VI; paper hearts.

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TaeHyung seguiu Jeongguk até o prédio que este trabalhava, entraram no carro e com TaeHyung dando as coordenadas, eles partiram em direção a sua casa. Como o silêncio era de fato constrangedor, Kim pediu autorização para ligar o rádio e conseguiu, passou as estações até que parasse em sua predileta e coincidentemente, uma das músicas que mais amava estava a tocar. Esta se chamava Paper Hearts.

Remember the way you made me feel, such young love but.. something in me knew that it was real. ─ TaeHyung arregalou os olhos ao ouvir a tão doce voz de Jeongguk, o homem cantava bem, ele cantava muito bem por sinal. Sua voz era melódica e bem afinada, de fato, não parecia nem um pouco a de um amador. ─ Pictures I'm living through for now, trying to remember all the good times.

Kim piscou ainda surpreso, voltando sua atenção para a janela, após dar mais uma coordenada. O menino encostou a cabeça no vidro, fechando os olhos e se concentrando na voz de Jeon, pois era de fato encantadora. Se viu imaginando os dois juntos, queria parar, sabia que não era possível mas.. o que custava sonhar um pouco? Principalmente com um clima daqueles, sem contar que logo começou a garoar. Era literalmente o universo todo conspirando contra TaeHyung, dizendo, tem clima e um cara gato do seu lado mas você não pode fazer nada porque ele está noivo e provavelmente nunca ficaria com você.

I hate this part paper hearts, and I'll hold a piece of yours.. ─ TaeHyung finalmente cantou, a voz rouca e grave imediatamente chamou a atenção do maior, que cantou a última parte daquele verso com Kim. ─ Don't think I would just forget about it.

E estranhamente ou perfeitamente, as vozes soaram como uma só. A harmônia era mais do que visível, já que mesmo sem nunca terem cantado juntos, se encaixaram de forma surreal.

TaeHyung abriu os olhos e percebeu que Jeongguk o encarava, olhou para frente e viu que já estava praticamente na "porta" de seu bairro. Aquele era seu limite.

─ Você pode me deixar aqui, não estou longe de casa. ─ o menor mentiu. ─ Não se preocupe.

─ TaeHyung, está chovendo, não vou deixar que vá a pé. ─ o homem gesticulou, e realmente, a garoa havia se tornado uma chuva forte e pesada. Kim suspirou, abaixando o rosto envergonhado. ─ TaeHyung.. está com vergonha da sua casa?

─ Ela.. ela é simples, na verdade, todas daquela rua são. Deve ser a parte mais pobre de Daegu, você não precisa ir.. ─ o menino falou depressa, quase se atrapalhando nas próprias palavras enquanto encarava as mãos. ─ É sério.

Então o loiro sentiu seu coração parar, quando os dedos de Jeongguk tocaram seu queixo até que TaeHyung o encarasse. Como o mais velho imaginou, os olhos do outro mais uma vez denunciavam tudo o que ele sentia; insegurança, medo e vergonha.

─ Eu não me importo. ─ falou com a voz firme, TaeHyung ficou surpreso. ─ Céus, TaeHyung, isso é algo tão.. insignificante. Eu realmente não me importo, se a casa que você mora é uma mansão ou uma pequena e simples. ─ o homem molhou os lábios, TaeHyung rezava para que ele não estivesse escutando o quão rápido seu coração batia naquele instante.

Os dedos de Jeon ainda estava em seu queixo, eles se encaravam, e Paper Hearts ainda tocava no maldito fundo.

─ Mas..

─ E outra, eu não nasci em berço de ouro. ─ Jeongguk o interrompeu. ─ Eu só.. trabalhei muito para ter o que tenho hoje em dia. TaeHyung, eu morava na parte mais pobre de Busan, minha casa estava quase caindo aos pedaços. ─ ambos riram, Jeon balançou a cabeça. ─ Está tudo bem, sim? Eu vou te deixar na sua casa.

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