Quando a vida das quatro mulheres começa a se tornar monótona e sem desafios, Lalisa encontra uma adolescente inconsciente e traumatizada. Determinada a ajudar a menina, as quatro mulheres decidem adotá-la e, juntas, aprendem o que realmente signifi...
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Encarei a mesa vazia e suspirei. É sempre assim, vazio, silencioso, frio...a empregada da casa estava parada na porta, um pouco longe de mim, enquanto meu jantar estava no prato a minha frente. Meus pais saíram mais uma vez para um encontro...sempre saindo só eles...respirei fundo e afastei o prato de perto de mim, fazendo com que as empregada corressem até mim.
-Me deixem em paz!-falei com raiva e caminhei para o meu quarto, querendo mais que tudo, quebrar tudo mais uma vez, mas ainda estou juntando o dinheiro para reparar os danos do meu último surto.
Respirei fundo e peguei minha mochila com as coisas que eu achei que iria precisar e sai, ouvindo a governanta me chamando, mas quem liga? Peguei minha bicicleta em frente a garagem e subi, pedalando em direção a casa que eu conheço bem. O vento batia contra meus cabelos e castigava meu rosto, mas isso não me parou, acelerei mais e senti meus olhos ficarem um pouco embaçados com as lágrimas que insistiam em se formar.
Meus pais nunca realmente sentem minha falta, eles só me tiveram pois meus avós não deixaram que minha mãe se livrasse de mim...ela deveria ter dado a merda de um jeito! Pedalei com mais força e parei em frente a casa meio velha e desgastada da minha amiga, as luzes da sala estavam acesas e eu tinha quase certeza de que ambas estavam jantando alguma pizza que estava há dias na geladeira da casa. Deixei a bicicleta jogada no jardim de entrada, cheio de plantas secas e abri a porta de entrada de uma vez, vendo Hyein ajoelhada no sofá com seu olhar de admiração de sempre quando sua mãe estava em casa. Lianna estava se arrumando para mais uma noitada, se arrumando de frente para o espelho quebrado que tinha na sala.
As meninas tinham sorte de que minha tia ainda fazia de tudo para mantê-las na escola, inclusive falando com os pais delas para que ambos pagassem a mensalidade, mas Lianna não se importa com isso, ela só quer sair e ter a pensão das duas para gastar em suas saídas com caras bem mais novos do que ela.
Minji odeia quando Hyein fica ali de olho na mãe, como a garota tem admiração pela mulher e como Lianna nem sequer percebe a garota ali. A mulher pegou a bolsa e passou por mim como se eu fosse qualquer um que andasse aqui e que ela não se importa o suficiente para cumprimentar, ela nem sequer se despediu de Hyein, que murchou assim que ela fechou a porta.
-O que tem para o jantar?-perguntei, chamando a atenção de Minji, que estava na cozinha e sorriu pequeno.-O que Hanni fez essa noite para a gente?
-Hanni não veio hoje...-Hyein suspirou e se jogou no sofá.
-Hyein...-a voz de Minji soou triste.
-Me deixa!-ela pegou a manta que tinha no sofá e se escondeu debaixo dela.
Pobre menina...
Olhei para a minha amiga, que começava a ficar brava e eu tirei meus sapatos, calçando a pantufa velha e indo até a cozinha, vendo Minji procurar alguma coisa nos armários vazios e na geladeira velha. Ela respirou fundo e me olhou, parecia envergonhada e suas bochechas denunciaram isso quando ficaram vermelhas.
