Capitulo 35 - Mikael

231 25 0
                                    

Quando mentem para você. Enganam você. Fazem você se sentir parte da família, ou até mesmo lhe considerar parte da família. Eu. Mikael Santiago D'ângelo, ou pelo menos era até segundos atrás. Sou um bastardo, abandonado na porta de estranhos, que me acolheram e me fizeram filho deles. Não. Não podia ser possível. Nunca parei para prestar atenção. Mas, eu não tenho os olhos da minha mãe, muito menos do que eu achava ser um pai. Eu não sou nada parecido com eles. Eu, não sou a família deles.

Minha boca estava seca, minha garganta fechada. Maria pega minha mão, mas afasto de seu toque logo quando o sinto.

- É mentira - digo, com lágrimas em meus olhos.

- Eu também queria que fosse, meu amor. Mas não é. Anos depois veio sua irmã, e construímos uma família, que te...

- CALA BOCA!! CALA A PORCARIA DA SUA BOCA!! VOCÊS DOIS!! - grito, e empurro a cadeira que eu estava sentada para longe. Minha cabeça estava explodindo. Eles mentiram. Minha mãe, mentiu.

- Mikael... - ouço a mulher dizer. A mulher que dizia ser minha mãe.

- Mamãe, como você não disse isso antes? Vocês esconderam isso durante anos - ouço Lina dizer. Nem minha irmã. Não é minha irmã.

Maria estava sentada a mesa e, Marcos de cabeça baixa. Dois entenderam o que eu preciso neste momento.

- Era para continuar assim, querida - meu pai diz, bebendo de sua cerveja – Mas, uma vagabunda roubou o nosso filho! - ele diz, gritando e apontando na cara de Maria Clara – Estaríamos felizes e sua a avó estaria viva!

- CALA SUA BOCA! NÃO ABRE ESSA MERDA DE BOCA, PARA FALAR DEÇA! NÃO FALTA MUITO PARA EU ARREBENTAR SUA CARA! - grito, e vou para cima dele. Dou um soco em sua cara, mas logo Marcos me segura.

- Me solta, porra!

- Bater no nosso pai, Mikael. Seu pai não lhe ensinou isso - ele diz, com um sorriso no rosto.

- Você não é meu pai. Você não me ensinou merda, nenhuma - digo, olhando eles com nojo.

- Assume, Mikael. Você gosta mais de comer suas modelos, do que uma vagabunda - ele diz, olhando para Maria.

- Para com isso, Henrique!! - a mulher que se dizia ser minha mãe diz.

- Lindo, vamos embora, por favor... - ouço, Maria Clara chorar e, dizer.

- Vocês são perfeitos juntos. O bastardo, e a mendiga - ele diz rindo.

- Filho da... - vou para cima dele. Mas Marcos consegue me segurar.

- Mikael, por favor, vamos...

- Cala sua boca! Você não é minha irmã, você não é minha família - digo, me virando para Lina.

- Mikael, cara, para com isso - Marcos diz.

- Ele está irritado, por ser um bastardo - Henrique diz.

- CALA BOCA SEU VELHO! - Maria Clara diz, tacando um copo nele. O mesmo desvia, mas fica assustado – VAI PRO INFERNO!!

Não conseguia ficar mais naquela casa. Apenas viro as costas, e saio batendo a porta. Ouço gritos chamando meu nome, mas ligo o foda-se. Mas quando pequenas mãos pegam em meu braço, a culpa cai sobre mim.

- Lindo, para onde você vai?! - ela pergunta. Seus olhos dela estavam vermelhos, ela seria a última coisa que eu esqueceria.

- Para onde eu vou?! - eu grito – Para bem longe de vocês!

- Não! Não vai! Você não precisa ligar para nada daquilo. Dona Rosa é sua mãe, pode não ser de sangue, mas lhe acolheu! Lina, ela é sua irmã!

- ELES ME ENGANARAM, CARALHO! EU SOU UM BASTARDO, QUE FEZ A EMPRESA DAQUELE FILHO D APUTA CRSCER! - ela põe suas pequenas em meu rosto, mas eu a tiro. Não quero seu toque.

- Você vai conseguir! Nós vamos conseguir! Nós podemos tudo, quando...

- Você não merece isso. Merece alguém melhor, não que faça você passar por essa merda toda.

- Do que está falando? 

Porque ir... Se Pode FicarWhere stories live. Discover now