Capítulo 16

908 130 21
                                    

Meus dedos doíam de tanto que eu apertava as alças da minha lancheira enquanto seguia a diretora Momo, a amiga da Tia Ali, e tentava fazer o que a doutora Hwasa me ensinou a fazer quando sentisse que iria regredir. Conseguia ouvir os cochichos das garotas no corredor, me fazendo ficar ainda mais tímida, sentia como quando estava na casa daquele monstro, quando as mulheres dele ficavam cochichando e me olhando logo depois do que ele fazia comigo. Eu devia ter aceito que colocassem a maldita fralda. Me aproximei mais da diretora e instintivamente agarrei sua blusa com a ponta dos dedos, a fazendo se assustar um pouco, ela parou e se virou para mim com um olhar de compaixão. Ela segurou meus ombros me fez encara-la.

-Ei, mocinha...-ela sussurrou próxima a mim.-Tudo vai ficar bem.-ela sorriu e afagou meus cabelos.-Que tal a bebê ficar dormindo aí dentro enquanto a adolescente tem que estudar. Hum?

Mordi o lábio inferior e assenti devagar. Voltando a caminhar e a diretora parou em frente a uma sala, chamando a atenção das pessoas ali a professora me deu um pequeno sorriso e Momo tocou minhas costas, me fazendo dar alguns passos para frente e eu sentia minhas bochechas corarem com todos aqueles pares de olhares me encarando.

-Bom dia, meninas.-ela sorriu.-Essa é a Riracha Park, ela vai voltar a estudar na escola depois de ficar alguns anos estudando em casa. Ela é sobrinha de uma grande amiga minha e por isso espero que vocês a tratem bem.-ela afagou minhas costas.

-Seja bem-vinda,Riracha.-a professora sorriu para mim e olhou a sala.-Como você só chegou agora, só tem um lugar com a Ahyeon no final da sala...quem sabe no meio do ano a gente te muda de canto...-ela sorriu e apontou para o final da sala.

Fiz uma reverência para as duas como vovó Chitthip me ensinou e caminhei de cabeça baixa até a cadeira ao lado da menina que estava de forma desleixada, ela estava toda largada na cadeira, seu uniforme estava amarrotado, sua gravata estava frouxa, seus pés estavam em cima da mesa, ela mascava um chiclete e me encarava de cima a baixo. Mordi o lábio inferior e coloquei minha mochila na cadeira, me sentando em seguida.

-Riracha, não é?-ela perguntou e eu assenti devagar.-Certo...

Sentia um certo calafrio quando ela se ajeitou na cadeira e tentou inutilmente ajeitar o uniforme. Me sentei devagar na minha cadeira e travei quando senti sua mão em minhas costas e sua respiração ao próximo ao meu ouvido.

-Não se preocupe, você será muito bem protegida se você fizer o que é certo.-sua voz saiu rouca e eu me arrepiei.-Agora que você é minha dupla, você vai fazer as nossas atividades, os trabalhos e me ajudar nas provas...em troca, eu cuidarei de você, pequena bebê.-ela se afastou e sorriu.

Quand l'amour trouve une maisonOnde histórias criam vida. Descubra agora