Capitulo 1 - Maria Clara

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Hoje é um dia muito importante. Irei a uma entrevista de emprego. Que graças há, Deus eu consegui. Estou a dois anos desempregada, e estou quase para ser despejada da minha casa. Sou formada em desing, mas não consegui entrar na área, por motivos até hoje desconhecidos por mim. A dois anos eu trabalhava de garçonete, mas fui demitida por sempre chegar atrasada. Mais a culpa não era totalmente minha, moro no fim do mundo, e o ônibus não colaborava. Estou enrolando o proprietário da casa desde então, mas acho que mais uma semana e estou morando em baixo da ponte. Mas não irei abaixar a cabeça se isso acontecer, porque tudo que acontece é para um bem maior. Sou bem positiva em relação as coisas que acontecem na minha vida.

A três anos meus pais morreram, mas fico feliz que tenham partido juntos. Eu já estava trabalhando e, com a aposentadoria deles conseguíamos pagar as contas. Mas então fui demitida, e fiquei neste estado. Mas tudo bem, estou confiante, que nesta entrevista, eu irei passar. Esse trabalho é para ser companheira de uma senhora. Pelas minhas pesquisas, é para a família Santiago. A senhora Rosa Santiago tem uma mãe que precisa de cuidados e, então tentei a sorte. E o salário é bom, e terei que dormir lá durante a semana. Estou bem confiante. Pela décima vez falando.

Estou a uma hora e meia neste ônibus cheio de gente. E meu celular resolveu travar justo hoje. Nem dá para escutar música, já que não mais um fone. Sim, o de semana passada quebrou. Meu celular deve ter a idade da minha mãe. Que deus a tenha. E preciso trocar ele, mas por questões profissionais, do que por redes sócias.

Tenho exatamente trinta minutos pasta chegar a entrevista. Pelo menos isso mostra o relógio da moça ao meu lado.

Quando finalmente chego a grande mansão Santiago, minhas mãos começam a tremer e, eu fico nervosa. Toco a campainha duas vezes e, espero alguém abrir a porta. E alguns segundos depois, uma senhora de cabelos grisalhos e olhos claros abre a porta. A mesma me mostra seu melhor sorriso e diz:

- Olá, você é a... - ela pega uma prancheta, que pela minha percepção estava em cima de uma mesinha perto da porta - Senhorita Ferraz? - a mesma termina sua frase.

- Sim, sou eu mesma. Desculpa a demora, é que eu moro a duas horas daqui. Sabe como é né, ônibus lotado e... - Maria Clara, cala a boca. Ela não quer saber quantos ônibus você pega ou quantas horas demora para chegar aqui. Ela quer os seus serviços – Me desculpe - digo um pouco envergonhada.

- Está tudo bem. Bom, atraso é uma coisa grave, mas falar demais é bem pior - ela diz, rindo. O que me deixa mais nervosa ainda - Venha querida, entre - ela diz, simpática enquanto entro e fecha a porta logo em seguida - Meu nome é Rosa, sou a filha da senhora Bela, que por acaso, será dela que irá cuidar, caso passe na entrevista.

- Tudo bem. E obrigada pela oportunidade - digo sorrindo.

- De nada, mocinha. Alguma pergunta, antes de começar a entrevista? - ela pergunta, me olhando.

- Sim, sim tenho. A senhora que irá me entrevistar? - pergunto, animada.

- Não, querida. Será eu filho, ele vai parecer meio arrogante no começo, mas saiba que não é nada pessoal. Ele só quer o melhor para a avó - ela diz, e dá uma risadinha no final.

- Tudo bem - a mesma vira-se de costas e me leva até um andar de cima, parando em uma porta branca.

A mesma bate uma vez e, espera o filho responder. E depois de alguns instantes ele diz "entre". A mesma faz o que o filho pediu e, me pede para entrar. E quando vejo o homem em minha frente, minha boca fica seca e, minhas mãos suadas. O homem era lindo, cabelos negros igual aos de um corvo e, seus olhos eram intensos iguais dias de chuva. Sua postura era séria e, o mesmo não parecia gostar de piadas.

Porque ir... Se Pode FicarWhere stories live. Discover now