Capítulo XLIII

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(Luiz)

— Você acha mesmo que precisa saber disso, acha que isso vai te fazer melhor, garota, coloca uma coisa na sua cabeça, eu nunca quis anda sério com você, você que forçou as coisas, você que fantasiou muitas coisas, eu não tenho um motivo, eu tenho vários, mas eu quero lhe poupar de qualquer coisa que possa fazer mal para o meu filho —.

— Se assim pensasse não teria me largado grávida para ser mais uma mãe solteira, para ser ridicularizada pela sociedade —.

— Ana Paula, estamos no século XXI, nem eu nem você planejávamos um filho, simplesmente aconteceu, isso não muda o fato de eu não querer nada com você, eu não te larguei grávida, não precisa ser uma mãe solteira e nem vai ser, porque essa criança vai ficar comigo —.

— Não vai não, se você vai lutar pra tirar ele de mim eu vou lutar pra ficar com meu filho, eu vou ser mãe, e nenhuma mãe merece ter seu filho tirado de si —.

— Ser mãe envolve outras coisas além de seus desejos pessoais, você tem que aceitar que não tem a menor capacidade psicológica para ser mãe, para cuidar de uma criança, para educar um filho —.

— Eu tenho noção das coisas que necessito para criar um filho, eu quero que o meu Leonardo tenha uma infância muito boa, assim como eu tive para ele crescer bem, para não desenvolver traumas. Mas para isso eu preciso do pai dele ao meu lado, para que ele não precise dividir-se entre duas pessoas, dois lugares, duas vidas —.

— Se acha mesmo que vou cair nessa sua história está enganada, eu sei muito bem que você planejou tudo isso, tudo foi muito bem pensando, acha mesmo que vai ficar comigo apenas está esperando um filho meu? —.

— Eu nunca faria uma coisa assim, eu não sei que pessoa você pensa que eu sou, não sou um monstro, eu sou uma pessoa normal, vai querer mesmo que nosso filho cresça com você construindo essa imagem de mãe terrível que você acha que eu vou ser? —.

— Ana Paula, por favor vai embora, eu não quero nada mais com você, pra falar a verdade eu nunca quis, eu não quero ser rude com você, porque você está carregando um filho meu, vá embora e por favor não volte mais aqui —.

— Antes de ir só quero dizer uma coisa, quando eu ganhar a guarda do meu filho, que é o que vai acontecer, você não vai vê-lo, pois eu estou aqui tentando te dar uma chance, mas você está rejeitando —.

— Espera um pouco, acha mesmo que pode vir aqui e fazer esse tipo de chantagem barata? —.

— Não é chantagem é um acordo, um acordo muito bom na minha opinião, nós dois juntos, você pode ter o tempo que quiser com o Leonardo, poderíamos morar aqui, é um lugar bem confortável, ou comprar uma casa talvez, ter mais filhos, que tal três? Nós seríamos bom pais, bons não, os melhores, nossos filhos poderiam ter uma infância maravilhosa, e nós dois poderíamos ser muito felizes —.

— Eu não vou aceitar uma coisa dessas, nem pense nisso, eu vou ficar com meu filho e se eu perder o processo de guarda eu fujo com ele, mas eu não vou ficar com você, não vou dar para outro filho meu o azar de ter você como mãe —.

— Você tem mais alguns meses para aceitar, é isso ou diga adeus ao seu filho —. Ela se levantou como se tivesse dito a coisa mais normal do mundo, e foi andando em direção a porta, quando ela passou por ela, tranquei imediatamente.

Aquela agora era mesmo louca, eu agora tinha total certeza disso, isso só aumentava minha vontade de pegar meu filho e ir para o mais longe possível dela, acho que isso seria o melhor para todos nós, mas o grande problema era que eu estava sozinho nessa, enquanto aquela doida tinha sua família ao seu lado.

Gabriel dizia que estava do meu lado nessa questão, mas me questiono até hoje se esse apoio realmente existe, acho que eu deveria procurar o apoio da pessoa certa, e eu sabia perfeitamente quem era essa pessoa. Peguei meu telefone e fiz uma ligação.

— Dr. Spinelle, o senhor está precisando de alguma coisa? —.

— Lembra que o senhor me disse que eu deveria o procurar caso eu precisasse? —.

— Perfeitamente, foi depois do senhor salvar a vida do meu caçula, o senhor precisa ver como ele está hoje em dia, tão agitado —.

— Muito bem, será um filho por um filho —.

— Não entendi —.

— Posso ir ao seu escritório? —.

— Claro que pode, se preferir pode vir nesse exato momento —.

— Muito bem, me espere, pois temos muito o que conversar —. Desliguei o telefone, fui tomar um banho, depois disso me arrumei, peguei meu carro e fui dirigindo ao escritório do Sr. Klein, se a Ana Paula queria jogar sujo eu também não iria deixar barato.

Dr. Klein era simplesmente um dos melhores advogados de todos, por acaso três anos atrás seu filho teve um problema cardíaco raríssimo, ele procurou muitos médicos, mas não obteve uma reposta diferente das que todos diziam, que seu filho não tinha chance, até que por coincidência ele foi no hospital onde eu trabalho e foi negado pelo chefe da Cirurgia Cardíaca, mas eu fiquei interessado pelo caso e conversei com ele para conhecer um pouco mais do caso, e foi assim que depois de muito estudo descobri uma solução, arriscada com uma pequena chance de sucesso, que acabou dando muito certo.

— Dr. Spinelle, eu lhe agradeço, que Deus o abençoe, eu serei eternamente grato, quando precisar dos meus serviços me procure, que farei de tudo pelo senhor —. Bom eu não achei que precisaria dos seus serviços, mas ainda bem que eu tinha do meu lado um dos melhores advogados do país.

— Dr. Spinelle, sente-se por favor — Apertei sua mão, olhei a foto dos seus dois filhos juntos, na sua mesa.

— Um filho por um filho, o que isso significa —.

— Eu vou ser pai, eu não estava esperando por isso para ser sincero, acontece que a mãe do meu filho é louca, e ela está usando essa gravidez para ficar comigo —.

— É melhor ir aprendendo a ser pai — ele disse com uma leve dose de humor e otimismo.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO

O Dono do Meu Corpo [+18]Where stories live. Discover now