Capítulo XXX

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                         (Luiz)

  
   — Luiz, só me responde uma coisa o que você quer comigo? —. João me questiona, ele estava impaciente, parecia não estar se sentindo bem com minha presença bem ao seu lado.

   — Eu não sei, ainda não sei, eu gosto de ficar com você sabe, isso me acalma, gosto de quando nós dois estamos juntos, isso me faz duvidar de mim mesmo —.

   — Então eu sou um experimento seu? Que você usa quando bem quer, apenas para se descobrir? —.

   — Claro que não Pedrinho, eu gosto de ficar com você —.

   — "Você gosta de ficar comigo", é apenas isso? Sou uma diversão, porque é isso que está me parecendo. Porque eu sei que eu errei, eu também fui para cama com você, mas você namorava minha irmã, você não tinha o direito de ter feito o que fez —.

   — Eu não amo sua irmã, eu não amava sua irmã, nem nunca amei —.

   — Mas mesmo assim você a traiu, isso é inegável, não pode fugir do fato de que foi desonesto, com ela, com minha família, com meu irmão, comigo e consigo mesmo —.

  — O que eu senti por você foi bem mais forte do que qualquer orgulho. Poxa cara eu estou aqui bem na sua frente quase me humilhando, e você fica aí jogando essas coisas na minha cara —.

  — Ah que pena que você pensou que eu seria mais um dos trouxas que fica com você. Mais um dessas pessoas que você controla a mente com esse seu corpo. Você é bonito isso é inegável, mas não passa disso. Você não pode ter tudo o quer —.

  — O que foi? Agora só porque começou a sair com aquele cara vai me rejeitar, é isso? —.

  — Eu não vou te rejeitar apenas porque comecei a sair com o Victor, que aliás é muito melhor que você, eu te rejeito porque estar com você me faz mal, se é isso que quer saber, eu não consigo ficar nem sequer no mesmo espaço que você sem sentir náuseas e nojo de eu mesmo —.

  — Você tem novo de mim? É isso? —.

  — Olha Luiz, eu sei que bem no fundo você é uma pessoa boa, você errou, merece uma segunda chance, mas essa segunda chance não virá de mim. Eu não quero estar em uma coisa que me dê um instante de prazer e uma vida de culpa e arrependimento —.

   — Eu gosto de você Pedrinho, eu gosto muito de você —.

   — E eu gosto de você Luiz, mas não quero mais estar com você, nem falar com você, nem pensar em você. Isso é para o nosso próprio bem. O meu principal, o meu envolvimento com você me colocou em uma situação infernal. Eu tenho pesadelos com isso —. Ele nem sequer conseguia olhar diretamente em meus olhos, ele estava tão lindo, seu cabelo brilhava tanto, sua boca parecia estar ainda mais vermelha.

   — Não entendo, você mesmo me disse que não se apega aos seus envolvimentos amorosos, então se afastar de mim deveria ser bem fácil, mas porque não está sendo? —. Ele me disse.

   — Porque é diferente —.

   — Diferente como? —.
 
   — Eu não consigo parar de pensar em você, é isso o que você queria ouvir? Ficar com você foi a melhor coisa que me aconteceu, eu nunca me senti tão, vivo. Você mexeu comigo desde a primeira vez que eu te vi, naquela mesa, você foi única coisa boa naquela noite. Eu percebi os olhares dos seus pais, aquele olhar de julgamento e preconceito, mas mesma assim você me consolou —.

   — Para Luiz eu não quero mais ouvir —. Ele disse tapando os ouvidos.

   — Você tem que ouvir João Pedro, sabe o que eu quero com você? Eu quero que você seja meu, eu quero fazer amor com você, quero beijar cada centímetro desse corpo perfeito, quero sentir o cheiro da sua pele, quero afagar o seu cabelo enquanto você está deitado no meu peito, é isso o que eu quero —.

   — Se acha que vai conseguir me levar para cama com essas palavras, está muito enganado. Não adianta mais, coloca isso na sua cabeça Luiz, eu não te quero mais! Para de se humilhar, tem um pouco de orgulho, o que houve perdeu todo ele? Não era você que fazia todo mundo correr atrás de você, porque está se humilhando? —.

  — Você não entendeu, não é? —. Questiono.

  — Não, você que não entendeu —.

  — João, eu estou te implorando, eu não quero te perder —.

  — Como você pode perder alguém que nunca teve? —.

  — É isso? Você está me abandonando? Vai continuar nessa? De me tratar feito lixo? De fingir que eu não existo? De me apagar de sua vida? —.

  — Eu não estou fazendo isso porque eu quero, mas sim porque eu preciso —.

  — Você alguma vez pelo menos pensou no que estou te falando agora? —.

  — O que você está pensando agora? Você não me falou, apenas está criando rodeios. Me surpreende o fato de alguém que teve a coragem de trair a namorada, não ter coragem de falar o que quer ou pensa para um pobre garotinho —. Após ele dizer isso, não consigo mais permanecer naquele quarto. Pego minhas coisas e vou embora, Gabriel que me desculpe, mas eu precisava fugir do João, de mim mesmo, e desses problemas todos.

   O que me entristece é o fato de ele me tratar como se eu fosse o pior ser humano dessa terra. Mas até melhor ser humano dessa terra comete erros. Eu sei que eu sou uma pessoa horrível, ainda mais comparado a ele. Mas ainda assim eu mereço uma segunda chance, para fazer tudo certo. Para pelo menos por um instante ser feliz.

   Eu sou uma pessoa sem limites eu sei, mas sou bem racional também, eu me conheço, sei do que acontece em minha mente, e eu sei do que está acontecendo. Eu não tenho coragem de dizer na sua frente, porque meu pouco orgulho que me resta me impede. Mas é o João Pedro, é ele, sempre foi ele, e sempre será ele. O que eu sinto por ele, é o sentimento mais intenso que já senti minha vida, deve ser por isso que dói tanto.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO

 

O Dono do Meu Corpo [+18]Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin