se você achar que mereço vou ser o homem mais feliz desse mundo, eu não nos consigo nos imaginar de outra forma, a tempos isso vem passando pela minha cabeça, e agora sinto que não pode ser mais adiado. Quer namorar comigo? Quer ser meu, apenas meus, e eu serei apenas seu —.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO

O Dono do Meu Corpo [+18]Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin