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Fui em direção ao garoto, que estava no lado de fora do hospital. Meu coração estava acelerado, ele abriu os braços e quando finalmente, eu estava frente a frente dele, ele me abraçou apertado.

Me tirando do chão um pouco. Afundei meu rosto na curvatura do seu pescoço e sorri, quando ele riu.

— que saudade, eu senti de tu...cê nem bota fé. – o garoto me soltou, e eu o olhei.

— o que você tá fazendo aqui cara? – ri sem graça.

— vim ver minha carioca. – ele sorriu, colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

— Thiago, a gente ta no hospital.

— não, não. A gente ta fora do hospital. Aqui é rua. – ele riu, me dando um beijo na bochecha. — soube que você e o meu irmão terminaram...é verdade? – ele encostou as costas no carro.

— é...foi um término sem discussão. – suspirei, encarando o chão.

— ele não te traiu né?

— não, não. Ele disse que não...e eu acredito nele. – encarei o cacheado a minha frente.

— tu tá ligada, que você sempre vai ser bem vinda na nossa família né? – ele sorriu, e eu balancei a cabeça confirmando. — achei que você nem ia aparecer aqui, só tava passando. Tô indo embora amanhã.

— sério?

— hurum. E te trouxe um presente. – me distânciei um pouco do garoto, e ele abriu a porta de trás.

Thiago tirou do banco de trás, rosas. O que me deixou feliz, eu mava ganhar rosas. Ele me entregou o buquê, e pegou uma sacola de chocolate da cacau show.

— tu sabe como me deixar feliz né? – ele riu, me dando um tapinha no braço de leve e fechou a porta.

— e tem isso aqui também. – thiago tirou um papel do seu bolso, e me entregou.

Fiquei confusa, pois estava escrito:

Chá revelação.

Gabriel ou Gabriela?

— eu sou pai agora. – ele sorriu bobo.

— meu deus! Parabéns cara! – o abraçei forte. — eu sabia que algo ia acontecer, e você ia colocar juízo na sua cabeça.

— espero que não seja uma menina. – ele falou ao me soltar.

— homem só tem menina, por que dizem que é pra pagar tudo o que os homens fizeram. – ri e ele revirou os olhos.

— mas é por isso mesmo...uma mina ia mudar o meu mundo, um menino também. Vindo com saúde. – ele deu de ombros.

Escutei uma blusinha e olhei para o hospital, vendo o carro de bak começando a andar.

— mês que vem dia 12. Não esquece clara.

— eu lá vou esquecer, alguma coisa?

— você tem alzheimer. – ele riu, me fazendo bater em seu braço de leve.

— relaxa, vou tá lá sim. – sorri sem mostrar os dentes.

— por favor, isso é muito importante pra mim. Esquece que o meu irmão vai tá lá, por favor.

— prometo Thiago, me espera lá.

— amo você Clarinha! – ele me deu um beijo na bochecha, e eu sorri em resposta.

Me despedi de Thiago, e atravessei a rua. E Arthur que estava no banco de trás, abriu a porta pra mim.

— Thiago? – ouvi bak perguntar, enquanto eu entregava o buquê pro Arthur.

— quem é Thiago? – next perguntou.

— é, era o Thiago. – fechei a porta. — Thiago é o irmão do Pedro.

— irmão do seu ex?

— hurum. – abri o cartãozinho.

(...)

A

cabamos de chegar em casa. Eu subi as escadas e fui em direção ao meu quarto. Com um pouco de dificuldade, eu abri a minha porta.

Arrumei um lugar pra colocar o meu buquê, e coloquei o chocolate no meu armarinho.

Me joguei na cama e suspirei, encarando o teto. A minha conversa com Arthur percorreu por toda a minha cabeça. Eu queria conversar com ele, mas ao mesmo tempo não.

— o que você tá fazendo? – escutei a voz de next.

Olhei para a porta e vi next encostado ali. Ele sorriu e entrou, andou até a minha cama e se sentou ao meu lado.

— thur e eu conversamos...ou tentamos.

— quer falar sobre?

Next era o meu psicológico particular, ele me escutava e não me julgava, ele me ajudava a julgar os outros.

— sabe...eu queria muito conversar com ele, mas ao mesmo tempo não.

— e tem medo de perdoar ele? E se machucar?

— é...eu tenho medo de tudo. Eu tenho medo de abraçar ele, eu tenho medo de olhar pra ele, eu tenho medo de trocar uma palavra com ele...

— isso é amor.

— o amor era pra doer? – encarei o garoto.

— você ainda sente as borboletas, elas nunca foram embora. E o amor as vezes tende de doer. Faz parte do processo. – next sorriu sem mostrar os dentes.

— e se eu perdoar ele? – voltei a encarar o meu teto. — e se ele me trair de novo?

— por que você nunca perguntou pro bak o que aconteceu? Clara, você nunca foi atrás pra saber o que realmente rolou...o thur não te traiu.

— por que todo mundo diz isso? – fechei os meus olhos, tentando não chorar.

— por que isso nunca aconteceu...ele nunca te traiu.

— ah é? Por que depois de tudo que a gente viveu, ele foi lá e assumiu ela? Sendo que ele não me traiu? – next suspirou.

— Clara, o thur tava sem ninguém pra dizer em qual direção ele ir. Ele só foi pelo o caminho mais rápido, e ele se arrepende até hoje...porra! Olha o que esse namoro tóxico dos dois causou nele?

— isso foi culpa da Bruna? – encarei o meu amigo.

— eu não quero jogar nada em cima dela, mais ele tava sofrendo uns bagulhos, e ela sempre era muito tóxica...então, sim. Ela tem uma culpa. – ele deu de ombros.

— pode me deixar sozinha? Por um minuto?

— pode me deixar sozinha? Por um minuto?

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Boa noite, boa noite.

Um básico, pra lançar um amanhã 🤷🏼‍♀️

Olhos Nos Olhos Where stories live. Discover now