Capítulo VIII

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                                (João)

   

   

   Entrei em seu quarto, ele era bem-organizado, assim como o restante da sua casa, dentro dele havia alguns livros, muitos livros de medicina, tinha alguns diplomas e muitas outras coisas. Ele se jogou em cima da cama, enquanto eu fiquei olhando cada detalhe da decoração daquele lugar. Olhando mais atentamente, vejo uma foto dele junto de meu irmão, acho que já era antiga, pois Luiz estava um pouco fora de forma, enquanto o Gabriel estava com o cabelo da fase emo dele.

— Vocês são amigos há bastante tempo, não é? —.

— Sim, nos conhecemos na faculdade, e somos amigos até hoje —.

— Por isso eu não lembrava de você da formatura, você mudou bastante —.

— Espero que para melhor —. Falou sorrindo.

Ele ligou sua tv, e ficou olhando o que estava passando naquele exato momento. Bom eu não sabia muito bem o que fazer, então sentei na cadeira de estudos dele e fiquei rodopiando. Bem, diante daquelas circunstâncias, eu preferia estar em casa ao menos lá eu não estaria nesse tédio todo.

— Deita aí João, pode ficar à vontade, pode escolher alguma coisa para assistir se quiser —.

Meio acanhado me deitei ali, fiquei olhando a tv, pensando no que eu estava fazendo ali havíamos combinado de jogar, será que ele tinha esquecido? Ele estava ainda de boné, o que não fazia muito sentido, já que estávamos dentro de casa e estava sem blusa.

— E aí, o que quer assistir? —. Questionou-me, eu apenas fiz sinal com a cabeça de que eu não sabia.

— Quer fazer outra coisa então? —. Questionou novamente. Eu acenei com a cabeça, todo mundo tinha raiva dessa minha mania de conversar movimentando minha cabeça.

— O que quer fazer? —.

— Podemos jogar? —.

— Claro —.

E assim as coisas se animaram mais, jogamos alguns jogos alguns bem violentos, daqueles que eu sempre quis jogar, foi aí que eu descobri que era ruim nesse tipo de jogo, e ele então ganhava em todas as partidas.

Meus dedos estavam soados, meu corpo estava soado, aquele quarto estava quente, olhei para o ar-condicionado, ele parecia estar funcionando, mas não resfriava nada, Luiz também estava soando, algumas gotas de suor desciam sobre seu peito, indo em direção ao abdômen.

Ainda bem que ele me chamou pra piscina, porque senão acho que eu teria virado um bife naquele calor insuportável. Pedi licença a ele para me trocar em seu quarto ele disse que iria preparar um lanche, tirei toda minha roupa, vesti minha sunga e fui em direção a piscina. Sempre achei chiques esses apartamentos que tem uma piscina dentro, e a do Luiz era enorme.

Quando cheguei a piscina, ele já estava dentro, bebendo alguma coisa, acho que era suco, ele me olhou por um breve momento, me disse pra escolher alguma música. Escolhi Black Dog, ele fez uma expressão que deu a entender que gostava daquela música.

— É bem contraditório —. Ele disse.

— O quê? —.

— Você ouvindo uma música assim, com tanta baixaria —.

— Baixaria? É apenas Led Zeppelin, não tem nada de baixaria —.

— Se acha que falar de sexo implicitamente não é baixaria —.

— Falar é diferente de fazer, eu sempre gostei dessa música, e nunca vi nada demais nela —.

Ele pareceu se convencer, eu sempre fui bom em persuadir as pessoas, acho que era por isso que a Ana me odiava tanto, ou sei lá. Acho que ela deveria conversar essas coisas com ele, mas não quis envolvê-lo nos assuntos da família.

Ainda na piscina, estávamos nos divertindo, estávamos falando das manias do Gabriel e rindo muito. Seria errado, se ele não tivesse a mania de sempre vestir roupa pelo avesso. Teve uma vez no casamento da minha tia que ele foi desse jeito e minha mãe só foi perceber quando estávamos na mesa.

— Vocês dois parecem bastante, parece uma versão mais nova dele —.

— Todo mundo acha isso —.

— Você não gosta muito da Ana, estou errado? —.

— Na verdade ela que não gosta de mim, então eu apenas devolvo seus sentimentos na mesma intensidade —.

— Você sabe o porquê? —.

— Não, bem que você poderia saber, vocês namoram, não é? —.

— Bom, do pouco que conversamos sobre isso, ela não entrou em detalhes —.

— Olha, eu sei que você gosta dela, mas ela é uma pessoa horrível, eu sei que ela está tentando mudar, mas ela fez da minha vida um inferno e eu não gosto muito dela —.

— Pode falar, eu não me importo, nem vou contar a ela, pode confiar —.

— Eu não, com certeza você vai querer terminar com ela depois que eu falar tudo o que eu tenho para falar —.

— Acredite acho que não vamos durar muito tempo —.

— Por quê? —.

— Não sei, apenas acho, sua irmã é bem complicada, somos bem diferentes um do outro, não sei se consigo levar um relacionamento assim a diante, além do mais, ela vai ter o intercambio, e digamos que eu não sou muito fã de relacionamento a distância —.

— Intercâmbio? Como assim intercâmbio? —.

— Pensei que você soubesse, ou então que sua família soubesse —.

— Eu não fazia ideia, nossa meus pais vão pirar, ela vai largar outra faculdade, nem sei se eles vão deixá-la ir —. Tomara que eles a deixem ir, tomara que ela passe bastante tempo e nem queira mais voltar.


CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO 







O Dono do Meu Corpo [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora