Depois que concertaram os remédios Mikael dormiu um pouco, alegando dor de cabeça, nada com que tenhamos de nos preocupar. Lina voltou para casa e dona Rosa havia ido na empresa, ver se as coisas andavam normalmente. Minhas sessões de fisioterapia estão dando bastante resultado, as dores passaram e já consigo andar sem precisar de ajuda, ou de cadeira de rodas. Estava no quarto de Mikael, esperando ele acordar.
Então, sinto aperto em minha mão; ele havia acordado. Um sorriso saiu de meus lábios, e ele mandou o mesmo.
- Você acordou - digo, dando um beijo em sua bochecha.
- Pensei que nunca mais fosse te ver - ele diz, com a voz baixa – Estou com sede - ele diz, tossindo
- Fique aqui, vou pegar água e chamar o médico - digo, saio mancando um pouco pela dor aguda que atingiu minha perna.
Levantei rápido demais.
- Sério que tratei você como antes? - Mikael pergunta, bebendo todo o copo de água.
Ele podia terminar a recuperação em casa, e eu faria sessões em casa. Ele perguntou sobre minha perna e, eu disse que estava tudo bem.
- Sim, você gritou comigo - digo entrando no carro. Iriamos almoçar com Lina em sua casa.
- Meu deus, eu sou um idiota – ele diz, sarcástico.
- Eu te amo, e você só foi um pouco babaca - digo, rindo.
- Estou tão feliz, de poder tê-la comigo, aqui e agora. Eu te amo.
Chegamos a casa de Lina, e ela nos recebe com um grande sorriso. Marcos e Mikael conversavam, mas eu não queria larga-lo por nada.
Quando nos sentamos a mesa, era como se tudo estivesse caminhando para a felicidade de todos nós. Dona Rosa não sabia como falar com o filho, não sabia como começar uma reconciliação. Mas, Mikael queria pedir perdão, por tudo que disse fez.
Porém, dona Rosa foi mais rápida quando Mikael abriu a boca.
- Posso... lhe chamar de filho? - dona Rosa pergunta, apoiando sua mão na de Mikael, que tinha abaixado os talheres.
- Eu que lhe perguntou, a senhora me perdoa, e me aceita como seu filho? Mesmo que, eu não tenha deixado de ser - ele diz, sorrindo.
- Seu travesso - ele diz, retribuindo o sorriso.
A conversa fluía bem, pedi desculpas a todos pelas coisas que disse em nosso último almoço junto, agradeci a eles por ficarem comigo. Mikael ficava toda hora me admirando, e eu ficava com vergonha, porque nunca ficamos tão distantes um do outro por tanto tempo. E agora, que estamos voltando a ser nós, é estranho de alguma maneira. Mas uma mudança boa.
- Quando sai o casamento? - Lina solta a pergunta, e eu me engasgo com o vinho que estava bebendo. Mikael começa a tossir com a comida na boca, e dona Rosa começa a dar risada. Marcos apenas ficava olhando para Mikael, como se já tivessem tido aquela conversa. Mas, Mikael não queria casar, não depois de Leila... eu acho.
- Primero precisamos ver se isso vai dar certo... não é, princesa? - ele diz, beijando a palma de minha mão. Confesso que fiquei com vergonha por suas palavras.
Não sei porque, mais se ele tinha falado que veríamos se daria certo, significava que ele...
- Maria? - Mikael me desperta de meus pensamentos.
- Claro! - mostro um sorriso amarelo – E, o casamento de vocês? - pergunto, com vergonha em minha voz. Lina e Marcos eram feitos um para o outro, nada impedia eles. Marcos com certeza pediria Lina em casamento, e ele não duvidaria se dariam certo ou não.
- Ainda não, Marcos quer filhos primeiro, para poderem estar com a gente - Lina diz, com seu sorriso no rosto.
- Que legal - tento soar animada, mas minha voz sai... magoada – Ver os filhos levando a aliança.
- Filhos dão trabalho - Mikael diz, e começa a rir com Marcos. Mas Lina bate em seu braço.
- Só sei, que quero muitos netinhos - Dona Rosa diz, animada.
- A senhora terá mamãe - Lina ressalta.
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Porque ir... Se Pode Ficar
RomanceTERMINADA Uma mulher de bem com a vida, mesmo com as dificuldades que a vida lhe trás. Um homem arrogante, que aos poucos se torna insensível igual ao pai. E com tantas idas e vindas, amor e ódio, continuaram suas vidas. Um amor que enfrentou do...