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Desci as escadas deixando Arthur no seu estudio. Entrei na cozinha e vi minha sogra analisando duas formas de bolo.

— qual delas? – ela apontou pras duas me fazendo dar de ombros.

— acho que a menor! – ela concordou com a cabeça e guardou a outra. — cenoura com chocante! – sorri maliciosa.

— com toda a certeza! – ela sorriu no mesmo tom que eu.

Eu e a mulher pegamos todos os ingredientes, colocando em cima do balcão.

— sabe o que fazer né? – concordei com a cabeça.

— no liquidificador...– o peguei colocando em cima do balcão. — pôr os ovos, a cenoura e bater, certo?

— certo! – ela pegou duas xícaras de açúcar, jogando no liquidificador. — 5 minutos agora! – ela ligou o liquidificador.

Minha sogra e eu começamos a preparar tudo. Desde a maça a cobertura, o que me fez ficar ansiosa.

(...)

— então você não vai continuar na noise?

— meio complicado, sabe? – ela se escorou no balcão enquanto eu raspava o resto da cobertura. — acho que o ph não vai conseguir resolver. Ele já fez isso pôr quatro anos.

— talvez ele consiga meu amor! – ela cruzou os braços.

— meio difícil sogra! – dei de ombros.
— tô começando a aceitar agora!

— você não vai continuar na loud se você sair da noise?

— não quero virar fluencer. – encarei o chão.

— a decisão é sua! – ela sorriu fazendo um carinho no meu braço.

— irmão, sai de atrás de mim! – ouvi a voz do meu namorado, que entrou na cozinha com sua blusa em seu ombro.

— deixa o cachorro em paz Arthur! – minha sogra o olhou, e ele a olhou indignado.

— tô indo jogar um fut aqui frente de escada. – Arthur veio em minha direção com os braços abertos. — que isso? – ele passou a ponta da língua na ponta do meu nariz que estava com chocolate.

— credo cara! Não me lambe donada! – afastei o garoto.

— tá com nojo de mim sua desgra...– minha sogra coçou a garganta. — tá com nojo de mim amor da minha vida? – ele arqueou uma sobrancelha.

— não amor! Você que chegou do nada. – abraçei o pescoço do garoto.

— vai pôr uma blusa menino, fica andando pra cima e pra baixo assim. – minha sogra o olhou de cima a baixo.

— também te amo mãe! – ele sorriu largo pra mulher que mandou beijo.

Escutando uma gritaria lá fora, o que fez a mulher arquear uma sobrancelha e o seu filho murmurar baixinho.

— tô fazendo. Tchau mãe, tchau amor! – Arthur me soltou saindo da cozinha.

— põe a blusa! – gritei fazendo a minha sogra rir baixo.

— vamo subir lá em cima? – ela sorriu largo. — deixa eu pegar isso aqui...– ela tirou do armário de baixo, um vinho.

Peguei duas taças no armário e segui a mulher, que subiu as escadas e andou até o corredor, abrindo a porta de vidro.

Olhos Nos Olhos Where stories live. Discover now