Capitulo 30 - Maria Clara

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Cada lágrima, cada aperto em sua mão gélida, cada palavra dita, não foi em vão. Nada do que eu fiz por ele, foi em vão. E, quando meus ouvidos e meu cérebro processaram sua voz que saia de seus lábios pálidos, a felicidade tomou conta de mim e, meu coração bombeava mais sangue que podia naquele momento. Os olhos de Mikael estavam fundos, mais continuavam lindos, sua pele estava pálida e suas maçãs do rosto não estavam avermelhadas como costumavam ser, sua pele bronzeada não tinha o brilho. Mais sei que aos poucos, ele se reergueria novamente.

- Você acordou!! - digo, com a respiração se acelerando. No momento em que seus olhos me olham, eu pulo em cima dele e o abraço fortemente, mas um gemido de dor sai de seus lábios e eu largo-o na hora. Mesmo que ele estivesse cansado, seu sorriso não caiu quando me olhou – Quer que eu, chame sua família? - pergunto a ele.

- Eu, q-quero falar com v-você - ele diz, com dificuldade. Será que ele quer, se afastar de mim?

- Pode falar - digo, aflita.

- Aceita namorar comigo? - ele pergunta, com um sorriso. Rir. É só o que consigo fazer, rir de felicidade.

- Sim! Sim! Mil vezes sim! - digo beijando-o.

- Eu te amo muito. Me perdoa por ter feito você passar por tudo isso - ele diz, com uma tristeza no olhar ao lembrar.

- Não! Não pense nisso. Eu que preciso pedir perdão, fiz você ficar doente, Mika, não posso me perdoar por isso.

- Pode. E vai. E se eu estiver doente, vai passar, porque você está ao meu lado, posso passar por tudo que for, desde que você esteja ao meu lado - ele diz, pegando em meu rosto.

- Eu nunca pensei em amar alguém. Eu, nunca amei alguém assim lindo. E acho que nunca serei capaz, de amar novamente - digo, envergonhada.

- Eu te amo, te amo tanto princesa. E, eu amei este apelido - ele diz, pegando em meu queixo e levantando.

- Vou chamar sua família, eles estão sentindo sua falta - digo, sorrindo. Quando me levanto, ele me puxa pelo abraço e me beija.

- Minha avó, ela está bem? - ele pergunta. Ah, Mika. Eu não posso falar sobre isso.

- Sua mãe irá explicar tudo isso. Já volto - dou um último selinho nele, e saio do quarto.

Quando saio do quarto, vou direto para ala onde fica os pacientes em coma. Mikael ficará arrasado. Quando abro a porta, Lina e dona Rosa estão ao lado da cama, onde dona Bela ainda estava, cheia de aparelhos.

- Oi, Maria. Como Mika está? - Lina pergunta, com esperanças nos olhos.

- Meu irmão!! - Lina diz, feliz – Meu irmão acordou - ela diz, chorando e vindo me abraçar.

- Ele está bem - digo, acariciando seus cabelos.

- Ele, ele está bem? - ouço dona Rosa, perguntar.

- Sim, falando e tudo - digo sorrindo.

- Vamos avisar o doutor Manuel - ela diz, com um pouco de felicidade nos olhos.

- O senhor Henrique vai vir? Mikael ficaria feliz, em saber que o pai está aqui - digo, mesmo sabendo do que ele com certeza, não faria.

- Não conheço mais o meu pai, Maria. Ele não quer mais ficar conosco - Lina diz.

- Vou falar com filho, já volto meus amores - diz, dona Rosa, saindo do quarto, para não ouvir o assunto de seu marido. 

Porque ir... Se Pode FicarOnde histórias criam vida. Descubra agora