Domınαted.

LXI; support.

─ Ele parece melhor agora. — comentou TaeHyung, enquanto observava Hansung tomar o chocolate quente enrolado numa coberta. Já havia tomado banho e agora tinha um rubor saudável nas bochechas.

─ Aqui, pode comer, meu bem. ─ Anne logo apareceu, pousando um prato cheio de biscoitos na frente de Hansung, os olhinhos do garoto brilharam. Ele parecia faminto, mas mesmo assim, esticou a mão e começou a comer devagar. Como se quisesse que aqueles biscoitos durassem dias.

— Você se perdeu? ─ Taeyeon perguntou, curiosa, enquanto olhava para cima; já que Hansung estava num banco alto e ela de pé no chão.

Hansung assentiu, comendo ainda devagar enquanto estava encolhido dentro da coberta.

— Onde estão seus pais? ─ TaeHyung questionou, empurrando o prato de biscoitos para mais perto do garotinho. ─ Pode comer, tem mais alguns no forno.

Hansung assentiu novamente, levando um tempo para terminar de comer um único biscoito. Anne retornou a cozinha, Taeyeon foi atrás, deixando assim Hansung à sós com TaeHyung. TaeHyung não conseguia tirar os olhos dele, era difícil de acreditar que ele havia achado uma criança, num caminho que fazia todos os dias.

─ Não me disse onde estão seus pais. ─ Kim insistiu, com seu tom calmo. Hansung desde que chegou não disse uma palavra, apenas respondia com gestos.

─ Não sei onde eles estão.. eles me deixaram no L'espoir. ─ Hansung finalmente respondeu, sua língua se embolando de um jeito adorável para pronunciar as palavras em francês.

─ Mãe, você sabe o que é L'espoir? ─ questionou o Kim, assim que a mulher apareceu com mais biscoitos. Seu semblante mudou, ela olhou muito preocupada para Hansung.

─ Você veio do L'espoir? ─ ela questinou, puxando um banco e sentando-se frente a frente de Hansung, que novamente, usou a cabeça para responder. ─ L'espoir é um orfanato..mas fica muito longe daqui. Você andou tudo isso?

─ Eu fiquei em vários.. lugares. ─ sua fala continuava lenta, era um pouco estranho, Hansung as vezes parecia perder o ar enquanto falava.

O coração de TaeHyung se despedaçou, Hansung era um menino órfão e de rua. Se o orfanato era realmente longe significava que ele passou dias a meses sozinho, andando e vagando pelas ruas ─ ao menos enquanto dava banho nele, TaeHyung não viu nenhuma marca de maus tratos, provavelmente ele vivesse escondido em caçambas de lixo, pois o mundo era cruel demais para uma criança ingênua vagar sozinha. Imaginou o quanto ele já tinha passado fome ou frio, aquilo era horrível, ninguém merecia aquilo. Muito menos uma criança.

Quando o primeiro prato de biscoitos acabou, Anne levou para a cozinha e TaeHyung empurrou o segundo prato para perto de Hansung. O garoto parecia desconfiado, ou com medo, mas sua fome obviamente falara mais alto. Ele continuou comendo em silêncio, todos estavam em silêncio o observando e ele parecia não se importar muito, pois estava ocupado demais comendo. TaeHyung ainda se questionava o porquê daquilo, sempre fora uma pessoa que acreditava em destino, que tudo acontece por alguma razão; então sim, ele acreditava que Hansung havia aparecido por alguma razão, pois era difícil acreditar. TaeHyung passava por aquela mesma rua todos os dias e nunca havia visto Hansung, nem de longe, de repente o encontrara numa noite fria e sozinho.

Tinha que ter alguma razão.

─ Está cansado? ─ perguntou ao ter seus pensamentos interrompidos por um bocejo de Hansung. O garotinho assentiu, soltando o biscoito enquanto coçava o olho com a outra mão. ─ Vem, vamos subir para dormir.

Estranhamente, Hansung não hesitou, até segurou a mão de TaeHyung para que este lhe ajudasse a descer do banco. Eles subiram juntos as escadas e foram para o quarto de TaeHyung, onde o garoto arrumou a cama e deixou que Hansung se deitasse, com direito à almofadas e às cobertas mais quentinhas. TaeHyung já estava de pijama, então após ajeitar o menininho, foi fechar as cortinas.