Capítulo XXXIV

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                        (João)

    Ainda estávamos no hospital, um dias antes da Ana chegar, ela apressou um poucos eu retorno, ela embora fosse uma pessoa ruim, ainda gostava dos nossos pais.

  — Pai, eu sei que o senhor não quero falar mais sobre isso, mas eu queria lhe pedir uma coisa —.

  — João Pedro, nós vamos ter uma conversa bem séria não se preocupe, espere só eu ficar bem, se acha que vai sair dessa história ileso está muito enganado —.

  — Eu sei que eu tenho coisas a pagar, mas eu queria lhe pedir pra não fazer nada que prejudique o Luiz —.

   — Você tem coragem de proteger aquele vagabundo na minha frente garoto? Depois de tudo que ele fez. Mesmo eu estando nesse estado? —.

   — Eu sou tão culpado quanto ele —.

   — Não venha se auto mutilar aqui. Me poupe disso. Você me decepcionou, de todas as minhas decepções você foi a pior. Se vitimizar nao vai mudar o que você fez —.

   — Eu sei, eu tenho ciência disso. Eu aprendi com meus erros. Eu passei semanas da minha vida me sufocando com essas coisas, apenas para não ouvir essas coisas vindo de vocês —.

   — Você acabou prejudicando a todos nós com suas atitudes, você quase fez sei irmão perder a carreira, me hospitalizou, está tirando o sono da sua mãe, e sua irmã... —. Ele não prosseguiu.

   — Se quiser eu vou embora —. Digo, é logo em seguida seco as lágrimas que caíam do meu rosto durante essa conversa.

   — Não, eu quero que você fique, você me decepcionou, mas ainda assim é meu filho. Dos seus irmãos você sempre foi o mais carinhoso, eu preciso de você nesse momento —.

   — Tudo bem pai, só não me trate como se eu fosse um monstro, eu sou humano, e seres humanos cometem erros —.

   — João Pedro, você não é um monstro, não fale mais isso, você é meu filho, eu quero o seu bem, assim como eu quero o bem dos seus irmãos —.

  — Eu sei pai —. Ele se afastou um pouco para o lado, deixando um espaço para eu me deitar ao seu lado. Me deitei, ele me apoiou sobre seu peito. Ele dormiu. E fiquei assim até que o médico chegou e disse que eu não podia ficar no leito. Então eu saí para comer alguma coisa.

   Eu vi o Luiz, ele estava em uma sala fazendo manobras de ressuscitação em um paciente. Ele levantou a cabeça momentaneamente, me viu mas logo em seguida voltou sua atenção ao que estava fazendo. Haviam se passado três dias desde aquela conversa. E mesmo assim eu ainda eu não conseguia esquecer.

   Comprei meu lanche e voltei para o quarto do meu pai, eu só sairia de lá quando ele fosse de volta para casa. Ele acordou e falou:

   — Filho vai para casa, você tem escola amanhã, sua mãe vai ficar aqui comigo —.

   — Não pai, eu quero ficar aqui, deixa eu ficar aqui por favor —.

   — Eu vou ficar bem, vou mandar seu irmão te levar para casa dele —. E assim ele fez, no fim do plantão do Gabriel, ele me levou para sua casa, no corredor passamos pelo Luiz, segurando alguns prontuários, quando Gabriel o viu ele colocou a mão sobre o meu ombro, como se quisesse me proteger dele e impedir que ele chegasse perto. Luiz apenas passou direto, apenas me olhou rapidamente, seu rosto já estava bem melhor.

  — Não precisa ficar assim na defensiva —.

  — Precisa sim, não ver todo o mal que ele nos causou? —.

  — Já conversei com ele, ele não vai mais se aproximar de mim —.

  — Você se encontrou com ele de novo? —.

  — Eu apenas quis conversar com ele expor os fatos —.

  — Ah meu Deus, você também não ajuda não é garoto —. Entramos no seu carro.

  — Eu só não quero que vocês fiquem tratando ele como se ele fosse o monstro que veio destruir nossa família perfeita —.

   — Ele é uma pessoa horrível João —.

   — Ele disse que me ama! —. Gabriel olhou para mim rapidamente depois voltou sua atenção para a estrada.

   — Eu sei que é difícil para você ouvir isso, mas é a verdade, ele não quer brincar comigo, ele quer algo a sério, bem a sério, ele vem querendo isso há muito tempo —.

   — Eu sei disso, acha que eu não sei que ele gosta de você? —.

  — Então para de tratá-lo feito um monstro, e aceita que eu tenho tanta culpa quanto ele nessa história —.

  — Eu só quero te proteger, eu não quero que a Ana te machuque como ela fez comigo —.

  — Gabriel, eu quero que você viva sua vida sem se preocupar comigo, eu sou adulto eu sei lidar com meus problemas, não vai ser a Ana quem vai me fazer viver com medo —.

   — Se você está pensando João Pedro que nos vamos te apoiar nesse envolvimento com o Luiz você está muito enganado —.

  — Eu não tenho envolvimento com o Luiz, não estou pedindo apoio de vocês para isso, estou apenas pedindo que parem de tratá-lo como se ele fosse uma pessoa horrível. Ele é seu amigo, ele te protegeu da cadeia, mesmo você tendo destruído o rosto dele. Ele te ama como se você fosse o irmão dele —.

  — E mesmo assim foi capaz de me esfaquear pelas costas, quase destruiu minha família, quase matou meu pai —.

  — Eu também estou envolvido nisso, quer dizer que eu quase matei nosso pai é isso? —.

  — Eu não estou dizendo isso, mas não lhe cause mais dor e decepção do que já causou, ele merece viver com um pouco de paz —.

   — Eu vou ser o filho que eu sempre fui. E espero que eu não deixe de ser para ele. Nem quero que você deixe de ser o irmão que sempre foi para mim —.

   — Não vai ser o Luiz que vai fazer você deixar de ser meu irmão —.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO

  

O Dono do Meu Corpo [+18]Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ