Capítulo L

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     Pelo que parecia esse Dário estava completamente apaixonado pelo irmão, acho que esse era bem o tipo de cara para o Gabriel, ele era um pouco tímido e inquieto.

— Como conheceu meu irmão? —.

— Eu acompanhava meu irmão nas consultas com o Gabriel, seu irmão é o melhor médico desse mundo, até que na ultima consulta que ele teve, meu irmão caçula deixou escapar "Dr. o meu irmão disse que achou você bonito" —.

— Que pestinha! —. Eu disse e ele concordou.

— Sim ele fez o seu irmão e eu levar ele para tomar sorvete e passear no parque, depois disso começamos a sair, até que um dia saímos sem meu irmão e... enfim é uma longa história —.

— Bom isso já basta —.

— Ele não está saindo com alguém estar?! Não que ele seja esse tipo de pessoa, mas é que eu pedi ele em namoro, ele pediu um tempo pra pensar, mas depois sumiu, odiaria pensar que ele está saindo com alguém. Desculpa você é irmão dele, e eu estou falando muita bobagem —. Ele era tagarela, mas de um jeito muito engraçado.

— Acho que não —.

— Ainda bem —. Ele ficou calmo. Olhei para aquela caixa, ela era grande, muito bonita também.

— Isso é para ele? —.

— É sim, é um pedido de desculpas acho que o forcei, não sei, mas acho que ele vai gostar, assim espero —. Ele me olhou por um tempo, depois olhos para todas as fotos na parede do apartamento, em seguida olhou para mim novamente ele me reconheceu — Está com fome garoto? Se quiser peço uma pizza para você, ou qualquer coisa que você quiser —.

— Não está tentando me bajular apenas para conquistar meu irmão, está? —.

— O que? Claro que não, apenas quero me dar bem com a família dele —. Ele disse de uma maneira nada convincente. Quer saber de uma coisa, eu ia abusar.

— Quero uma pizza de filé, sorvete, pudim, brigadeiro, pastel, torta gelada —.

— Ah sim, espera um pouco —. Eu acho que dinheiro não era problema para ele, a julgar pelo relógio que ele estava usando, sem falar nas suas roupas.

Enfim, eu já estava gostando do meu pretendente a cunhado, só não entendi porque o Gabriel não falou nada, acho que estávamos criando segredos demais entre nós dois, não acho que isso seja bom para nossa relação.

Ironicamente meu irmão chegou antes da comida, o Dário se levantou e pegou aquela caixa em mãos.

— Dário?! Está fazendo o que aqui? —.

— Você não me atendia, então eu vim aqui saber se você está bem, seu irmão pediu para eu entrar e te esperar —.

— Eu estava trabalhando, eu estava ocupado —. Meu irmão falou baixinho com ele como quisesse que eu não escutasse.

— Isso é para você —. Ele deu aquela enorme caixa ao meu irmão, que a pegou e depois sentou-se no sofá, ele puxou o laço e abriu a caixa, e lá de dentro retirou um dinossauro de pelúcia, eu achei muito fofinho.

— Não é do seu irmão? —. Gabriel questionou.

— Sim, ele quis dar a você, ele achou que você gostaria, escreveu até uma cartinha —. Ele pegou a tal cartinha tirou de dentro de um envelope, e leu em voz alta.

— "Oi Dr.! Sou eu o Tiago, eu estou bem melhor, o meu irmão disse que gosta de você, acho que você vai gostar desse presente de nós dois. Ah e ele tem chulé" —. Meu irmão soltou um grande sorriso e depois olhou para o Dário, que estava vermelho de vergonha. Gabriel olhou para mim, e eu tentei fazer sinal com os olhos para ele subir com o rapaz lá para cima. Até que o lerdo entendeu.

— Tchau João, foi um prazer te conhecer —. Ele disse.

Quando eles subiram a primeira coisa que eu fiz foi pegar meu celular e ligar para o papai.

— Oi filho —.

— Pai o senhor não sabe da fofoca! —.

— O que foi? Me conta logo moleque —.

— O Gabriel está saindo com um garoto que pediu ele em namoro e tudo, ele trouxe até presente para ele —.

— O quê? Quem foi esse abençoado? Finalmente meu senhor —.

— Finalmente mesmo —.

— E como é que esse rapaz é? —.

— Bem ele é alto, é bem engraçado, é bonitinho, é super gente boa —.

— Mas e o seu irmão, ele aceitou esse pedido de namoro? —.

— Ainda não, pediu um tempo para pensar, e pior que o rapaz está doidinho pelo Gabriel —.

— Já está fazendo fofoca não é seu cabeçudo —. Gabriel diz vindo até mim e me fazendo cócegas, eu era muito sensível a cócegas, ele me fez pedir socorro ao papai do outro lado do telefone.

— Meninos se comportem, e fica de olho no seu irmão Joãozinho, ele anda muito pegador ultimamente —.

— Pode deixar pai —.

— Gabriel, fica de olho no João também, sabe do que estou falando não é, se acontecer de novo eu quero saber —.

— Pode deixar pai, ele não vai nem chegar perto de novo —. Gabriel piscou o olho para mim e eu sorri, sorri porque entendi que ele estava do meu lado. E ter alguém como o meu irmão do meu lado, era algo que não tinha preço. Assim que ele desligou o telefone ele olhou para mim e disse:

— Se for se encontrar com ele eu tenho que saber, posso te ajudar, mas você precisa me ajudar também, não vem com essa de filhinho sincero que conta tudo para os nossos pais —.

— Por que está me ajudando? —.

— Porque você merece tudo o que quer, e não vai ser aquela maluca que vai impedir você de ser feliz, não que se envolver com o Luiz seja sinônimo de felicidade. Mas enfim, ele vai sair do plantão daqui a dez minutos, dá tempo de você se arrumar, não vai dormir muito tarde, está bem? —.

— Então eu posso chamá-lo para vir aqui? —.

— Claro que pode, boa noite maninho —. Ele disse e foi em direção ao seu quarto.

— Gabriel — O chamei, ele olhou-me — Eu te amo —. Apenas com os lábios e sem som algum ele respondeu que também me amava.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO

O Dono do Meu Corpo [+18]Where stories live. Discover now