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Clara'
Lessa.

— então, eu fiquei tipo, oi? – falei indignada. Enquanto Arthur estava deitado no meu peito.

— amor...– ele choramingou. — amanhã você termina, eu tô com sono. – Arthur afundou o seu rosto na curvatura do meu pescoço, me fazendo concordar com a cabeça.

— desculpa. – falei baixinho, fechando os meus olhos.

Eu passei exatamente uns 15 minutos falando de como as coisas na minha vida são tão chatas e conversando sobre a vida dos outros com Arthur. Na verdade, ele me ouviu e foi com concordando. Eu não vi o tempo passar e isso era um das coisas que eu odiava. Eu começava a falar e não sabia parar.

(...)

Abri os meus olhos devagar. Arthur não estava do meu lado, o que me fez murmurar baixinho. Meu pé não estava doendo, acho que só foi um susto mesmo.

Me sentei na cama de vagar, e cocei os olhos, bocejando. Tirei o edredom do meu corpo com cuidado e em meio ao esforço de se levantar, meu pé latejou um pouco.

Murmurei me levantando e fui até o banheiro, onde abri a porta, mas meu celular tocou em cima do armáriozinho, o que me fez voltar, revirando os olhos.

O peguei e vi a foto e o nome da Malu aparecer. Atendi a garota, voltando pro banheiro.

— alô? – fechei a porta atrás de mim, a trancando.

— bom dia, meu amor! – a voz animada da garota entrou em meus ouvidos, me fazendo sorrir.

— bom dia maluzinha. – levantei a tampa da privada me sentando ali.

— tá fazendo o que?

— tô fazendo xixi, nesse exato momento.

— aí, nossa intimidade é tão linda. Inclusive tô fazendo também. – ela riu do outro lado, me fazendo negar com a cabeça.

— não era pra você ta na escola? – cocei os olhos, me levantando e dando descarga na privada.

— são exatamente onze e meia. Tá morando nas cavernas? – arregalei os meus olhos, surpresa.

— não são oito da manhã? – tirei a minha blusa com dificuldade. — ai mano, não tô bem. – passei os meus olhos pelo o meu corpo, me olhando no reflexo do espelho.

— o que houve? – escutei algo cair do outro lado.

— inseguranças...mas, quebrei o meu pé. Acredita? – apoiei o meu pé na tampa fechada da privada, deixando o meu celular no viva voz, em cima da pia de Arthur.

— calma, você o que? – ela falou alto.

— não, pera! – tirei a fita que segurava a faixa enrolada no meu pé. — eu só machuquei ele de leve. O médico me deu dois dias de repouso, e medicamento pra dor. – tirei a faixa com cuidado, com medo de sentir a dor insuportável.

— ufa! Você consegue vir? – ela suspirou.
— vai vir, né?

— vou sim, fica de boa. Pego o meu avião na quinta e na sexta tô nessa festa. – ri maliciosa, jogando a faixa no lixo.

Olhos Nos Olhos Where stories live. Discover now